sexta-feira, outubro 31, 2003


[contradições]

Não sou do tipo apavorado que desmaia ao ver sangue. Consigo me comportar bem em emergências e ajudar. Porém,....
Detesto ver o MEU sangue. Destesto tanto, que ele nem sai quando é necessário para exames, como os de hoje. A enfermeira levou horas para extrair uma reles seringa. Eu já tinha notado isso uma vez que doei sangue. Naquela ocasião, desistiram de mim depois de um tempo.

Estou relendo o Harvey (Condição Pós-Moderna), sob uma outra ótica: focando as minhas questões de pesquisa e fazendo um paralelo ou, até, um cruzamento onde as reflexões se aproximam.
Lá onde ele fala da busca pós-moderna pela instantaneidade, pelo impacto na supressão do tempo que, quase sempre, implica numa falta de profundidade, pensei nos blogs. Um post tem este apelo do instantâneo, em alguns casos, uma competição pelo furo, pela vanguarda na informação. Por outro lado, os arquivos remetem a historicidade, sempre resgatável, que mostra a forma e o conteúdo do processo.
Cabe aqui ao autor/leitor estabelecer a relação que permeia esta contradição. Se um determinado post é superficial, muitas vezes ele é retomado posteriormente num outro post, numa nova síntese provisória.


quinta-feira, outubro 30, 2003


[fragilidade]

É passar um dia no hospital fazendo uma montanha de exames, verificando coisas que nem se sabia que existiam :/


terça-feira, outubro 28, 2003


[definitively sick]


sick of everything, mainly of the small things ...


segunda-feira, outubro 27, 2003


[as TEI na escola e a questão do público/privado]

No sentido de comentar as reflexões postadas pela Mara, gostaria de levantar as duas questões que entendo serem as principais no seu post e colocar alguns pensamentos meus, ainda que de forma incompleta. Uma se refere a influência / implicação da tecnologia e seus usos na cognição humana e nas formas de aprender e se relacionar com o conhecimento. Outra questão é um possível novo estatuto de público/privado na sua intersecção com o uso de tecnologias.

:: bloguei isso lá no [zaptlogs] e deixo aqui o caminho



[experiência]

Ontem mesmo li, num trabalho acadêmico, sobre a questão do olhar do pesquisador. Da importância de saber, situar , de certa forma direcionar este olhar sobre o objeto de pesquisa (eita expressão que pode congelar as coisas). Um dos argumentos mencionados foi a possibilidade do envolvimento, seus prós/contras, os graus de proximidade, ... Estas coisas e muitas outras me vieram à mente quando, hoje, li o post do Sérgio, que reproduzo, em parte, abaixo. Deixo para quem ler na íntegra fazer as ligações que estou fazendo aqui e que, depois, penso comentar.

Amanhã (27/10/2003) fará um ano da eleição do LULA, da alegria e euforia original ainda restam muitas esperanças... Posso afirmar que o Brasil mudou, um pouquinho para melhor... depois falo mais sobre isto.

Fará também 1 ano da eleição da garotinha governadora aqui no RIO, lamentavelmente nada mudou, e mais do que isso, muita coisa piorou...Hoje (26/10/2003) tive uma experiência brutal e aterradora, que é está no meio de uma gerra civil não anunciada...

Domingo 18:30h, após passar o dia em minha residência levava meu pais de volta para casa (Baixada Fluminense) quando uma fechada, dois jovens brancos, boa aparência saltam com fuzis(isto mesmo fuzis) e pistola à mão param o trânsito e anunciam (força de expressão) o assalto ao carro da frente(POUCO MAIS DE 3 METROS à MINHA FRENTE) (...) - Sérgio Lima





[Quem paga a conta do softwre livre?]


Há quem pense que software livre é diletantismo. Não é bem assim, há muita gente escrevendo software de 9 às 6, alguns até de gravata, em empresas públicas e privadas. Entenda porque.

Ricardo Bánffy

Outro dia, em uma palestra na Assembléia Legislativa sobre o uso de software livre na administração pública, eu ouvi, pela ducentésima vez, alguém perguntar de onde, afinal, vem o dinheiro para custear o desenvolvimento de tantos programas.

Não fiquei surpreso por ouvir a pergunta. Mas fiquei muito surpreso que as primeiras respostas não dessem conta de alguns fatos importantes. Me senti compelido a pedir o microfone à mesa e colocar, eu mesmo, por terra os temores do meu colega.


:: interessante artigo da Webinsider
:: leia na íntegra


domingo, outubro 26, 2003


[ANPEDINHA 2004]

Recebido na lista de discentes do PPGEDU / UFRGS.
Informamos prazo para envio de trabalhos para ANPEDSUL (Anpedinha).

Prazo para envio de trabalhos: 06 de novembro até 06 de dezembro de 2003
Local do Evento: Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR
Período do Evento: 27 a 30 de abril de 2004

Os interessados poderão ter acesso ao programa na página do evento http://www.pucpr.br/anpedsul

A professora doutora Marilda Behrens, Coordenadora do PPG da PUCRS, informou que o folder da ANPEDINHA encontra-se na gráfica em fase de finalização.

Comentário: Um ano de antecedência para a entrega de um trabalho para apresentação é um prazo que, em determinados tipos de trabalho, implica na possível desatualização do próprio trabalho. Principalmente considerando os assuntos ligados a tecnologias informatizadas.

ops... a anpedinha mudou de data...


sábado, outubro 25, 2003


[por aí]

Organizando outros espaços, lendo, escrevendo e dando uma geral na estrutura dos blogs e de outros projetos. Colaborando, também: no nascimento do Relendo os Clássicos Brasileiros, blog da disciplina de mesmo nome do PPGEdu, projeto da Mara e da Carmen.
Vamos ver como a turma se sai blogando suas reflexões sobre os clássicos, burlando os estatutos do espaço-tempo, atravessando as possibilidades, mapeando as permanências.


quinta-feira, outubro 23, 2003


[RSS, blogs e conhecimento]

Uma interessante reflexão do Ronaldo, que vem enriquecer o que andamos trabalhando esta semana no [zaptlogs].
Um trecho:
Foi interessante notar quanto do meu conhecimento e atualização diários partem de uma única ferramenta. Por mais triviais que sejam as entradas que eu leio, muitas vezes elas me conduzem para outros locais onde informação—de qualidade—pode ser encontrada. E, na verdade, entradas triviais são uma minoria. Mesmo sites com propósitos meramente pessoais hoje contém uma riqueza de conhecimento que antes era impensada.


dias difíceis


Drenam nossas energias para outras paragens...

Dias difíceis, geralmente, se entrelaçam a outros dias difíceis. Caldo de emoções, grandes, pequenas e as muito pequenas. Mesquinharias, invejazinhas, rancorezinhos, juntos fazem um estrago.

A notícia boa é que dias difíceis também tem 24 horas, embora o coração possa bater mais, ou menos durante elas.

E... novas são cada manhã...


terça-feira, outubro 21, 2003


[navegar é preciso]

ou, ... o que existe entre as margens e a beirinha.

Na praia, meu pai costumava dizer:
-Pode entrar, mas fica na beirinha.
A beirinha era o local das crianças, dos veranistas de fim de semana e de quem não soubesse nadar, local possivelmente seguro, como todas as beirinhas o são na maior parte do tempo. Quem já viu uma onda de mais de dois metros se erguer num local com não mais que quarenta centímetros de profundidade, sabe o que um determinado vento ou corrente pode fazer de repente. Não existe segurança absoluta.
Alguns posts atrás, falei sobre o que chamo de paradigma da beirinha ou em como navegar por áreas de segurança (!?). Naquele post falo das margens, mas não aprofundo muito a idéia. Hoje, li na Nova-e uma referência àquele post na coluna do Paulo Bicarato, cuja leitura me inspirou a seguir a reflexão.

Paulo Bicarato fala na transgressão/subversão como ação desvinculada da reflexão crítica e do conhecimento. A agitação em vez da ação estratégica. E finaliza com parte daquele meu post, como um cutucão no debate.
Relendo o que escrevi, penso que existem algumas idéias que podem ser melhor explicitadas e algumas questões socializadas. No post eu falo em margem e em beirinha como espaços de ação dos novos movimentos sociais. E é nestes conceitos que gostaria de fazer algumas considerações.

A margem de um sistema é como a margem de um rio: ela não é rio, é outra coisa. A margem de um sistema é (são) outro(s) sistema(s); a margem de um paradigma é (são) outro(s) paradigma(s). A beira de um sistema situa-se no próprio sistema, mas na margem de outro, assim como, a beira do rio, aquele trecho onde as águas são rasas, situa-se dentro do rio, às margens da terra.
Margens e beiras são pontos próximos de fronteiras. Fronteiras que podem ser atravessadas. A transgressão/subversão podem estar presentes nestas travessias.
É prudente e estratégico conhecer o rio que se pretende atravessar. A própria decisão de realizar a travessia implica em conhecer a terra onde se está e a terra para onde se quer ir. Conhecer/aprender no sentido de perceber, reunir informações, interpretar, compreender, avaliar, pensar caminhos, num processo aberto e inacabado.

Por aí que é importante chegar às margens, experimentar a beirinha, mas não tentar fazer delas ou nelas ponto final. Até porque margens e beiras não são estáticas. Sistemas, também, não são. Fronteiras são mutantes, embora a nossa insistência aduaneira.
Fronteiras onde os limites são faróis e não barricadas. Fronteiras, como Boaventura de Sousa Santos fala, onde se vive nas margens sem viver uma vida marginal.
Margens ou beiras onde se aprende a nadar ou a construir barcos. Não qualquer estilo ou qualquer barco, mas os que possam nos levar para a outra margem do rio.
Naquele post, o quê eu tentei expor, e que Ellen Wood aprofunda no seu livro, é que o barco de Morin é bom para navegar na beirinha, mas o barco de Marx ainda é o barco para nos levar para o outro lado.



[o windows e os transgênicos]


Ou seria Bill Gates e a Monsanto?
Gostei disso:
"Se você tem um computador em casa ou no trabalho, há mais de 90% de chance de que ele funcione com o sistema Windows. Está pronto, então, para entender o que são os transgênicos. Basta imaginar um futuro próximo em que as verduras, frutas e cereais serão tão controlados quanto um Word ou um Outlook Express (...) a cada nova semente plantada representará um custo para o agricultor. Ao estancar a reprodução espontânea da vida, a empresa obriga o agricultor a comprar grãos a cada nova safra. "Esse é o verdadeiro objetivo dos que criam transgênicos: o aumento de produtividade é apenas uma desculpa." (Jorge Pereira Filho e Daniel Merli, 2003-10-20)


:: leia o texto na EconomiaNet




[horário de verão]


Acho que estou com problemas de parafuso horário.................................


domingo, outubro 19, 2003



[produzindo]

Fim de semana de estudo :) Consegui por em dia algumas leituras e dar o empurrão inicial na próxima fase do [zaptlogs]. Considerando a abordagem das tarefas/conteúdos/reflexões que temos pela frente e, também, nas que queremos retomar; considerando as aprendizagens feitas individualmente, como grupo e como pesquisadores; considerando as questões de pesquisa e o rumo teórico de minha proposta:

.......... andei refletindo, dando voltas e estruturei, provisoriamente, como sempre, um caminho um pouco diferente.

Para atender a heterogeneidade do grupo atual, vou colocar as atividades sob a forma de blogquests, numa alusão às webquests, mas utilizando os blogs e procurando dar a cada quest um formato que privilegie a autoria/autonomia. São questões abertas que podem ser modificadas, re-postadas, configuradas considerando a quem se destinam e em que momento.
A idéia é trabalhar nelas de modo a que não fiquem num padrão linear, estilo instrução programada. Isso é uma coisa que não sei bem como fazer e penso que o grupo poderá auxiliar.
Já bloguei algumas [zaptquests] de forma ainda provisória. Pretendo testar alguma coisa no próximo encontro no LIES e discutir com o grupo depois.



. btw: liquidei com as minhas costas..............................


sábado, outubro 18, 2003


[spam]

Individualistas e chatos de todos os tipos estão empenhados em destruir um dos mecanismos mais simples e úteis de comunicação: o e-mail. Não tem um dia em que eu não receba, pelo menos, sete ou oito mensagens não solicitadas, entre propagandas, correntes, agiotagem, falcatrua, ... Isso que me dou ao trabalho de por cada um dos endereços, os de fachada e os de envio, numa lista que os deletará diretamente no servidor na próxima vez que tentarem me enviar algo.
Nesta lista, tenho colocado, também, todos os provedores absolutamente desconhecidos ou até inexistentes, todos os emails que tenham no assunto a palavra 'penis' ou 'p1nis' (a nova tentativa deles), todos que contém aquele ridículo sspam, o spam anti-spam do UOL, além dos chatos que insistem em te mandar 70 anjinhos e musiquinhas por dia.
Todos os que vem do Terra (origem), empacoto e mando para o abuse@terra. Se funciona, não sei, mas sempre me respondem. Também, é ridículo receber spam do nosso próprio provedor.
Assim como vendem CDs contendo nossos e-mails catados pela web, poderíamos vender os mesmos CDs contendo um programinha código aberto que bloqueasse endereços adicionados e mais uma lista de spammers conhecidos.

Para quem quiser , mando a minha lista.



sexta-feira, outubro 17, 2003



[apagando a luz]

Na Bolívia, presidente se prepara para deixar o país. Cogita-se se para os Estados Unidos ou Chile. Na rua o povo espera.

. pela rádio comunitária de Rosário, transmitindo ao vivo da Bolívia - 17:45


quinta-feira, outubro 16, 2003


[Governo boliviano começa a rachar]


Espelhando as notícias da CMI Brasil:

Depois de dizer que as recentes manifestações na Bolívia seriam de pouca importância e descartar uma renuncia, o presidente Sanchez de Lozada, chamado de Goni pela população rebelada, está no momento mais dificil do seu mandato. Apesar de ter voltado atrás, e desfeito o acordo para a venda do Gás natural, cerca de 30 mil pessoas foram às ruas de La Paz gritar "Goni, assassino, queremos tua cabeça".

As pessoas saíram em protesto, principalmente, contra a violenta repressão do fim de semana. Apesar da ordem ter sido para controlar a situação a base da metralhadora e da bala, alguns policiais se recusam a disparar. (siga lendo)

.:: escute a rádio livre da Bolívia aqui ou aqui



quarta-feira, outubro 15, 2003


[dia do professor...]


Enquanto os professores necessitarem trabalhar os três turnos do dia, atendendo 27 - 30 turmas de 40 alunos, por semana, em condições precárias de trabalho, não tem sentido falar em educação. Por anos, temos ouvido discursos sobre 'qualidade de ensino', 'direito à educação', e outros chavões, mas a realidade mostra que as condições de trabalho e de vida dos professores, as condições das escolas e da educação decaíram nos últimos 20 anos. Falo da educação pública que é a que atende a maioria da população que pode ir à escola.

As políticas educacionais vigentes no Brasil vêm correspondendo ao que postulam organismos internacionais, tais como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), e, com cada vez mais amplitude, a OMC. Estes organismos sugerem políticas educacionais sensivelmente diferentes para os paises ricos e para os paises empobrecidos. Dentro do discurso ideológico de uma possibilidade de desenvolvimento, desde que obedecidas as leis do capital internacional, propõem aos paises empobrecidos a posição de consumidores no que concerne a ciência e tecnologia. E, na concretização destas políticas, contam com a intervenção da própria educação nacional.

Estas políticas têm como ponto comum a flexibilização que institui na educação a mesma precarização que já se instalou no mundo do trabalho. Reduzem a formação ao treinamento em serviço das habilidades e 'competências' solicitadas pelo mercado. Condicionam a liberação de financiamentos à implementação destes programas

A educação se compõe de atos políticos e é indissociável das decisões políticas que a definem. Como ação política, a educação, que inclui a formação do professor é uma das vias de emancipação humana.

Hoje, quando a formação do professor vem sofrendo as conseqüências da desvalorização da educação como formação geral do ser humano e quando a educação que nos é destinada é a que instrumentaliza para nichos que um mercado flexível abre aqui e fecha ali, podemos constatar que nossas dificuldades, embora a luta e os avanços conseguidos, ainda persistem com muitas semelhanças.

Nesta perspectiva e no caso da América Latina, assumindo a posição de quem olha de dentro deste contexto sofrido, cheio de desigualdades e carências, transformar a educação é parte da transformação da realidade, significa ter esperança e lutar pela emancipação humana. Lutar e manter a esperança crítica que, como diz Paulo Freire, é a condição da solidariedade.

É essa, colegas, a mensagem para todos os nossos dias: ter esperança e lutar. Felicidades!




terça-feira, outubro 14, 2003


[reflexões sobre o 'paradigma da beirinha']

ou, lendo Ellen Wood.
No penúltimo capítulo do livro, "Capitalismo e emancipação humana: raça, gênero e democracia", Wood, falando alguns dos novos movimentos sociais, usa uma frase de Isaac Deutscher (Marxism and The New Left), dos anos 60, proferida em relação ao ativismo estudantil americano da época:
"Vocês estão em atividade efeverscente às margens da vida social, e os trabalhadores estão passivos no centro dela. É esta tragédia de nossa sociedade. Se não enfrentarem este contraste, vocês estão derrotados."

Ellen Wood comenta que este aviso é mais pertinente hoje para a esquerda do que foi para os estudantes naquela época. De uma certa forma, concordo com ela, mas o que me chama atenção na frase de Deutscher é o "às margens". Hoje, numa grande parte dos movimentos sociais,ou até na maioria, abandonou-se a luta para romper/sair do sistema. Fica-se às margens. É o que eu andei batizando de paradigma da beirinha. O discurso radical é usado, apropriado, pasteurizado e... situado às margens. O sistema capitalista é tido como algo dado, natural, perene e desloca-se a luta para vários fragmentos, no máximo às margens.
Quando leio em algum trabalho algo assim: "Segundo Morin, o princípio hologramático, (...) o todo está nas partes e elas estão no todo, ...", apresentado como idéia original, como 'nova idéia', me pergunto o que fizeram de Espinosa, que inspirou o pensamento de Marx, tão bem aprendida por Lukacs e Kosík?
É nestes espaços que floresce o paradigma da beirinha, que vem impregnando uma boa parte dos movimentos sociais.



[em homenagem à segunda]


... feira, é claro!
Terça é o dia que eu trabalho de pijama :)

Programação: começar a escrever a dissertação, isto é, começar a por em ordem o que já está escrito e dar uma estrutura provisória ao texto. Vamos ver quanto tempo eu levo para começar a roer as unhas...


segunda-feira, outubro 13, 2003


[início]

Segunda-feira é o dia dos começos e recomeços. Eu não escapo disso. O fim de semana não foi muito produtivo no sentido das coisas que eu precisava colocar em dia.
Sábado acordei cedo precisando levar meu guri num atendimento de emergência. Febre, náuseas, dores na nuca e uma mãe que se assustou. Uma mãe que hoje se junta ao coro dos Salvem o IPE. Fomos muito bem atendidos no Pronto PUC.
Porém, as diferenças de classe, e não é a classe da carteirinha, se evidenciam inclusive via segregação do espaço. O atendimento pelo SUS fica ao lado e estava vazio, porém com uma placa indicando LOTADO e sem possibilidades de atendimento.
Ficamos tão agradecidos, sejamos do SUS, do IPE, UNIMED, com bom atendimento que esquecemos o quanto pagamos por isso. Aliás, todos se esquecem e agem como se estivessem prestando algum tipo de caridade quando atendem os contribuintes.
Domingo: almoço na casa dos meus pais. O doente levantou lépido e fagueiro querendo estrear a sua recente 'habilitação' no meu carro :( Eu amo o meu carro. Para mim ele não é uma coisa, é quase um membro da família. Assim mesmo concordei. Roí todas as unhas, é claro.
A família rindo da janela quando chegamos e foi um mico estacionar. Depois todos se colocando na postura: tens de emprestar. O carro tem seguro, arrisca e fim.
- O Rodrigo d e s t r u i u o carro quando começou a dirigir! - disse minha irmã.
Questão de classe de novo: na época, o carro foi dado ao Rodrigo. O terceiro carro da família. No meu caso, só tenho este e a franquia do seguro já é uma ameaça considerável. Até li com mais facilidades a Ellen Wood, quando voltei para casa. Falar em fragmentação, identidades múltiplas, realmente, torna opaca a presença constante das questões de classe.
Hoje, ainda acordei com aquele nó no estômago e uma sensação de desgraça eminente. Eita stress !


domingo, outubro 12, 2003


[enquanto isso no Domingo ...]










sábado, outubro 11, 2003


[escritor faz turnê virtual por blogs ]

Para promover seu livro, Screening Party, Dennis Hensley optou por uma versão econômica para a turnê. Ao invés de gastar dinheiro com transporte e hospedagem, faz visitas virtuais as cidades divulgando sua obra. A cada dia ele pode ser encontrado em um blog diferente, dando entrevistas, falando sobre seu trabalho e assumindo os posts daquele blog.

.:: na wired (em português)


sexta-feira, outubro 10, 2003


clique para ver a foto em tamanho natural
[para onde eles olham?]

Uma vista (clique na foto para vê-la ampliada) de uma das conferências da Blogger.Con 2003. A BloggerCon aconteceu no campus da Harvard Law School, em 4 e 5 de Outubro de 2003.
No weblog da Blogger.Con, David Winer pergunta:
- Que querem com seus laptops? Porque não olham para o conferencista? Será que poderemos ao menos tentar fazer conferências que atraiam mais a atençao?

Muito interessante ler as tentativas de respostas nos comentários à este post.

Olhando a foto, me lembrei da mania que tenho de desenhar enquanto presto atenção ema aulas, encontros com a orientadora do mestrado, conferências, etc. Anoto, também, no meio dos desenhos. Esta é a forma como me concentro, embora deixe algumas pessoas inseguras.
Para mim, poder assistir palestras, cursos, aulas com um laptop é poder gerenciar a atenção e colocar os assuntos à minha maneira. Tomando notas, linkando, socializando no blog ou irc. Nas escolas onde até a atenção tende a ser padronizada, um laptop é tão bem vindo quanto os meus desenhos.

.:: mais imagens da conferência por Brian Bell

.:: artigos



[...]

a autoria deve estar naquelas letras miudinhas...



[comentários]


* me irritei, zerei os do blogger e instalei os do haloscan. Vamos ver como funciona.

.... testando ....

update: funcionou e é bem bonitinho :)



[no Smart Mobs]


From PoliticsOnline, September 26, 2003.

Issy-les-Moulineaux, France - PoliticsOnline and the 4th World Forum on e- Democracy announce the results of its second world wide survey recognizing the top 25 individuals, organizations and companies that are having the greatest impact on the way the Internet is changing politics.

In recent years, the Internet and burgeoning information technologies have inexorably altered our body politic, fundamentally changing the way we do democracy. On Friday, at the 4th Annual Worldwide Forum on Electronic Democracy, PoliticsOnline recognized the best of the best -- the innovators and pioneers who blaze the e-political trails.

.:: full article

In the five to watch:

Howard Rheingold
www.rheingold.com
In his book Virtual Community and Smart Mobs, he has written about many of the ideas that have inspired the current changes in politics. Rhinegold has been thinking and writing about the digital future for over 20 years and his involvement dated to The Well and he was the first Executive Editor of Hotwired.




[[zaptlogs] in the XI Seminário sobre Formação de Professores para o Mercosul - Conesul e no mundo :)]

Vejam o que postei no EdBlogger Praxis. Que me perdoem os conhecedores da língua inglesa, mas não posso esperar falar e escrever bem para me comunicar.

In September, 24 to 27, 2003, occured in Santiago, Chile, the XI Seminário sobre Formação de Professores para o Mercosul - Conesul. This seminar involves researchers from Brazil, Chile, Uruguay and Argentina and happens annually in one of the participants' countries and universities. Every year, beyond the presentations of academic works, it is made the evaluation of the research on teacher's formation in the institutions and countries that are part of the group.
The project [zaptlogs] was presented in the table of works on formation of the educator and caused much curiosity. The majority of the people in the seminar was unaware of the possibilities of the technology of weblogs in the education. Many contacts had been made and some seeds had been planted. I believe that, soon, we will hear about weblogs in the Mercosul - Cone Sul.

.:: the paper and presentation (in portuguese)

Suzana Gutierrez
From Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Universidade Federal do Rio Grande do Sul



[comentários]

Decididamente meus comentários foram para o espaço. Ontem ainda tentei algumas estratégias de salvamento, mas nada funcionou, continua dando erro na página.
Vou perder a visibilidade dos comentários dos amigos e isso, de certa forma me fez refletir sobre as razões de se ter um espaço para comentários. Quando coloquei, não foi uma coisa pensada, foi como se ter comentários fosse uma coisa 'padrão' num blog.
Faz um tempo, li no blog do Nemo uma pendenga sobre a necessidade ou não de comentários. Na ocasião, pensei que comentários são um bom lugar para se deixar recados ou se ponderar alguma coisa sobre um post específico. Mas, vai da vontade do dono do blog querer ou não ouvir.
Penso que depende do blog. Este aqui tem um lado social que recebe bem comentários.
Por outro lado, no final de cada post, tem o meu email, então porque ter comentários visíveis? Para dar visibilidade a voz do outro? Para socializar a polêmica? Para mostrar que tem gente interessada no que escrevo?
Daí se entra nas motivações para se escrever um blog e, este assunto, seria interessante dividir com o pessoal do [zaptlogs].


quinta-feira, outubro 09, 2003


roubada da pagina do Dark: http://www.blogdodark.blogger.com.br/
[Banda ORACLE]

Do meu amigo Rafael. Como ainda não pude conferir ao vivo e sabendo como é bom o trabalho do Rafa, fui procurar no site do grupo e achei:


Escutem a ORACLE:

.:: Lost Haven - Música composta pela banda.

.:: Have You Ever Seen The Rain - Cover do Credence Clearwater Revival

Se eles tocarem a SusieQ, fico fã para sempre.

.:: update: a guitarra nos solos e que chora no final de alguns trechos é do Rafael!


segunda-feira, outubro 06, 2003


imagem de http://www.japi.org.br/
[histórias da cidade]

Agora a pouco, vinha retornando do CM quando uma camionete grandona, que vinha embromando na minha frente me fez lembrar uma história. Antes que eu me esqueça, vou contar. Na época, foi uma destas coisas interessantes e até surreais que nos acontecem num dia 'normal'.
Acho que faz uns dois anos, quando eu vinha, de carro, descendo a Vicente da Fontoura rumo ao supermercado que fica quase na esquina com a Ipiranga. A Vicente, para quem não conhece Porto Alegre, tem um declive bem acentuado nesta direção.
Na minha frente ia uma camionete grande. De repente, surgiu no teto da cabina um bichinho, saído sei lá de onde. O coitadinho, uma espécie de rato sem rabo, deslizava sobre o teto tentando segurar-se, conforme a camionete seguia seu caminho.
Notei que o motorista parecia não ter notado que o seu animalzinho tinha saído e se encontrava por cair na rua a qualquer momento. Buzinei, abanei e nada de chamar a atenção do cara.
Numa destas, o bichinho chegou a se dependurar numa das laterais, quase caindo. Eu, com a alma aflita, e pensamentos sobre a perda de um companheiro querido, assistindo. Foi aí que ele abriu seus espinhos e eu pude identificar: um porco-espinho.
Estavamos chegando perto da entrada do supermercado e eu não teria mais como avisar o seu dono. Foi aí que a camionete sinalizou e dobrou a direita entrando no estacionamento do supermercado. Camionete para a direita, porco-espinho arremessado à esquerda.
Ágil, ele caiu no asfalto e correu para a praça que fica em frente à entrada do estacionamento. Ágil, eu entrei direto atrás da camionete e estacionei, rapidamente, ao seu lado.
Desci ao mesmo tempo que o motorista da camionete. Preocupada, com pensamentos sobre o destino do bichinho, das crianças que ficariam chorando, etc, me parei na frente dele e de uma vez só desembuxei:

- O Senhor perdeu o seu porco-espinho!

O cara parou. Olhos arregalados. Juro que cheguei a ver a corrente de pensamento tentando sintonizar alguma coisa na mente dele.
Um longo minuto depois ele reagiu:

- Ah... eu estava vindo do sítio...

Aí foi a minha vez de parar e sintonizar a minha militância em prol dos animaizinhos perdidos. É incrível como, às vezes, pulamos uma parte de um raciocínio que seria lógico e viajamos na mais engordurada maionese.

O porco-espinho não era de estimação... era um clandestino. Não que isso invalide alguma preocupação, mesmo que mais distante, por razões anatômicas é claro.
Avisei o pessoal do supermercado sobre o novo morador da pracinha, mas nunca mais tive notícias dele.


domingo, outubro 05, 2003


[Revista do CINTED]

Com a correria da viagem esqueci. De papo agora com o Sérgio, no ICQ, ele me lembrou :)
Saiu meu texto na Revista Renote do CINTED - Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação. (ISSN 1679-1916)
Renote quer dizer Revista Novas Tecnologias na Educação e foi editada a partir dos trabalhos apresentados no II Ciclo de Palestras do CINTED, em setembro último.
Em breve, penso que no mês que vem, sai em outra revista da UFRGS um artigo meu sobre os weblogs.



[mais da viagem ao Chile]


Parece que o relato fez sucesso, então, a pedidos, copiei a versão integral. Aí vai o link.


Tramse em Santiago, Chile

versão Su


Não está completo, mas aos poucos, vou acertando as coisas.


sábado, outubro 04, 2003



[retorno ao Smart Mobs]

"Bem, sem dúvida, Howard Rheingold autor de “Virtual Communities”, e um livro mais recente, chamado de Smart Mobs. Por esses dois títulos você pode sentir a diferença do que há alguns anos atrás eram as comunidades virtuais de aprendizagem, e o que hoje chamamos de comunidades inteligentes, aptas para desenvolver e formar uma inteligência coletiva."

Federico Casalegno, researcher on MediaLab/MIT, Massachusetts Institute of Technology, recommends Smart Mobs in interview to the brazilian magazine I-Coletiva.

:: read the interview (in portuguese)


Federico Casalegno, pesquisador junto ao MediaLab/MIT, Massachusetts Institute of Technology, recomenda o livro Smart Mobs em entrevista à revista I-Coletiva.

:: leia a entrevista (em português)

:: link no Smart Mobs


sexta-feira, outubro 03, 2003



[relatos da viagem]

Aproveitando a possibilidade de inserir textos com datas diferentes no blog, estou passando a limpo meus escritos da viagem ao Chile. Vão ficar no período de 19 à 30 de setembro. Relatos profanos, diferentes do que vamos colocar no In Tramse.




[ABED - X Congresso Internacional]

Está acontecendo em Porto Alegre, na PUC, desde o dia 30 passado e encerra hoje. Um evento enorme, como se pode comprovar pela sua programação. Em grande parte é voltado para as ações corporativas em EAD.
Não foi possível participar, optei por ir ao Chile, no XI Seminário de professores do Mercosul - Cone Sul. Estou acompanhando um pouco atrasada pela lista da ABED, graças a solidariedade dos companheiros que estão enviando relatos direto das palestras/mesas/conferências.
Hoje, no final, está para acontecer um Work Chopp, ainda não se sabe onde. Vou aparecer para conhecer a turma :)


quarta-feira, outubro 01, 2003



[weblogs no Colégio Notre Dame de Campinas]

Vale uma visita ao CNDVirtual, de Campinas. Existem inúmeros projetos utilizando as tecnologias educacionais informatizadas, incluindo weblogs, jogos, webquests e outros recursos.

O site foi recomendação da Profª Miriam Salles, professora de Informatica Educacional do Colégio Notre Dame de Campinas e responsável pelo site CNDVirtual.

Como fazemos no InTramse, o CND Virtual utiliza um weblog como veículo de notícias.





[voltei]

Yo soy el cóndor, vuelo
sobre ti que caminas
y de pronto en un ruedo
de viento, pluma, garras,
te assalto y te levanto
en un ciclón sibilante
de huracanado frío.

(Los Versos del Capitan, Pablo Neruda)

Quem lê Neruda entende a cordilheira ou seria o contrário? O certo é que as palavras do poeta captam o que os olhos vêem e não conseguem conter numa mirada. A imensidão, o silêncio, a solidão e o vento gelado que varre as montanhas.
Voltei com saudades. E, aos poucos, vou contando as aventuras...