quinta-feira, janeiro 08, 2004

por aí...


Ontem não vi o mar, pelo menos de perto. Como tinha umas coisas para fazer, refiz o esquema antigo de por o necessário no chapéu e sair. Caminhei por exatas 1 hora e sete minutos, com seis minutos de intervalo no banco. Não liguem para estas numerações todas. Ninguém sai de um curso de engenharia imune a certas manias quantitativas.

Iniciei andando para o norte, mas voltei por que avistei um carro da telecom na frente da casa e achei que não ia ser legal se eles não encontrarem ninguém. Mas era na casa da minha mana a coisa e resolvi quase sem parar de caminhar. Aí decidi ir para o lado da civilização. O sol já estava forte e me abriguei na sombra dos edifícios, aqueles monumentos de mais de cinco andares, erguidos em honra da falta de critério no planejar uma cidade. Uma serra do mar de concreto que se estende à beira mar do posto 68 para o Sul.

Caminhei até a divisa de Atlântida, fazendo umas voltas para conhecer as ruas interiores. O centro de Capão da Canoa tem um cheiro que poderia ser chamado de pipocadocecrepecervejadeontem. Não mudou muito desde o verão passado, com excessão da parte que tinha sobrado do antigo Hotel Rio Grandense, que agora não existe mais, conforme era.

Eu ainda guardo na memória o centro de Capão que conheci quando criança. O centro dos centros, pois era de Capão e de todas as prainhas vizinhas. Lugar do passeio das famílias à noite. O povo até se arrumava um pouco para andar no centro, comer pipocas sentados naquele banquinho de madeira que rodeava toda a praça. Naquele tempo o Hotel Rio Grandense ainda era de madeira.

Uma vez, para desespero de meus pais, eu desfilei com a minha galinha de estimação embaixo do braço. Eu levei escondido deles e fui caminhando um pouco atrás. Ela era mansinha e eu a enrolei num cueiro das bonecas. Meus pais acharam estranho as pessoas olharem e morrerem de rir, assim que eles passavam e resolveram olhar para trás. Ainda bem que não eram de frescura e a Cocó pode passear tranqüila.

Hoje a moda é andar com aqueles ratões americanos pela coleira. Estes dias eu quase saltei pra cima de uma prateleira quando uma neoburg entrou com um no mercadinho. Tenho uma certa fobia de ratos.

Bueno, voltando à caminhada de ontem. Retornei pela Paraguassú para matar a saudade do cheirinho de escapamento de carros. Parei no banco, peguei uns trocos e voltei para casa fazendo voltinhas pelas ruas de dentro.

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