sexta-feira, janeiro 30, 2004

amanhecer





Já com saudade destes espaços, fico olhando para a praia que amanhece assim.

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[aparências]

Andei relendo alguns posts anteriores e tentando fingir que não me conhecia. Uma tentativa de me ler como outra pessoa me leria. Tirando para o lado o que se poderia psicologizar deste voyeur de mim mesma, fica a constatação dos muitos sentidos que podem emergir do mesmo texto, das imagens ou falta de, do imaginário de cada um. Esta posição de se colocar fora, que Bakhtin diria exotópica, não é assumida sem dores e sem conseqüências. É essencial num certo momento, para situarmos as coisas. Talvez, para ver além do texto, para ler o contexto, mesmo que parcialmente.

Mas, cá entre nós, foi terrivelmente Paty aquele:

"Yshana caiu na piscina. Só a mãe estava no pátio e, como já não corre tão rápido, não conseguiu impedir o mergulho. Quase teve que pular atrás.
Legal é que descobrimos que ela ainda nada. Estilo submarino, com a cabeça submersa, mas nada.
Se esta cadela não morrer neste verão, não será por falta de tentativas. Ontem ela alcançou uma caneca onde a mãe havia colocado a gordura da fritura dos bolinhos de chuva e comeu toda. Claro que passou mal, né. E justo em cima do tapete que é os den-den do pai. "


As palavras piscina e tapete sugerem um certo contexto, penso eu. Cheguei a me ver pintando as unhas ao lado de um coquetel colorido, de roupão cor-de-rosa. Ou saltitando atrás de uma poodle cheia de frescura.
Seria legal saber a imagem que alguém construiu antes de ver esta real. Porque a real é a imagem aí do lado. Um canto legal e nada mais.

:: btw: não tô na foto :)


quinta-feira, janeiro 29, 2004

vai chover


Depois de uma manhã de sol, puco vento e todas estas coisas que os gauchos quase não têm no verão, ergue-se para o lado da serra um paredão cinzento. Agora, já se escutam os trovões. Chuva...

E sem bolinhos, hoje, anunciou a cozinheira do posto 69.5. Acredito que a minha dieta não vem dando certo por causa do tempo. Muita chuva.
Minhas costas se acertaram. Estou nos exercícios de novo. Balaios de bolinhos para queimar.

A conexão por aqui não anda boa. Muitas vezes tenho de baixar os e-mails em três tentativas. Depois daquele concurso de arremesso de pinguim, que aconteceu numa das listas, a coisa piorou.

Estou na vagabundagem total, ou quase. Os atenuantes ficam por conta da meus últimos dias na praia. Dia 3 começa o CM. Tudo indica que vou fritar na Redenção em fevereiro.

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quarta-feira, janeiro 28, 2004

o cúmulo da vagabundagem




:: record da Su em http://laget.kicks-ass.net/pingvin/pingu3.php

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terça-feira, janeiro 27, 2004


[hoje]


Fui dormir sem coragem de postar o post anterior, entrou hoje. Dormi dez horas seguidas depois do relaxante muscular, dose mínima. Imagine se tivesse que tomar mais alguma coisa!. Acordei com o griteiro no pátio. Yshana caiu na piscina. Só a mãe estava no pátio e, como já não corre tão rápido, não conseguiu impedir o mergulho. Quase teve que pular atrás.
Legal é que descobrimos que ela ainda nada. Estilo submarino, com a cabeça submersa, mas nada.
Se esta cadela não morrer neste verão, não será por falta de tentativas. Ontem ela alcançou uma caneca onde a mãe havia colocado a gordura da fritura dos bolinhos de chuva e comeu toda. Claro que passou mal, né. E justo em cima do tapete que é os den-den do pai. Esta façanha quase beirou a nossa expulsão sumária aqui do posto 69,5. Hoje ela quase se afoga.
Vou tentar construir um coletinho salva-vidas para ela com os restos daquelas minhocas de isopor que tem no galpão.
Como acordei sem dores, vou caminhar, light, mas vou.



[de novo]

Acho que o meu corpo pressentiu o fim das quase férias. Minhas costas começaram o mesmo processo que me nocauteou em junho do ano passado.
Lá fui eu para aquele coquetel molotov de remédios. Raios triplos!!! @#%**¢£
Eu já estava em 400 abdominais/dia L
Até ficar por aqui dói. Vou pra caminha...


segunda-feira, janeiro 26, 2004


foto do site
[solto na vala]

A turma aqui é dos esportes da natureza, que alguns gostam de chamar de radicais. Eu dou aulas de Orientação, a gurisada da casa curte surf, body boarding, turismo ecológico.
Minha sobrinha e o namorado estão cursando turismo e ele, o Diego, entre outras atividades divulga o jornal Solto na Vala. Formato de jornal, colorido e qualidade de revista, um paraiso do surf. Levam, também, o povo para acampar/surfar, etc
Vale a pena conferir o site da revista e contatar com a dupla para alguma aventura

:: foto do Solto na Vala


domingo, janeiro 25, 2004

churrasco


Meu suflê de queijo saiu meia-boca. fazia uns 3 anos que eu me escapava de fazer. Mas a galera gostou.

Cerveja e costela bem escolhida, bem cortada e bem assada.
Nada tão adequado para destravar as línguas.

Todas as histórias de Osório vieram à tona. Do tempo que meu avô foi sub-prefeito de Capão da Canoa e que o maior problema de delinquência era um catarina fissurado em roubar maiôs de veranistas.

Porai....

update depois.

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vadiagem


Impossível avançar em qualquer coisa séria com toda esta gente por aqui. Nem na dieta. Mal caiu uma pancada de chuva e já fizeram um balaio de bolinhos.

Mas não vou roer as unhas. Só tenho mais esta semana de sol e mordomia na casa da mamãe. Dia 3 tenho de me apresentar no CM e, daí viro soldado de novo.

Falando nisso, este ano não vai ser tão alegre por lá, sem o Claudião e o Pilau. Tomara que o Venzon volte ou lá se foi a parceria da cerveja.

Fevereiro, pela primeira vez em anos, será com toda a família em Porto Alegre, inclusive os cachorros.

Falei de leve em deixar a cachorrada aqui na praia, mas meus pais se fizeram de surdos.

Vou lá para a rua,... a mãe está ouvindo Eagles (quem diria !) e acho que vou abrir os trabalhos ...

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sábado, janeiro 24, 2004


[altos rangos da Noe no posto 69,5]


ic ...



[Nemo]


No Blue Bus de hoje: Blog brasileiro entre os finalistas: "O weblog Por um Punhado de Pixels, criado pelo brasileiro Nemo Nox, é um dos cinco finalistas no Fourth Annual Weblog Awards, The 2004 Bloggies, na categoria Best Latin American Weblog, onde é o único representante do idioma português. Os Bloggies foram distribuídos pela 1a vez em 2001. A votação está aberta ao público até 31 de janeiro e os prêmios serão entregues no dia 15 de março em Austin, Texas, durante a Southwest Music and Media Conference (SXSW) 2004." (original no ppp, em 21/1)

.:: quem conhece o ppp, os textos de Nemo no Burburinho e a sua simpatia, certamente vai passar lá e votar J


sexta-feira, janeiro 23, 2004


[imprensa oficial]


Condenados aos BBBs da vida, assistindo notícias do FSM transmitidas por telefone e olhando a imagem congelada de uma correspondente obscura. Mas, hoje Davos surgiu ao estilo cobertura de Bagda: videofone, âncora, entrevistas, paisagem, ...
Liberdade de expressão. Mas de quem e de quê?
Emir Sader conta que Davos é vitrine de um supermercado que já faliu. Mumbai está sendo o que? Balaião de algum tipo de ativismo que não ultrapassa o perímetro umbilical?



[nerdiando]


Foi o que fiz ontem, mostrando blogs e os relatos inacabados do Chile para a minha irmã. Ela anda descobrindo coisas que nem sabia sobre a rede. Além do site do banco e do email.
Hoje foi dia de faxina. Geral. Os cachorros ficaram desolados quando começou a lavação. Eles já sabem que, em algum ponto da atividade, estarão incluídos e, pior, em situação não muito agradável.
Bueno, ... os dois estão agora que parecem dois pompons gêmeos. Os critérios humanos de higiene e convivência não combinam muito com os caninos. Pelo menos é o que parece dizer o olhar desolado deles para a banheira.
Hoje não caminhei, não fiz ginástica e comi bolo aos montes. Auto-sabotagem. Pode ser...


quinta-feira, janeiro 22, 2004


[posto 69,7]


O povo novo que chegou contém, certamente, um pé frio. Faz dois dias que o tempo está uma eca. Ontem o vento chegava travar a caminhada e uma chuva fininha se insinuava aqui e ali.
Hoje, enfim o sol. Só sai de lá para aparecer aqui, baixar emails e fazer de conta que trabalhei um pouco. O pai saiu atrás de um globo de luminária que quebrou, a mãe e a mana foram comprar peixe e outras coisas, Rodrigo foi surfar.
Paz no quintal por uma meia-hora.
Yshana ainda não está bem. Já entupi ela de antibióticos e nada. Vou levá-la de novo no veterinário e, se não funcionar, terei de ir para POA. Incrível como a coisa física, as limitações, mesmo as da idade, como é o caso dela, deixam insegurança, medo e uma certa dependência. Será que é destino sentir-se assim? Dependendo de alguém que veja que você está morrendo e se antene o suficiente para levar para um hospital? Sei lá, mas ela mudou. Não se move mais com segurança porque não enxerga, não escuta. Parece sempre que ela está pensando muito, em cada passo que dá, em cada posição que assume.
Aí ela me acha, deita a cabeça no meu pé e fica ali, ancorada. Dorme, então.


terça-feira, janeiro 20, 2004


[Vladimir e família]


O vento uivante, enfim, acordou Vladimir. Sumido desde o ano passado, reapareceu no mesmo lugar de sempre. Assolando a garagem da casa da minha irmã. Pelos gritos dos inquilinos, penso que Vladimir estava acompanhado da família.
Estão cada vez mais ousados depois que a Cindy, a única que era digna de pertencer a família dos gatos, morreu.
Vladimir & cia terminaram com o sarau noturno dos vizinhos. Atacaram em formação de combate, em razantes milimétricos em relação às cabeças dos humanos em debanda.

Logo mais, antes que sobrevenha a retaliação, vou ter que avisar que a esquadrilha pertence à casa e deve ser preservada, tanto quanto os espetos do churrasco.


^º^



[ainda Mumbai]


"O fato de que nenhum império opressor se eternizou na história e toda situação desumana acabou sendo vencida alimenta a atual esperança de transformação e nos convida a fazer parte deste grande mutirão para a construção de uma humanidade nova." ( leia o artigo de Marcelo Barros, para o Correio da Cidadania)



[SmartMobs]


Notícia antiga que esperei para blogar e esqueci. Lá vai:


----- Original Message -----
From: "Howard Rheingold" <>
To: "Howard Rheingold" <>
Sent: Friday, December 19, 2003 1:13 AM
Subject: Fwd: Utne Independent Press Awards

This is your award, too!

Begin forwarded message:

From: Leif Utne
Date: December 18, 2003 5:12:43 PM PST
To: Howard Rheingold
Subject: Utne Independent Press Awards

Hi Howard,

It's my pleasure to inform you that the editors of Utne magazine have picked SmartMobs.com for this year's Utne Independent Press Award for best online cultural coverage.

The award winners don't officially become public until next Tuesday, the 23rd. But tomorrow I'll send you another note with a link to a sample press release and some other resources in case you'd like to publicize the award to your readers.

Again, congratulations on your great work. I was a huge fan of your book, and SmartMobs.com has proven to be an invaluable source of info on the social and cultural impacts of emerging wireless technologies.

Keep up the great work!

cheers,
leif

--
Leif Utne
Online Managing Editor, Utne Magazine
Associate Director, Utne Communities
http://www.utne.com/

:: mais infos aqui



[banzo]


Me aquietei um pouco falando com a minha orientadora no telefone. Mas o paralelo 29.991 começou a me chamar. Afinal, faz muito tempo que eu não ando nas ruas de Porto Alegre. Lá onde o pôr-do-sol se traduz em versos.
Amanhã vou me agarrar nos dois artigos que têm de ficar meio prontos esta semana. Prometo. Aí, talvez, esta sensação esquisita vá embora.



[FSM 2004]


Está muito boa a cobertura da Agência Carta Maior ao Forum Social Mundial, que está se realizando em Mumbai, na India.
Não tenho muito acesso à TV, aqui na praia, já que a hegemonia das novelas predomina. Então, não pude vasculhar canais alternativos em busca de notícias. A cobertura da Rede Globo beira o ridículo. Graças, pela internet e pela possibilidade de canais alternativos de informação.
Pode-se encontrar coisas como:

FSM deve priorizar alternativas para a mídia, defende Cassen
A construção de uma mídia alternativa sólida para enfrentar o atual poder exercido pelos grandes meios de comunicação é uma tarefa estratégica para o movimento altermundista, defendeu Bernard Cassen, diretor do “Le Monde Diplomatique”.
Jéferson Assumção – 19/1/2004

Mumbai - O jornalista francês Bernard Cassen, diretor do jornal Le Monde Diplomatique, defendeu domingo (18) pela manhã durante conferência no Fórum Social Mundial a criação de um “quinto poder”, que faça a crítica e a elaboração de alternativas para a mídia. Na opinião dele, essa deve ser uma frente de luta prioritária para os movimentos sociais. “Necessitamos de um quinto poder, que se oponha ao sistema dominante, um poder de denúncia sobre os outros quarto”, salientou. Ele expressou sua posição após relatar uma breve história da mídia no século 20. Disse que, historicamente, a imprensa se apresenta como um contra-poder, fiscalizador dos outros três (Executivo, Legislativo e Judiciário). Seria o “quarto poder”, defendendo as liberdades em regimes ditatoriais e inclusive pagando essa posição com a vida de jornalistas assassinados pelo mundo afora. (segue)

....... e outras que bloguei lá no Intramse



segunda-feira, janeiro 19, 2004


[Robin Hood no hiperespaço]


Em tese polêmica, filósofo revela a ética de trabalho e a vida dos hackers.

Transformar a monotonia da sexta-feira em um ensolarado domingo, democratizar a informação, romper a jaula de ferro da disciplina e burocracia, criar arte e beleza através do computador. Esses são os valores de um verdadeiro hacker, expressos pelo filósofo finlandês Pekka Himanen, no polêmico livro "The Hacker Ethic. And The Spirit of The Information Age", recentemente publicado pela Random House (232 págs., US$ 25).

:: leia o restante (bem interessante!) na Nova-e


domingo, janeiro 18, 2004


[não só egos]


Não só exacerbamento do ego. Ou auto-referência na enésima potência. Blogs são fratura exposta. Viu, Kiefer.



[lerê, lerê ...]


Recém acabamos a louça e já tem uma das cativas batendo um bolo. Os sinhozinhos estão roncando ao som do sala de redação. Novos tempos, velhas práticas.
Meu visual fez sucesso no almoço. Minha mana, a ciumenta, disse: tu pareces o Lobão com estas tranças.
A cachorrada tá feliz roendo, lá fora. Mais feliz ainda porque as gatas ficaram em Porto Alegre.
Isaura disse que hoje de noite serão panquecas. Quem viver verá... Le rêee...........



[o vento]


Ontem a tarde começou a ventar mesmo. Aquele vento que se insinua, mesmo por portas fechadas. Que derruba coisas, que arrasta até pensamentos. Se, por um lado, agita a primeira camada, por outro, atravessa a segunda e põe a mostra as coisas que se escondem. nem sempre...
Passei a noite ouvindo o vento uivar lá fora e, nos sonhos, carregando coisas ... Em lugares estranhos, com pessoas estranhas, juntando coisas, só coisas, tentando ir embora, para me descobrir em outro lugar, mas sempre o lugar errado. E com todas aquelas coisas para carregar.
Estranhamente, o vento sempre estava fora, na primeira camada.
Tem alguma coisa me incomodando, mas parece que vou demorar para descobrir o que é.



[Medios de comunicación y movimientos sociales]


Por Raul Zibechi
La Fogata

Casi dos décadas de políticas neoliberales provocaron cambios dramáticos y de largo aliento en los medios de comunicación. De forma simultánea a la revolución que supuso la introducción de la informática en las comunicaciones, se realizó la operación más ambiciosa de concentración de los medios, a tal punto que los verdaderamente independientes y con amplia circulación, son excepcionales.

:: leia o artigo na íntegra - sinapse via Denis de Moraes


sábado, janeiro 17, 2004

Richard Stallman: La Libertad puede ayudar a la eliminación de la pobreza


RB / Aporrea.org
Entrevista en Castellano en la Cumbre Mundial de la Sociedad de la Información
Por: RB / Aporrea.org

Ginebra. Diciembre 2003. Aporrea.org. En medio de los eventos alternativos de la Cumbre Mundial de la sociedad de la Información que culminaron recién la semana pasada en Suiza, aporrea.org tuvo el honor y la oportunidad de entrevistar a Richard Stallman, fundador del movimiento GNU (Software libre). Luego de ofrecer una conferencia: “Software libre sociedad libre”, Stallman departió cordialmente con muchos de los asistentes.

El legendario personaje, se nos presentó como un hombre sumamente sencillo, amable y cordial con todo aquel que se le acercaba a conversar y a hacerle preguntas. Nos sorprendió además sus respuestas en un muy fluido Castellano, lo que echó por tierra la barrera del idioma. No obstante la sencillez, su semblante pálido y su expresión supraterrenal, hacia evidente a quienes conversábamos con él, que se trataba de uno de los grandes pensadores de la actualidad. Sus ideas han marcado pautas en el desarrollo del movimiento GNU (Ñu según su propia expresión) en la América Latina y el mundo. Al momento de entrevistarlo le acompañaban Juan Carlos Gentile de Uruguay, reconocido activista del movimiento GNU y Veronique Gaimard, una reportera de Radio Francia.

Consideramos esta oportunidad como un buen regalo inesperado de esta jornada de aporrea.org en Ginebra, que deseamos compartir con nuestros lectores y dedicado a aquellos que tesoneramente vienen trabajando con el movimiento del software libre en Venezuela.

.:: arquivo de áudio (mp3)

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[notícias no Intramse]


:: diversas do Jornal da Ciência - concursos, bolsas Capes, seleções para Mestrado/Doutorado, etc

:: coletânea de notícias e artigos sobre o Forum Social Mundial 2004


sexta-feira, janeiro 16, 2004


[chuvarada]

A previsão do tempo ficou entre o local e o nacional: não choveu ontem, mas , hoje, a chuva pegou todo mundo sem calça na beira da praia.
Fui caminhar depois da chuva. Mar quente, incrível! Limpo, mas lavando. Pouco vento, do sudeste, acho.
Lulu Santos, acertou: quando um certo alguém, cruzou o seu caminho e mudou a direção, é melhor não resistir e se entregar... Nem que seja provisoriamente... Até a razão cutucar demais.

Volto para os livros, porque, até junho, meu destino tem uma rota planejada, pelo menos até onde se pode planejar alguma coisa.


quinta-feira, janeiro 15, 2004


[anacronismo das sensações, o calor]




Se eu cair na farofa agora viro um prato de comida baiana. Óleo, côco, uma certa côr...

Estudar, bah... Escrever? sem chance. Retornei ao mundo do meu signo solar dentro do meu ascendente. A minha esperança é que a astrologia não seja, mesmo, algo confiável. Peixes com Aquário, definitivamente é um problema.



Tô fora, também, da blogosfera. Sem ler, sem comentar, sem muito navegar. Destino interno, discurso interior.



[capão is burning]


Estou lendo Bakhtin enquanto observo os cetáceos revoluteando na piscina. O ar está parado, pelo menos aqui no interior.
Tocando Baton Rouge, do Garth Brooks à milhão. Bah, larguei a leitura...

Capão is burning. Até eu, que tenho um defeito no termostato, vou por o biquini à prova de cloro e mergulhar.
Não gosto muito de piscina, mas adoro o mar. Pena ter tanta gente lá agora... Multidão no lazer não era , mesmo.

Este meu lado solitário descombina com minha visão de mundo, ás vezes. Pra variar, a luta... Inclusive dentro.


quarta-feira, janeiro 14, 2004


[posto 69,5 news]


Sol, praia cheia, mar lavando um pouquinho. Fomos caminhar em três gerações de novo.

Ontem, comecei à complementar a releitura do Lojkine, Revolução Informacional, com o início de Adeus ao Trabalho?, do Ricardo Antunes. Na sua conclusão, Lojkine deixa a coisa meio solta, a meu ver. Recapitula bem as três questões básicas do livro:

1 - As Tecnologias da Informação e da Comunicação são realmente fonte de novas potencialidades revolucionárias para a humanidade?

2 - Se são, porque sua implementação suscita bloqueios e círculos viciosos organizacionais, ao invés de liberar estas potencialidades?

3 - Enfim, não é utópico visualizar hoje a emergência de uma sociedade pós-mercantil, ou seja, uma sociedade que constituiria não uma regressão em relação às democracias mercantis mais desenvolvidas, mas, antes, uma superação delas?

Ele acertadamente aponta o caráter ambivalente da criação, implementação e uso da tecnologia sob o ponto de vista do lucro e da rentabilidade capitalista, mas não avança no questionamento do sistema, para além do capital. Se limita a apontar alguns pontos frágeis, espaços, interstícios onde se possa fazer emergir outras práticas.

Já Antunes, larga batendo direto na ilusão de uma sociedade da informação x sociedade do trabalho. Aponta que, apesar das mudanças no mundo do trabalho, ainda permanece o estranhamento do trabalhador estampado nas novas vestes da exploração.

btw: coisas apenas de estudo estou colocando apenas no [bloglab]


terça-feira, janeiro 13, 2004


[direto do posto 69 e meio de capão da canoa]


Mar agitado, mas bonito. Garoando legal, aquela chuva fininha de ficar. Só os loco na beira da praia. Caminhamos, pai, Claudia e eu, até o 63, quase.

Na casa, faxina a mil. Terror entre os insetos.

Estou com coisas aqui para blogar, mas meio a deriva. Volto para as leituras.

update da meia noite: não é que na soma andamos uns 8 km! Fazia tempo que eu não andava descalça. Bah, ta doendo :(

update 2: Sérgio: fotos só quando a mana voltar. Faz um ano que sou uma sc.


segunda-feira, janeiro 12, 2004

s bárbaros partiram


Minha avó materna era uma fonte de ditados. Não os consagrados tipo querer é poder ou os gauchescos frio de renguear cusco. Ela usava os ditados criados no seu cotidiano, fruto das repetições, das permanências. De alguns deles se descobria as origens, de outros permanece o enigma, embora não percam a sua sonoridade.

Minha vó era uma pessoa tri alegre e muuuuito solta. Quando alguém espirrava, ela não dizia o convencional saúde! ou o caridoso Deus te crie; largava logo um abusado merda pro fole!. Como muitos dos seus irmãos e primos trabalhavam embarcados em vapores e meu avô era carpinteiro naval, acho que o linguajar passava pelo tombadilho...

Minha mãe constantemente cita a vó, assim como a avó de Proust citava Madame de Sevigné :) Ontem, na hora da partida dos bárbaros, com a família toda reunida na calçada para as despedidas, recomendações e últimos xingamentos, ela lançou um dos ditados da vó. O pior que foi um dos de marinheiro...

Quando perguntaram pelo Lucas, o único que faltava no carro, alguém explicou:

- Ele foi ao banheiro!

A mãe, na maior felicidade e sem notar o grupo que vinha passando na calçada, emendou:

- Que nem o cachorro do Arguiel: quando atiçam, vai ca***...

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sábado, janeiro 10, 2004


[em tempo]


Os bárbaros comeram todas as bananas ...



[sobre o tempo e os espaços, também os virtuais]


Algumas coisas que pensei lendo Harvey, desculpem o estilo meio corrente alternada:

# a coexistência de um tempo acelerado e de um tempo explosivo.

# aceleração do tempo é a aceleração do tempo econômico, aceleração do giro do capital, da vida social --> ganhar, acumular. ---> obsolescência, moda, construção/desconstrução profissional, 'destruição criativa' (Iraque), papel da inovação/tecnologia.

# o fermento da revolução em meio a competição capitalista.

--------------possível? quais os sinais?

# o espaço se traduz em tempo-espaço: ritualizado (shoping), hierarquizado, privado (no sentido de apropriado privasdamente), repressivo (violências).

# o poder se traduz em práticas espaço-temporais

#Como as pessoas representam tempo, espaço, poder, dinheiro é importante para a exploração econômica, mas, também, para a dominação política .
Um mapa ou imagem valem mil palavras. (controle da representação)

#quais as qualidades atribuidas ao espaço e ao tempo?

# Como os discursos e práticas espaço-temporais são usados na ação social?

#Harvey: mudanças nas qualidades objetivas do espaço e do tempo podem ser, e com freqüência são, efetuadas por meio da luta social.

Tempo: foge ao ritmo 'natural'. Segue o ritmo dos relógios, da fábrica, do ciclo da mercadoria. Tempo disciplinado com espaços demarcados: ponto,
multa, prisão, hábito, necessidades criadas,...

# mapeamento como possibilidade de apropriação do espaço (mesmo virtual).

# Guerra como estratégia espacial. E a resistência?


sexta-feira, janeiro 09, 2004

texto e comentário sobre BLOGS - das listas de discussão




O texto:

BLOGS


Charles Kiefer - escritor

Todo produto cultural - ainda o mais alienado e superficial - oculta na sombra da aparência a massa sólida e substanciosa que o projeta. A um olhar rápido, e que não penetra a matéria observada, os blogs não passam de 'trenzinhos elétricos de diversão do ego', nos quais adolescentes desorientados estariam fazendo mera catarse, como têm dito aqueles que condenam, geralmente sequer sem conhecer, essa nova forma de expressão.

.:: segue no [bloglab]

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[sozinha desde ontem]


estou na faxina...

only.... when the moon is in the seventh house and Jupiter aligns with Mars

update 15:30: lavei, lavei e lavei. Pelo menos nenhum dos chegantes poderá dizer que as instalações de lazer não estão com PH correto.

Yshana caiu na piscina de novo. Desta vez eu tive de pular. Sorte foi os 33 º que impediram que eu e ela tivessemos um treco.

update 17:30: os bárbaros estão chegando!


quinta-feira, janeiro 08, 2004


[por aqui]


Estou conseguindo levantar semi cedo e já perdi aquela palidez de programador de computador. Terminei de ler o LANDOW e agora vou escrever um pouco, antes de reatacar o BAKHTIN. É preciso produzir enquanto as sinapses estão ligadas numa certa sintonia.
Caminhei para o norte, por dentro da cidade, pelos cantos ainda semi-selvagens onde as ruas são caminhos e não existe ainda a cordilheira de concreto. Achei alguns espécimes sobreviventes das velhas casas de praia.
Quando eu conseguir por as mãos na câmera digital da minha irmã, pretendo fotografá-las, antes que desapareçam para sempre. Ler Proust me atiçou este terror de esquecer as coisas e as pessoas. Que elas de repente desapareçam como se nunca houvessem existido.

Vou para o sol..............................

por aí...


Ontem não vi o mar, pelo menos de perto. Como tinha umas coisas para fazer, refiz o esquema antigo de por o necessário no chapéu e sair. Caminhei por exatas 1 hora e sete minutos, com seis minutos de intervalo no banco. Não liguem para estas numerações todas. Ninguém sai de um curso de engenharia imune a certas manias quantitativas.

Iniciei andando para o norte, mas voltei por que avistei um carro da telecom na frente da casa e achei que não ia ser legal se eles não encontrarem ninguém. Mas era na casa da minha mana a coisa e resolvi quase sem parar de caminhar. Aí decidi ir para o lado da civilização. O sol já estava forte e me abriguei na sombra dos edifícios, aqueles monumentos de mais de cinco andares, erguidos em honra da falta de critério no planejar uma cidade. Uma serra do mar de concreto que se estende à beira mar do posto 68 para o Sul.

Caminhei até a divisa de Atlântida, fazendo umas voltas para conhecer as ruas interiores. O centro de Capão da Canoa tem um cheiro que poderia ser chamado de pipocadocecrepecervejadeontem. Não mudou muito desde o verão passado, com excessão da parte que tinha sobrado do antigo Hotel Rio Grandense, que agora não existe mais, conforme era.

Eu ainda guardo na memória o centro de Capão que conheci quando criança. O centro dos centros, pois era de Capão e de todas as prainhas vizinhas. Lugar do passeio das famílias à noite. O povo até se arrumava um pouco para andar no centro, comer pipocas sentados naquele banquinho de madeira que rodeava toda a praça. Naquele tempo o Hotel Rio Grandense ainda era de madeira.

Uma vez, para desespero de meus pais, eu desfilei com a minha galinha de estimação embaixo do braço. Eu levei escondido deles e fui caminhando um pouco atrás. Ela era mansinha e eu a enrolei num cueiro das bonecas. Meus pais acharam estranho as pessoas olharem e morrerem de rir, assim que eles passavam e resolveram olhar para trás. Ainda bem que não eram de frescura e a Cocó pode passear tranqüila.

Hoje a moda é andar com aqueles ratões americanos pela coleira. Estes dias eu quase saltei pra cima de uma prateleira quando uma neoburg entrou com um no mercadinho. Tenho uma certa fobia de ratos.

Bueno, voltando à caminhada de ontem. Retornei pela Paraguassú para matar a saudade do cheirinho de escapamento de carros. Parei no banco, peguei uns trocos e voltei para casa fazendo voltinhas pelas ruas de dentro.

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quarta-feira, janeiro 07, 2004


[quem está por aqui para pensar junto?]


"Nas sociedades socialistas nas quais se instaurou a comunicação entre os que sabem e os que não sabem, o socialismo transformou-se em burocracia. Ele (Broccoli) utiliza a palavra comunicação no sentido em que usamos transmissão, ou seja, um sentido unidirecional que vai do emissor ao receptor. Esta comunicação é um instrumento de ideologia, é uma relação pedagógica que representa como socialismo o que, na verdade, é burocracia.
O ideólogo pedagogiciza a ciência na medida em que ensina aos outros seus conhecimentos e descobertas, reforçando assim a separação da sociedade que,entende ser natural e eterna. Frente a esta e a outras ideologias se colocam diferentes reações. Uma forma de reação é ignorar a existência da ideologia, fazer da ciência uma ciência objetiva e neutra. Outra forma é assumir a realidade como totalidade e desvelar a ideologia." (trecho de um trabalho meu sobre o livro Marxismo y educación, de Antonio Broccoli)

Outra ...

Reli parte deste trabalho, pois andava pensando sobre a dimensão comunicativa da educação e, também, sobre a dimensão educativa da comunicação. Suas intersecções, onde se mesclam, onde se afastam. Como isso vem sendo pensado na comunicação e na educação. As diferenças, as singularidades, as aproximações, os afastamentos, ...



[cartas]


Uns anos atrás e uma mãe em quase férias não receberia coisas do tipo:

----- Original Message -----
From: Lucas Gutierrez
To: ssguti
Sent: Tuesday, January 06, 2004 10:51 AM
Subject: Re:

Como eu seco a roupa depois de lavar? Torço? A secadora funciona? Como eu passo roupa? SOCORRO!!!


Respondo?




[o tempo e o vento]


passando... Um mar prateado, hoje, com o sol meio tímido das 7 da manhã. É... consegui me ejetar da cama mais cedo. Mas o vento continua...
Quase termino o LANDOW. Fica o finzinho para amanhã.
Agora vou nanar relendo Proust,não sem intenções, pois ele já fez parte do meu projeto. Ontem topei com esta passagem, quando ele olha a praia de Balbec pela vitrine que é a janela do restaurante e, ao mesmo tempo, é olhado pelos pequenos burgueses, que comprimiam seus narizes no vidro:

"(uma grande questão social, saber se a parede de vidro protejerá sempre o festim dos animais maravilhosos e se a gente obscura que olha avidamente de dentro da noite não virá colhê-los em seu aquário e devorá-los)."

06/01/2003


segunda-feira, janeiro 05, 2004


[arriba a saia]


Tentar ler o LANDOW ao som do Arriba a Saia é uma tarefa e tanto. Ler e fazer relações num texto em inglês exige de mim uma concentração maior.
Minha mãe e minha mana são movidas à forró. A gurisada vai de hip hop motherf*cker coisa e talz. Eu, que enterrei meu coração em woodstock, sofro. Como sofro.
Se, na minha vez de escolher o CD, coloco Dire Straits, a gurisada até engole, mas os pós-40 gritam. Se suavizo e coloco Carpenters ou Lulu Santos, acontece o contrário. Então, Eagles ou The Smiths, nem pensar, me meteria em fogo cruzado.
Portanto, se eu não arribar a saia, vou escutar o arruma a mala aê. Se bem que aquela do sequestraram o Tonho me deu uma idéia malévola em relação aos CDs da mãe...
Afinal, pipol, volto para o LANDOW, ao som de "mas, de quem é este jegue". ai...


domingo, janeiro 04, 2004


[curiosidades]


No momento da virada de ano, meu filho chamou: -Vem pra cá, Alternativa... (ele me classifica assim, às vezes).
Ele chamou porque, enquanto a maioria estava em cima ou embaixo de mesas e cadeiras comendo lentilhas, eu escolhi tirar os sapatos e ir para o meio do gramado ficar sob o céu estrelado, sentindo o vento no rosto e a grama úmida e macia nos pés. Gosto de por os pés no chão, na terra, tendo por teto apenas as estrelas. Me passa uma energia boa, uma espécie de taz com o universo.

Recebo uma agenda de aniversários por e-mail, que vem com horóscopo e outras coisas. Fazia horas que não lia.
Hoje, me deu curiosidade e fui espiar o que dizia o meu horóscopo para a virada do ano.

Dizia isso:
"Tenha os pés no chão e a cabeça nas estrelas. Só assim seu coração estará no centro."
Espero que isso funcione para alguma coisa boa J



[quase]


Minha cadelinha parece o Mr Magoo. Anda se salvando dos obstáculos do caminho. Porém, ontem, a profecia da mãe deu certo.
Eu ouvi o grito, saltei da cadeira e consegui velocidade suficiente para aparar a magoozinha no ar, antes que caisse na piscina.
Chegou a molhar as patinhas da frente.
Consegui, também, frear a tempo de não cair na água fria.

O inverno de janeiro continua. Sol e vento de dia. Frio e vento de noite. Esta madrugada, tive que trancar a janela com uma toalha para ela parar de bater.
O vento é uma constante aqui no sul. Incomoda, mas penso que a calmaria nos assusta mais.



[a casa começou a esvaziar...]


Esta semana vai ser o teste que vai determinar se posso ter quase férias ou não. Depende de mim e da cadela :/

Quase terminei de reler o LANDOW e quase terminei de acertar os primeiros movimentos da dissertação, da parte já escrita. Tempo / espaço, rotas, escolhas. Mostrar as escolhas e fazer as relações. Isso tem de ser na mosca. Aberto, mas com os ventos mais ou menos calculados.

Acho que vou ter de ler aquele livro do Derrida sobre Marx. Espectros andam rondando por aqui, tb.


sábado, janeiro 03, 2004


[a grande família]

Dizem que é no balançar da carroça que as melancias se acomodam. Pois foi isso que aconteceu em relação às camas, ou à falta de. Liguei para POA e pedi minha barraca. Tenho uma daquelas pequenas. Batizei ela de Hotel Califórnia. sabe... you can never leave...
Está lá no pátio e foi disputada pelos casais mais novos, para horror do pai que estava equacionando algo do tipo: gurias e gatas para cá, guris e cachorros pra lá.
Eu me agarrei na minha cama enquanto as melancias rolavam.

As gatas resolveram se mudar para a casa do lado. Felinos nem querem saber se alguém resolveu alugar sua casa. Parece que estão dormindo com o casal. Minha mana olha os cachorros me seguindo por todo o lado e acho que fica um pouco ressentida com a ingratidão das bichanas.
A tartaruga depois que adotou a piscina e mordeu o nariz do Eric, foi desfenestrada. Ecologicamente. Levaram-na para a lagoa de Capão, à uma distância saudável dos jet ski. Ela partiu feliz para uma ilha de juncos, me contaram.

Y'shana está doente. Tive de ir ao veterinário e ela está tomando antibióticos. Se não resolver, vou ter de levá-la à Porto Alegre para fazer uma ecografia.

Resolvi tomar cerveja no almoço. Resultado: destruí meu estudo da tarde. Bela maneira de começar o ano.

O estômago do meu cunhado tem o timer adiantado em uma refeição, então sempre tem algo cozinhando ou sendo preparado. Desta parte me escapei, mas fui condenada à louça da noite. E, penso eu, me sacanearam. Hoje havia duas facas em cada lugar. Uma para cortar o pão e a outra para passar o que quer que fosse. Explicação: uma tem serra, mas é pontuda (assassinamente pontuda, diga-se na corrida) e a outra é redonda, mas não corta.
Achei uma injustiça lavar o dobro de facas.

sexta, 02/01/2003


quinta-feira, janeiro 01, 2004


[2004]

Acordei sem ressaca. Alias, nem poderia ter. Não bebi quase nada. Passei de ano meio rabugenta. Me deu saudade da virada do milênio, que passei sozinha na beira do mar e sem ninguém saber onde eu andava. Naquela vez, sai de Porto Alegre pelas 22h e rumei para o litoral. Quando o relógio marcou poucos minutos para a meia-noite, taquei o carro na areia, num lugar deserto qualquer. Tirei os tenis, soltei os cachorros e esperei. Naquela ocasião, talvez eu buscasse alguns pontos de apoio, alguma luz, alguma coisa... como sempre.
Mas foi bom.
Ontem, vendo os pequenos rituais em volta, uma família feliz que não precisa pedir nada, fiquei constrangida. Não sei bem porque. Alguma coisa de constrangedor nestas diferenças todas. Alguma coisa de absurdo no sentir-se assim, também. Sempre meio out sider... em qualquer lugar.
Como disse meu filho ontem: -Vem pra cá , Alternativa...