segunda-feira, outubro 13, 2003


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Segunda-feira é o dia dos começos e recomeços. Eu não escapo disso. O fim de semana não foi muito produtivo no sentido das coisas que eu precisava colocar em dia.
Sábado acordei cedo precisando levar meu guri num atendimento de emergência. Febre, náuseas, dores na nuca e uma mãe que se assustou. Uma mãe que hoje se junta ao coro dos Salvem o IPE. Fomos muito bem atendidos no Pronto PUC.
Porém, as diferenças de classe, e não é a classe da carteirinha, se evidenciam inclusive via segregação do espaço. O atendimento pelo SUS fica ao lado e estava vazio, porém com uma placa indicando LOTADO e sem possibilidades de atendimento.
Ficamos tão agradecidos, sejamos do SUS, do IPE, UNIMED, com bom atendimento que esquecemos o quanto pagamos por isso. Aliás, todos se esquecem e agem como se estivessem prestando algum tipo de caridade quando atendem os contribuintes.
Domingo: almoço na casa dos meus pais. O doente levantou lépido e fagueiro querendo estrear a sua recente 'habilitação' no meu carro :( Eu amo o meu carro. Para mim ele não é uma coisa, é quase um membro da família. Assim mesmo concordei. Roí todas as unhas, é claro.
A família rindo da janela quando chegamos e foi um mico estacionar. Depois todos se colocando na postura: tens de emprestar. O carro tem seguro, arrisca e fim.
- O Rodrigo d e s t r u i u o carro quando começou a dirigir! - disse minha irmã.
Questão de classe de novo: na época, o carro foi dado ao Rodrigo. O terceiro carro da família. No meu caso, só tenho este e a franquia do seguro já é uma ameaça considerável. Até li com mais facilidades a Ellen Wood, quando voltei para casa. Falar em fragmentação, identidades múltiplas, realmente, torna opaca a presença constante das questões de classe.
Hoje, ainda acordei com aquele nó no estômago e uma sensação de desgraça eminente. Eita stress !

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