quinta-feira, janeiro 08, 2009

Ano da França no Brasil


Os Burgueses de Calais
)) Os Burgueses de Calais, foto no Museu Rodin em 29/06/2008.

2009 será o ano da França no Brasil, bem quando 2008 foi o o meu ano na França. Minha estada de um mês em Paris, principalmente, me transformou em mais uma apaixonada pelo país. Isso foi digno de nota para mim, porque nos meus sonhos de viagens a França nunca havia sido uma prioridade.

Porém, como hoje mesmo comentei lá no Marmota, planos não são fáceis, nem acessíveis, nem adequados para todo tipo de pessoa e, além disso, planos costumam quebrar com uma regularidade surpreendente. Assim, a França entrou na minha vida por acaso. Casualmente, quando é lançado o ano da França no Brasil. :)

Deste modo, estou olhando para todo este planejamento com um outro olhar. Para julho, está prevista a mostra de obras de Camille Claudel e de Auguste Rodin no Museu Oscar Niemeyer. As obras foram selecionadas por especialistas do Museu Rodin.

Em Paris, tive oportunidade de visitar o Museu Rodin durante uma mostra de Camille Claudel e, por isso, penso que esta mostra no Brasil será imperdível.

Mas a programação do Ano da França no Brasil se insere no contexto do grande trabalho que o Ministério da Cultura vem fazendo. A mudança que fizeram e consolidaram no portal sugere uma opção por um outro paradigma no trato com a informação.

Comprovei isso nestes últimos anos, nos quais venho acompanhando o feed do MinC. A divulgação de projetos, notícias, editais é clara, frequente e completa. Por exemplo, está para sair o edital para novos Pontos de Cultura em São Paulo e já está disponível o cadastramento online de projetos para produtores e artistas.

O ano da França no Brasil foi a oportunidade de falar sobre o MinC, cujas programações, projetos e notícias são de interesse para os educadores, sobretudo pelas muitas oportunidades de projetos que elas trazem.

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terça-feira, janeiro 06, 2009

Sobre Gaza



Israel and Gaza -33, foto postada por Amir Farshad Ebrahimi.


Nos últimos dias me vi compelida a escrever e escrever sobre o que está acontecendo em Gaza. Movida pelo clamor da injustiça e por tudo o que tem me chegado por meio dos blogs, twitter, email.

E, neste processo de mobilização, não deixo de sentir a contradição que é saber que o que ocorre em Gaza é o modo de vida de muitos lugares. Que um quase tão poderoso, porém bem menos visível, massacre se processa em muitos cantos do Brasil, por exemplo.

E, além disso, reconheço a precariedade do que eu poderia escrever sobre o movimento histórico que toma visibilidade no que ocorre hoje em Gaza. Me faltam conhecimentos específicos, conhecimentos estes que os que vem acompanhando a situação nos últimos anos possuem.

Assim, respondendo em parte ao que me foi solicitado neste sentido, tenho procurado fazer o que me é possível, indicando as fontes que eu penso ser confiáveis e consistentes:

Biscoito Fino - Idelber Avelar >> Palestina Ocupada
Amálgama - Daniel Lopes

Eles vem fazendo profundas e contextualizadas reflexões e bem informando.

Indico, também, os blogs que estão publicando direto de Gaza:

In Gaza
Moments of Gaza

E sobre a cobertura da midia brasileira:

Diário Gauche

update: Venezuela expulsa a embajador de Israel

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domingo, fevereiro 03, 2008

John Barlow explica o fenômeno Orkut no Brasil


José Murilo, do Ecologia Digital, publica vídeo que estava guardado desde a época do Seminário Interncional sobre Diversidade Cultural, promovido pelo MinC e pela OEA em setembro do ano passado. No vídeo, John Barlow, fala sobre a rede e o fenômeno do Orkut no Brasil. Recomendo!

Link

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quarta-feira, setembro 07, 2005

outro sete de setembro


ou de como a nossa ( ) in ( ) dependência vem tentando (ou não) acontecer.

Conta a história da história que o nascimento de Cristo não foi em 25 de dezembro, que foi um pouco antes, lá por abril. Lá vai a ciência desvelando mais uma mentira famosa. Conta que a Igreja, para dar um empurrãozinho no cristianismo colocou o Natal bem na data de uma festa pagã popular. Sabe como é, festejando juntos, aos poucos os festejos e as festas se identificam e se diluem uma na outra. Foi assim que a festa do sol virou natal.

Foi mais ou menos assim que o sete de setembro marcou a independência do Brasil. Não que alguns fatos , o grito no Ipiranga, a separação legal do Brasil de Portugal etc., não houvessem ocorrido, porém faltou a essência da coisa: a independência. Aliás, a verdade, como no caso da data do nascimento de Jesus, não era importante. Importante era a forma que lhe foi dada.

Já nos disse Debord (1997, p. 18) que quando o mundo real se transforma em simples imagens, as simples imagens tornam-se seres reais e motivações eficientes de um comportamento hipnótico. E a nossa independência é uma imagem tantas vezes recriada que temos como dado aquilo que precisa ser construído.

No Brasil do século XX, conviveram e lutaram entre si três projetos de desenvolvimento e de sociedade (FRIGOTTO, 2004 ; FIORI, 2002): liberalismo econômico, nacional desenvolvimentismo, desenvolvimento econômico nacional e popular. O primeiro, baseado no ajuste fiscal, na redução do Estado, esteve (está?) recentemente atuante, dando sustentação ao governo de Fernando Henrique Cardoso; o segundo, foi o expoente da era Vargas, com seus avanços e suas mazelas e cuja legislação trabalhista vem sendo posta em questão hoje. O terceiro, o plano de construção de uma nação soberana que se relacione internacionalmente em autonomia, considerando a nossa história e valorizando nossa cultura e valores, nunca esteve no poder. Esperava-se que chegasse ao poder quando assumiu Lula.

Os dois primeiros projetos, cada um ao seu modo, legalizaram a desigualdade e a forma excludente de ser de nossa sociedade. Do terceiro, esperava-se que pudesse por fim à nossa dependência e subordinação ao capital e às suas personificações internacionais. Isso implicaria, entre outras coisas, em rever/renegociar nossa dívida externa ; em implantar uma reforma agrária que evitasse que, num país imenso e deserto, milhões de pessoas não tivessem a oportunidade de plantar e viver; uma reforma social (tributária, educacional etc) que diminuisse o fosso de desigualdade.

Porém, para se tornar elegível, Lula e o PT venderam a alma, estabeleceram alianças indefensáveis, que alguns (e eu entre eles) consideraram estratégicas e que hoje vêm a fazer com o governo e o partido a mesma homogeneização com as forças de direita que a igreja conseguiu implantar, num certo sentido estratégico também, entre cristianismo e paganismo ao alterar a data do nascimento de Jesus. Assim, como que se cria uma direita progressista que apoia Lula e uma esquerda moderada que põe em prática os projetos da direita. Deste estranho casamento surge a conjuntura a que estamos submetidos agora e que não deveria, mas surpreendeu a esquerda que acredita que um outro Brasil é possível.

No meu entender, adiamos mais uma vez a possibilidade de legitimar os festejos de sete de setembro e realizar de fato a nossa independência. A resolução da crise que estamos vivendo vai apontar o tamanho deste adiamento. Cabe a esquerda olhar para trás e ver onde as ações acumuladas romperam o limite da medida e determinaram uma trajetória diferente para o seu projeto. Cabe, também, não se deixar levar pelos oportunismos gerados pelo contexto, os quais a direita mais reacionária vem aproveitando tão bem. Desconsiderar as imagens e evitar o comportamento hipnótico.

O que faz um pesquisador quando o fenômeno estudado remete para um beco sem saída? Além de considerar bem se este sem saída é definitivo, o normal é voltar aos dados , à história e ver onde a trajetória eventualmente se desviou. Não permitir que a aparência encubra a essência das coisas. Porque a realidade não se mostra imediatamente ao homem (KOSÍK, 1976). Por isso, muitas vezes, as pessoas conhecem ou manejam a realidade, mas não a compreendem. A divisão do trabalho coopera para a fragmentação do conhecimento e a visão parcial da realidade imediata e, também, para a aceitação de afirmações que até invertem o sentido das coisas.

Neste sete de setembro, proponho uma reflexão que considere que estamos juntos num país e num mundo onde os bons frutos da nossa prática social e do nosso conhecimento se multiplicam e, ao mesmo tempo, se concentram nas mãos de uma parte da humanidade cada vez menor. Uma reflexão que possa pensar alternativas à partir desta consciência e que possa nos conduzir à verdadeira independência. Uma independência que não é um prescindir do outro, ao contrário, uma independência que parte da consciência de nossa interdependência como seres humanos e da autonomia como imperativo ético.

update 12:10 >> vamos as referências:
DEBORD, G. Sociedade do espetáculo Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
FIORI, J. L. Nome aos Bois. Instituto da Cidadania. São Paulo, Fundação Perseu Abramo, 2002.
FRIGOTTO, G. Brasil e a política econômico-social: entre o medo e a esperança. Trabalho necessário. ano 3 n. 3 Rio de Janeiro: UFF, 2005.
KOSÍK, K. Dialética do concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.

update 12:25 em diante >> outros posts dos blogleft:
:: Nós na Rede - Ações coordenadas de blogagem coletiva, projeto que nasceu da Blog-Left (copiei da Elenara) >> a qualquer momento deste batday.
:: Pátria - Afonso
:: Sete de setembro com Nós na Rede - Elenara
:: Hoje é feriado, mas eu trabalho - Lixo tipo especial.
:: Ode ao umbiguismo - Monicômio
:: Independência ou Morte - Túlio Vianna
:: O que significa independência hoje - Stuck in Sac
:: Independência e Corte - Lucia Malla
:: O país do swing é o país da contradição - Denise Arcoverde
:: Independência ou Maya - smart shade of blue
:: Às margens do Ipiranga - NCC
:: Te amo mesmo assim - Pensar Enlouquece
:: Como mulher de malandro - Contra o Consenso
:: Repensando a independência - Cynthia Semíramis

update 15h >> outros blogs que aderiram, coletado pela Denise:
:: Brasil - À Francesa
:: Brasil - Pelo Cordão - C.O.S.F. Com o sotaque francês
:: Design brasileiro - Básico e Necessário
:: Dia da independência do Brasil - Nutriane
:: Independence Day - Chez Moi
:: Liberdade, Liberdade - Encontros do Cotidiano (minha mãe)
:: Meu País - Papel Maché
:: Onde cantam os sabiás... - Tudo Pode Acontecer
:: Pátria Amada!!! - Entre Dois Mundos
:: Sete de Setembro - A Sopa no Exílio
:: Sob o mesmo céu - Macaxeira Blues

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domingo, julho 10, 2005

Mensalão e a encrenca onde se meteu o PT


Tem gente perguntando porque ainda não falei sobre isso.
Pois é, ainda não tive coragem :(

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terça-feira, junho 28, 2005

Governo brasileiro recebe Negroponte amanhã


SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe amanhã o coordenador do Media Lab do Massachusetts Institute of Technology -MIT, Nicholas Negroponte.... (Edileuza Soares, do Plantão INFO)

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sábado, junho 18, 2005

Roberto Jefferson e os blogs


Pesquei esta via Bloglines >> Elisa:
Primeiro, pra quem ainda não leu, vale muito a pena das uma espiada na última coluna da Cora Rónai para O Globo, publicada como sempre no InternETC. A naturalidade com que Roberto Jefferson se referiu ao blig do Noblat, no seu primeiro depoimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, foi percebida pela Cora como emblemática do "triunfo nos blogs"!
Sigam os links que a Elisa aponta, é bem interessante :)

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sábado, junho 04, 2005

Notícias do 6º FISL


Notícias garimpadas enquanto trabalho, já que não pude participar diretamente do evento. Graças por todos aqueles que colaboram!

:: Eric Raymond apresenta tática da OSI - PSL Brasil

:: Jornal Correio do Povo: "Uso do software livre gera polêmica" >> leia no PSL Brasil

:: Debate sobre rumos do Software Livre no Brasil agita platéia - PSL Brasil

:: Presidente Lula manda mensagem ao Fórum Internacional Software Livre - PSL Brasil

:: fotos do evento - fotos do fotógrafo Cristiano Sant'Anna

:: Podcast de Ana Brambilla, direto da PUC (ontem)

:: Fórum debate rumos do software livre no Brasil

A foto é da palestra de Eric Raymond
The Cathedral and the Bazzar
Local: Puc/RS Porto ALegre
Data: 04/06/2005
Foto: Cristiano Sant'Anna/indicefoto.com

update 5/6/2005:
::Os números do 6.0FISL
:: a palestra de Raymond - impressões de Ana Brambilla
Parece que a palestra foi muito polêmica e, me baseando no que a Ana conta, não me admiro que tenha sido criticada pela maioria dos hackers. Raymond parece se render à lógica capitalista que é justamente a lógica que o SL enfrenta.
A contradição de uma cultura realmente livre numa sociedade capitalista está sempre presente quando se pensa estes assuntos. Ser realista, no caso, parece ser assumir que a realidade é imutável e que temos de nos adaptar a ela.
Este processo, que a palestra do Raymond parece evidenciar, cheira a mais uma cooptação capitalista de mais um movimento inicialmente emancipador

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