sexta-feira, janeiro 30, 2004


[aparências]

Andei relendo alguns posts anteriores e tentando fingir que não me conhecia. Uma tentativa de me ler como outra pessoa me leria. Tirando para o lado o que se poderia psicologizar deste voyeur de mim mesma, fica a constatação dos muitos sentidos que podem emergir do mesmo texto, das imagens ou falta de, do imaginário de cada um. Esta posição de se colocar fora, que Bakhtin diria exotópica, não é assumida sem dores e sem conseqüências. É essencial num certo momento, para situarmos as coisas. Talvez, para ver além do texto, para ler o contexto, mesmo que parcialmente.

Mas, cá entre nós, foi terrivelmente Paty aquele:

"Yshana caiu na piscina. Só a mãe estava no pátio e, como já não corre tão rápido, não conseguiu impedir o mergulho. Quase teve que pular atrás.
Legal é que descobrimos que ela ainda nada. Estilo submarino, com a cabeça submersa, mas nada.
Se esta cadela não morrer neste verão, não será por falta de tentativas. Ontem ela alcançou uma caneca onde a mãe havia colocado a gordura da fritura dos bolinhos de chuva e comeu toda. Claro que passou mal, né. E justo em cima do tapete que é os den-den do pai. "


As palavras piscina e tapete sugerem um certo contexto, penso eu. Cheguei a me ver pintando as unhas ao lado de um coquetel colorido, de roupão cor-de-rosa. Ou saltitando atrás de uma poodle cheia de frescura.
Seria legal saber a imagem que alguém construiu antes de ver esta real. Porque a real é a imagem aí do lado. Um canto legal e nada mais.

:: btw: não tô na foto :)

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