sexta-feira, abril 30, 2004


[via rss, de novo]


:: sistemas de busca para crianças no Ivy's Search Engines Resources



[via rss]


:: Vire as páginas do caderno de anotações de Leonardo Da Vinci na British Library

:: Weblogs potencializando os portfólios na educação. artigo na E-Portfolio Research

:: Dossieres de wwwtools sobre weblogs y RSS (Octeto)

El boletín wwwtools for education ha publicado recientemente sendos dossieres sobre las aplicaciones educativas de los weblogs y del formato RSS:

«Weblogs for Learning 2004»
«...las estadísticas parecen indicar un incremento general estable del número de blogs viables de todo tipo. En las implementaciones educativas en particular, la adopción ha sido explosiva a medida que los educadores se van valiendo de este género para dar apoyo al aprendizaje de muchas maneras diferentes.»

«RSS and Education»
«...la terminología está sembrada de acrónimos arcanos y definiciones ambiguas; las interfaces no parecen nada amigables [...] Sin embargo, para cualquiera que esté metido en el negocio de localizar y redistribuir información, el RSS demuestra ser especialmente útil. Los educadores en particular están buscando en el RSS una manera efectiva de identificar y redistribuir contenidos oportunos y relevantes procedentes de todo un Web cada vez más inmanejable, repositorios de objetos de aprendizaje e incluso redes y ordenadores locales.»
:: Um projeto de lei do deputado Luiz Couto (PT-PB), em tramitação na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara, prevê uso obrigatório de software livre em todas as escolas públicas do país. A notícia é do site Consultor Jurídico



[a revolução não será blogada]


"para ver além de seu próprio pequeno mundo e perceber o que realmente está acontecendo, jornalistas e leitores vão ter de tirar os pijamas."

By George Packer

First, a confession: I hate blogs. I'm also addicted to them. Hours dissolve into nothing when I suit up and dematerialize into the political blogosphere, first visiting one of the larger, nearer online opinion diaries — talkingpointsmemo.com, andrewsullivan.com, kausfiles.com — then beaming myself outward along rays of pixelated light to dozens of satellites and lesser stars, Calpundit, InstaPundit, OxBlog, each one radiant with links to other galaxies — online newspapers and magazines with deep, deep archives, think-tank websites, hundred-page electronic reports in PDF — until I'm light-years from the point of departure and can rescue myself only by summoning the will to disconnect from the whole artificial universe. [leia no MotherJones.com]



quinta-feira, abril 29, 2004


[ameaçada]


Estou tentando escrever a dissertação enquanto um legítimo exemplar do proletariado da indústria da construção civil abre uma das paredes procurando deixar a mostra o furo do cano de água quente. Estoicamente recebi a notícia sobre ESTE vazamento e a possibilidade de quebra dos azulejos do banheiro.

Os cachorros estão inquietos com as novidades na casa e eu tenho de estar cuidando da magoozinha para que eles não pisem nela. Como a única coisa que funciona ainda na minha cadela é o nariz, ela farejou e está de tocaia nas marmitas deles. A Liria desapareceu providencialmente, para ela, é claro, e eu estou com fome. Acho que as marmitas vão dançar....

A parede que está sendo trucidada é a do meu quarto e, embora eu tenha recomendado cuidado arqueológico ao meter a pua nos tijolos, mais um cano acaba de estourar....

Aiê......

update 15:25: O cachorro saiu correndo e se enfiou embaixo das cobertas, a cadela está no meu colo deste o estouro do segundo cano. É que, agora, eles acabam de ligar um maçarico. O quarto esquentou e um leve cheiro de enxofre paira no ar. Será?

update 15:32: O maçarico estourou o cano que já havia sido consertado e eu estou seriamente pensando em por um colete salva-vida.

update 21:30: Sobrevivi ao fim de tarde e ainda consegui me livrar da carcaça daquele freezer que não tem mais conserto. Os canos estão funcionando, pelo menos até um banho atrás. Faz 18º lá fora e descendo e eu aqui de ventilador ligado para arejar o campo operatório... O dia promete amanhã.



[“Sim, a terra é produtiva. Mas, produtiva para quem, cara pálida?”.]


A insustentável produtividade da celulose

Maurício Thuswohl


A verdadeira selvageria – utilizar extensões de terra para uma monocultura que agride o país ambientalmente, gera lucros para uma minoria e em nada contribui para combater a desigualdade social – ainda não foi percebida pela “elite pensante”.

“Os inconformistas quase nunca tem razão nos precisos termos em que se manifestam. Mas, quase sempre tem razão na identificação do problema que os inconforma e no sentido geral da solução que eventualmente lhe será dada. Aos inconformistas só a história, nunca os contemporâneos, pode dar razão”. (Boaventura de Souza Santos)

No calor do abril vermelho, nenhuma outra ação patrocinada pelas organizações do movimento sem terra provocou tanta indignação na “elite pensante” brasileira quanto as invasões das plantações de celulose de mega-empresas como a Klabin e a Veracel (leia-se Aracruz Celulose) em Santa Catarina e na Bahia. “Sem terra agora invadem terras produtivas”, apressarem-se a alardear, quase agradecidas pela munição que lhes era oferecida, as manchetes e chamadas dos principais jornais e telejornais brasileiros. Afinal de contas, não seria mesmo indefensável a ocupação de terras de empresas rentáveis, que empregam mão-de-obra nacional e pagam (quase sempre) em dia seus impostos? O senso comum – e disso se aproveitaram alguns respeitáveis colunistas de economia – parece dizer que sim. Entretanto, uma análise mais próxima impõe o seguinte questionamento: “Sim, a terra é produtiva. Mas, produtiva para quem, cara pálida?”.

.............. segue, lá no InTramse



terça-feira, abril 27, 2004


[Criar e compartir]




Inspirada pelo software livre e pela idéia do copyleft, a Creative Commons oferece alternativas para autores como Gilberto Gil, que vivem do trabalho intelectual mas não querem reduzi-lo à condição de mercadoria



Rafael Evangelista



Um debate ainda desconhecido no Brasil opõe o ministro e compositor Gilberto Gil à sua gravadora, a Warner. A disputa envolve algo muito mais importante que cifras em contratos. Gil participa do esforço para levar adiante a Creative Commons, uma rede mundial de autores que buscam alternativas para viver de suas obras, sem transformá-las em exclusividade da indústria cultural. Lawrence Lessig, professor de Direito da Universidade de Stanford e um dos “pais” da Creative Commons, descreveu a polêmica num artigo para o jornal norte-americano Chicago Tribune, cujo trecho principal está reproduzido abaixo.







“Gil nos pediu para desenvolver uma nova licença, porque queria que parte de sua produção musical fosse lançada sob outras regras. (...) A proposta que elaboramos diz: ‘Você está autorizado a usar meu trabalho, a tirar uma amostra (sample) dele com propósitos criativos, e mesmo a samplear meu trabalho com fins comerciais. Você pode fazer tudo isso sem contratar um advogado ou mesmo falar comigo. O que você não está autorizado a fazer é copiar meu trabalho e distribuí-lo’. (...) A Warner disse: 'de jeito nenhum'. Ele retrucou: 'Por que? Que razão pode haver para não fazê-lo? Isso pode inspirar uma nova chama de criatividade em torno de meu trabalho'. Mas as gravadoras, ainda presas a sua mentalidade, disseram: 'Nós precisamos ter controle absoluto sobre tudo' ".



O novo auê entre a voz do dono e o dono da voz é parte de um movimento mais amplo. Enquanto a indústria da música e do cinema preocupa-se em processar usuários que trocam obras pela internet, o Creative Commons – um grupo baseado em Stanford mas ramificado por todo o mundo – busca alternativas inspiradas no compartilhamento de arquivos. As propostas lançadas pela rede abrangem todo tipo de criação intelectual: músicas e vídeos, mas também páginas de internet, livros, artigos científicos. O Creative Commons pesquisa e oferece licenças em que a tônica deixa de ser “todos os direitos reservados” e se transforma em “alguns direitos reservados”.



:: leia na íntegra: Publicado em Porto Alegre 2003: 27/04/2004







domingo, abril 25, 2004


[precisando de um sinal]


É assim que ando... Precisando de um sinal. Ontem mandei parte da dissertação para minha orientadora e hoje vou desligar um pouco e me dedicar a alguma coisa mais braçal. Porém, ando inquieta. Às vezes, me vem aquela neura de estar investigando a importância da célula ciliada do c* do urutú nos fundamentos da ideologia de segurança nacional. unf!

Por outro lado, a realidade é muito mais surreal. O BIRD anda dizendo por aí que nem com crescimento o país vai sair da pobreza (FS. Paulo, 24/4), o The Economist diz que , embora o Lula venha fazendo a lição de casa direitinho (ou à direitinha) "os mercados começam a perder a confiança no governo". Afinal, o que esta gente quer de nós? Pergunta retórica... Querem tudo, inclusive o silêncio.
A minha vó diria: "quem muito se abaixa..., a célula ciliada do urutú aparece..." (tradução minha)
Mas, quem dera, o Lula fosse mesmo o sapo barbudo difícil de engolir que eles continuam vendo em sonhos...

O Marco Weissheimer pensa que os organismos internacionais se arrepiam por imaginarem que "diante de uma crescente queda de popularidade, causada por uma política recessiva, o governo brasileiro poderia ser tentado a enveredar por um perigoso "caminho populista", dando aumentos salariais acima do que suportável pelos frágeis nervos do mercado ou, pior ainda, liberando dinheiro para sem-terras, desempregados, aposentados, etc."

E pergunta: "Por que os mercados não ficam nervosos com a divulgação de estatísticas sobre o crescimento da pobreza, do desemprego e da violência no Brasil? Por que os mercados não ficam nervosos com a notícia de que um trabalhador desempregado ateou fogo ao próprio corpo em Brasília, numa tentativa desesperada de chamar a atenção do governo para o seu abandono? Por que é que, afinal de contas, os mercados ficam nervosos quando o governo anuncia que pretende dar aumento salarial acima da inflação para servidores públicos que não recebem reajustes reais há cerca de uma década?"

Se, por um lado pode parecer retórica, blá, blá, blá inflamado, por outro, não tem quem à esquerda nesta vida não esteja precisando de um sinal. Nada de limites ou metas, mas um faról, uma direção. Não tem mais como defender certas políticas que estão sendo feitas. A explicação de por o osso na boca do cachorro para passar em segurança, já não tem mais sentido, pois já passamos. A barriga do cavalo de tróia já se abriu e.... nada. Já estamos dentro da casa e parece que gostamos da decoração. Olhamos a geladeira, a poltrona fofa, os quadros nas paredes, a soja transgênica plantada no pátio e achamos tudo maravilhoso. Pegamos uma cervejinha e ficamos vendo televisão. Nos vendo na telinha, simplificando metáforas, para os neurônios debilitados que achamos que os outros têm.


quarta-feira, abril 21, 2004


[sumida e correndo]


Ando perdida, mas não no cyberspace... É na papelada mesmo. Catando todas as minhas anotações, compondo a dissertação daquele meu jeito hipertextual, que na linearidade do formato abnt é uma ?& ?$¢¬²£**. E, também, tenho andado trocando figurinhas com os colegas na Ufrgs, na disciplina da Profª Rosane.
Nestas, ressuscitei o Vamos Blogar?, caixa de areia de uma apresentação/oficina que fiz no ano passado, na Ufrgs, e que ficou on-line para referência e possível re-uso.
Passei loguin e senha para os colegas, para que eles conheçam e, possivelmente, possam construir seus portfólios na disciplina usando os weblogs, também.

Estou largando (bem esta palavra) alguns achados no [bloglab] para estudar depois. Cheguei a conclusão que não tenho como atender tantos interesses juntos e que o foco agora é a dissertação. Por isso, o quase silêncio aqui...


domingo, abril 18, 2004


[sobre weblogs e educação - do Weblogs-ed News]


Ok, now I know Alan likes the "chaotic, unorganized thread of this discussion across multiple blog spaces," but I need organization, dammit. :0) So, just to keep it all in one place, here's an updated list of the commentary in this discussion, since it seems like one that has some importance:

  • Reading and Blogging here ................ segue no [bloglab]



  • [copilefando poraí]


    Lá do Interney:

    :: Conheça o NFilter, um newsreader com filtros mais poderosos para newsgroups.

    ::Google - O que parecia ser pegadinha de 1º de abril é realidade, o serviço ainda está em fase beta, saiba mais aqui.


    Do Pontomedia:

    :: Estão online os sete primeiros textos do capítulo que Alex Havalais está escrevendo para o International Handbook of Virtual Learning Environments.

    :: A AMAZON lançou o seu próprio motor de pesquisa: A9.

    :: portal de vídeoblogs.

    Do Smartmobs:

    :: entrevista do Howard - Mob Mentality

    Do Ecologia Digital

    :: O primeiro Renascimento nos tirou da posição de recipientes passivos para intérpretes ativos. Nosso Renascimento atual nos tira do papel de intérprete para o papel de autor. Somos os criadores... [ler]

    Do Cris:

    ai ai ai - SOHT pulando firewall

    No [bloglab] --> no bolso de Rebecca, alguma coisa sobre weblogs e jornalismo



    sábado, abril 17, 2004


    c h u v a !!!



    :: finalmente chove em Porto Alegre. Nada grandioso, mas, enfim, água caindo e um linnnnndo céu cinza!!! :))



    [blogs... as visões]


    Ter um blog deveria ser um direito de todo cidadão. Blog é uma forma de cura. Ou pelo menos, de terapia.

    O espaço em branco do post que ainda não foi feito é um tipo diferente de espelho, onde a imagem de você não vem pronta e invertida mas é construída com suas mãos e suas palavras. É um espelho escrito, que ao mesmo tempo descreve e organiza os sentimentos que fluem de dentro pra fora. (Rosana Hermann)
    É assim que inicia o post de Rosana, onde ela reflete sobre os blogs e suas possibilidades. Tem muita coisa lá para ser discutida, aprofundada, compreendida, por exemplo, blog como terapia. <-- polêmico isso.

    Porém, me atrai o que já vem me chamando atraindo faz um bom tempo: a questão da publicação e o que isso representa/implica/complica :) para quem, de repente, se descobre com voz. Com voz, mas será que dotado de fala?

    Mara disse estes dias:

    Nesse processo, da resistência imediata, da aprendizagem instrumental e aplicativa, da automatização de procedimentos, da irritação , ocorre uma metamorfose que tem como marco o comentário de um desconhecido em meu blog pessoal. Esse fato gerou uma torrente de pensamentos e sensações, que foram da invasão à real dimensão do público no tocante aos blogs. [link]

    Esta tomada de consciência atinge todos os blogueiros? Em que medida a dimensão umbilical é mais atratora que a dimensão voz no mundo? Pela fala da Mara, esta tomada de consciência é social, histórica. E o que muda, aí?

    Tenho bastante interesse nisso, porque é um processo que não passei. Esta dimensão pública já estava comigo quando iniciei com os blogs (falta garimpar quando e onde ela apareceu). Talvez, quando a Mara finalmente der à luz o seu projeto de mestrado, ela consiga falar mais sobre isso.

    A Vivi diz o seguinte:

    Acho que para exercer o papel de ser autora e não apenas receptadora de dados e informações, é preciso ver-se como alguém que pode (e deve, e precisa) dizer a sua palavra, as suas formas de pensar e interagir no mundo, com as pessoas...
    Assim, neste frenético mundo onde ouvimos de tudo, poder parar e ouvir a si mesmo é um privilégio e o resultado de um esforço. [...]

    Privilégio e resultado de um esforço. Uma forma diferente de olhar e de se comprometer. A palavra é séria, mesmo quando pretende não ser séria. Ela compromete/revela/esconde/... Tem um outro lugar onde a Viviane fala na importância de narrar-se a si mesma e, neste movimento, compreender-se melhor, entre outras coisas.
    Um blog registra estes movimentos, no texto, na cor, na imagem, no ritmo, na permanência. E possibilita a tentativa de completude, pela visão do outro que nos lê. Numa dimensão de totalidade diferente da imagem espelhada.

    .........vou compartilhar este post no [zaptlogs] e no [bloglab] para ler o outro que me lê.



    [todo ano...]


    Porto Alegre is still burning, como diriam os iounoumens que proliferam nestes tempos tão cheios de metáforas, mas de metáforas tão aguadas. Ser um iounoumen é uma tendência forte, hoje. Um atrator mesmo do nosso desequilíbrio identitário. Já levei mijada por falar Bah de povo que não diz uma frase sem um light, low profile, off, .......

    Mas não era isso que eu queria falar. O que eu queria lamentar (esta é uma palavra melhor nas circunstâncias) é o eterno retorno que dá vida ao enunciado: Inevitável só a morte... e os impostos...
    É ... baixei o programa e hoje de tarde vou ajudar o pai a fazer o imposto de renda. Ajudar no computador, porque ele já vem com tudo calculado e confere tudo o que o computador faz. E ele vem de impressora embaixo do braço. A minha estragou e ele não acredita muito em digitalização.

    Não adiantou a minha sugestão: vou gravar num disquete. Depois tu imprime lá na mana....
    Não. Aí todo mundo fica sabendo do meu imposto de renda... - contra ataca o esperto.
    Não que ele seja candidato a um seqüestro, mas como toda a boa raposa antiga, gosta dos seus segredos.

    Eu, que esperneio até o último minuto antes de entrar no processo que me deixa muito p%&** da cara, vou preparando o espírito digitalizando a declaração dele. Renda... Como se alguém aqui tivesse renda.
    Ter de fazer a declaração, na certa, já é um privilégio. Privilégio de estar incluído no seleto grupo que tem a mixaria que ganha digna de ser olhada e apropriada. Mesmo que esta mixaria não consiga pagar luxos como aluguel e faculdade.
    Não acho que seja o caso de chorar pelo que se paga de imposto de renda. Minha preocupação maior é o que sobra... É no que sobra que está a diferença entre viver e sobreviver. ...... Só fazer as contas...



    [Medicina Copyleft?]




    :: copilefado do Paulinho:

    O conteúdo copy left avança pelas mais diversas áreas. Medicina umas das áreas onde todo conteúdo é muito caro agora também tem seu site de conteúdo livre através do projeto Public Library of Science.


    sexta-feira, abril 16, 2004


    [Foto linda! meu amigo Deives fotologueando em Londres :)]


    http://pothin.fotopages.com



    imagen: www.parquefarroupilha.com.br/al cmpa
    [sinais dos tempos]


    Este calor terrível imprime um ritmo estranho ao dia. As pessoas, os animais, as coisas (re)agem diferente. Um azul lindo, mas meio ameaçador se instala no céu e parece se mover espantando as nuvens inertes. Os pássaros não cantam na Redenção faz dias. Lembrei a 'marquise' do Não verás país nenhum, no meio das minhas aulas ontem. Quase pude olhar o chão seco e poeirento através de um furo na mão como o herói de Brandão.
    Na certa olhei outras coisas com algum filtro insólito.
    Por exemplo, a bandeira vermelha no CM. Atividade física restrita. Na simbologia em - off, significa bandeira preta e que as atividades físicas deveriam estar suspensas.
    A SEF, um forno. Nem nosso helicóptero conseguia fazer alguma coisa, além do barulho infernal que ele faz com toda a competência. Impossível achar qualquer lugar menos quente e barulhento para estudar. A paciência se rasgando em tirinhas cada vez mais finas. Desassossego... Desertar? Quem sabe ...


    domingo, abril 11, 2004




    Será que é possível pescar o parceiro via RSS?
    Se os gráficos forem públicos, vai ter uns e outros aperfeiçoando os escores :)

    :: para conferir

    :: testei :), versão trial, com limites de espaço, etc, etc.



    [Ianni]


    Esta é a última pergunda da última entrevista de Ianni:

    Como fica a esquerda neste momento de descrédito?

    Ianni - A esquerda está demorando para entender a globalização. Eles são patriotas, mas são de um patriotismo que se confunde com um nacionalismo anacrônico. A esquerda precisa ser internacionalista. Eles não lêem "The Economist", não sabem o que está acontecendo por trás das decisões do mercado. A esquerda deve caminhar para uma inteligência lúcida do que é o processo e procurar estabelecer alianças com as classes subalternas, buscando construir um globalismo de baixo para cima. Mas eles preferem usar o palanque do Fórum Social para proferir discursos comprometidos com um nacionalismo anacrônico e ultrapassado.

    :: colada lá no Intramse



    [insensibilidade...]


    O mercado de peixes estava à mil. O povo da última hora disputando o almoço de sexta-feira santa na boa. Preços melhores, mas correria imensa, afinal já estava na hora do almoço. Diálogos estranhos, também:

    A reporter, entusiasmada, talvez antevendo algum furo jornalístico ali em meio dos bagres e das piavas, se dirige à uma senhora, que virava e revirava o candidato à almoço. .......... gru hum:

    - Então, :))))))) Já escolheu? Que será para o almoço?

    Após as necessárias explicações de 'camarão tá caro' , 'bacalhau, que isso?' e dos benefícios potenciais dos peixes menos nobres, a resposta:

    - Er... Piava do Guaíba...

    Possivelmente um prato em extinção. No meio do acotovelamento geral e dos sorrisos passantes, longas explicações sobre o preparo de peixes foram dissertadas, enquanto a vít, digo a Piava jazia conformada no prato da balança. Para por o ponto final da matéria a pergunta:

    - Então, hoje teremos Piava. E no Domingo de Páscoa? A famíla já escolheu o almoço?

    - Meu marido vai fazer um churrasco de coelho! - responde a sorridente e angelical dona-de-casa.

    (silêncio constrangido) ......

    - Mas..., então..., nenhum problema... assim ... em comer o coelhinho na Páscoa?

    (corta...) .........


    quarta-feira, abril 07, 2004


    [imersa]


    Projetar o desconhecido para depois dissertar sobre o conhecido. Que não seja como despejar uma visão de um único olhar, mas que possa aprender as múltiplas visões, não como quem enclausura, mas como quem agrega. Links, sínteses provisórias escavando a contradição.
    É difícil mesclar a flecha do tempo com a rede e linearizar de certa forma aquilo que era pra ser hipertextual. O que era para não ter começo, tem que ter primeira linha e segunda e terceira. O que era para não ter fim, tem que ter ponto final, mesmo que seja de interrogação.
    Então vou me deixando circular, imersa, respirando aqui e ali. Pensando descer cada vez mais fundo para constatar, não sem surpresa, que chego à superfície.
    Primeira rodada, 1 x 0 para a totalidade, o todo segurando sem prender cada uma de suas partes.

    update: tá... tá ... nem santo daime e nem cogumelos, é só eu me fazendo um pouco...


    sábado, abril 03, 2004


    [trabalhando]


    Desde a semana passada venho refinando os meus achados de pesquisa, categorizando, separando, escolhendo falas................. todas as inúmeras manobras que fazemos nesta etapa da redação de uma dissertação. O caminho ora parece certo, ora nos escapa. E como tem coisa absurdamente 'braçal' para fazer ! Meus próximos tempos serão muito cheios...


    sexta-feira, abril 02, 2004


    [sinistro]


    Q33 NY é o que se obtém quando se digita Q33 NY no MS Word. Q33 é o nome do avião que bateu no primeiro edifício do WTC, em 11/set.

    Não sei de onde as pessoas tiram estas coisas ...

    Ah... Não olhei se q33 é mesmo o nome do tal avião, mas que NY é a caverinha de Israel, é.



    [como é que eu aprendo]


    Atendendo a pergunta da Viviane, vou pensar aqui sobre como eu estudo/aprendo.

    Geralmente, eu começo sozinha a partir dos meus interesses. Levanto todos os dados possíveis sobre a coisa. Onde? Nos livros, na web, em princípio. Tanto em livros como na web, verifico os autores de uma forma mais abrangente, em outras obras, na opinião de outros autores, interlinkando algumas relações. Às vezes isso é suficiente.
    Quando não é, procuro as pessoas que eu penso que podem me ajudar no assunto. Quem? Qualquer pessoa que eu 'pense' que entenda do assunto. Primeiro, contato as pessoas em quem eu tenho confiança, depois as outras possíveis .... Se eu não conheço ninguém, peço indicações e busco na web indicações. Neste caso, dou uma checada nos phds, não que isso seja determinante, mas é uma referência.

    Como trabalho estas informações?
    Leio, anoto, critico, procuro aprofundar algumas, descarto outras. Escrevo, de uma forma simples o que penso do que estou lendo, para guardar a referência e trabalhar melhor depois.
    Às vezes, é preciso uma segunda rodada na busca de informações, usando alguns filtros, depois desta seleção / apreensão.

    Na prática:
    Gosto de usar caderno, lapiseira e borracha. Anoto coisas assim:

    p. 101 - favelas são emergentes, mas nem por isso devemos nos conformar com a sua existência
    #o que é emergente não é necessariamente parte de uma ordem natural e, portanto, um destino traçado. (determinismo)#
    Onde: p. 101 = página do livro; o texto sem " é a idéia do autor, mas não literal; o texto entre " seria citação do autor; o texto entre # é meu.
    Às vezes, coloco alguns esquemas e desenhos.

    As informações transformam-se em conhecimento?
    As que incorporo na minha prática sim. Mesmo as que incorporo como negação - isso não faço ou não concordo...
    Outras só serão conhecimentos em outras rodadas / peneiradas, em outras circunstâncias, outros momentos.
    Acredito na idéia de Kósik de
    que só conhecemos mediante a prática social.
    Segundo o autor (KOSÍK, 1976) a realidade não se mostra imediatamente ao homem. A realidade, no cotidiano, apresenta-se às pessoas como parte sensível e prática de suas atividades. Na teia de relações sociais, as coisas não são normalmente e a priori tomadas como "objetos de investigação" aos quais cabe analisar e compreender teoricamente. Por isso, muitas vezes, as pessoas conhecem ou manejam a realidade, mas não a compreendem. A divisão do trabalho coopera para a fragmentação do conhecimento e a visão parcial da realidade imediata e, também, para a aceitação de afirmações que até invertem o sentido das coisas.
    Para Kosík (1976), as coisas só podem ser conhecidas por meio de uma atividade. Faz parte deste movimento de compreensão, analisar a atividade por meio da qual a coisa pode ser compreendida. Analisar criando esta atividade, que, por sua vez, é um modo de conhecer a realidade, ou maneira como conferimos sentido à coisa. (.. da minha dissertação)
    Leio e releio muito. Possivelmente, eu não tenha um só livro que não tenha sido lido pelo menos duas vezes.
    Ainda não estou adaptada a ler/escrever somente na tela. Preciso de outros lugares, almofadas, livro nas mãos. Preciso riscar. Ficar na frente do computador, conforme a minha realidade atual --> desktop, cadeira de escritório, teclado numa posição alta demais, monitor baixo. -- não motiva. O dia que inventarem, se já não inventaram, uma PoltronaPC, com inclinações, deslocamentos e suportes diversos, eu mudo o estilo.




    [primeiro de abril]


    Sobrevivi aos últimos dias, inclusive ao primeiro de abril. Quarta e quinta são os dias em que não me aproximo do computador, onde outras instâncias de sociabilidade ficam hegemônicas. Quarta-feira, depois das aulas no CM, fui para a UFRGS, para a biblioteca e , depois, para uma reunião do Núcleo de Pesquisa + pessoal da FAMED. Planos colaborativos no horizonte. Cheguei em casa super tarde e carregada de teses para filtrar mais algumas coisas em relação a minha dissertação.

    Com todo este ruído na retaguarda, entrei em primeiro de abril meio desligada. Ontem, cheguei cedo no CM, e minha visão periférica anotou a movimentação da PE no quarteirão. General, pensei, e fui para a aula.
    Os guris tri afim de jogar, inquietos, bem como eu gosto. Mas, nem chegamos no jogo. Fazíamos um exercíco de cortada, quando tocou a sirene em modo emergência. Como é a mesma sirene que toca o início e final dos tempos de aula, custou a me cair a ficha. Aliás, eu estava com as fichas lentas, porque já poderia ter notado a fogueirinha no meio do pátio. Treinamento de incêndio.
    Lembrei das instruções, coloquei a turma de inconformados em forma e rumei para a saída prevista. Eles reclamando, uns até querendo deitar no meio da quadra e fingir que estavam intoxicados com a fumaça para ver o que a turma de combate ia fazer.
    Estas alturas todo o colégio debandava alegremente das salas de aula, dos departamentos, dos setores. Afinal, a fogueirinha no meio do pátio era o ícone de um incêndio de mentirinha. Dia perfeito - 1º de abril.
    - Logo na aula de educação física! - reclamou um dos guris.
    Penso que a Educação Física é uma das poucas aulas que eles ficam bravos se NÃO acontecer.
    Com o trânsito parado atravessamos a avenida rumo ao Expedicionário. O alarme tocando à mil no colégio. Na rua, o povo que passava ou que se exercitava na Redenção parou, meio assustados, não sabendo o que estava acontecendo.
    Mesmo com todo o colégio na rua e em deslocamento, a coisa foi quase tranqüila. Entregamos as turmas para os sargentos para uma última conferência. Enquanto isso, os bombeiros chegavam em alto estilo e entravam pelo portão central. Alegria geral no batalhão escolar.
    No meio da aglomeração as piadas já aparecendo. - Alguém aí viu o professor Geraldo? - Hum, acho que é melhor mandar alguém no laboratório de química avisar que o colégio está incendiando. - Isso, se o incêndio não começou de novo lá.
    - Se deixaram as panelas no fogo no rancho é melhor avisar os bombeiros.
    Os bombeiros fizeram a sua parte e sairam fazendo uma festinha com as sirenes. Vaia neles.
    ... o resto da manhã foi na paz normal. Eu e o Caco fizemos algum exercício com a turma de Atletismo ao redor do lago e quase que tivemos que pular na água verdinha para pescar um guri que estava se afogando. Meninos que ficam na rua, brincam ali e, para os menores, pode ser bem perigoso. Se não avisássemos, o grupo que estava com ele não teria visto. Sorte que ele estava bem perto da margem e um outro lhe estendeu a mão.
    É triste e dá vergonha ver aquelas crianças assim sem cuidado.

    Estudei até as aulas da tarde. Miraculosamente a Seção ficou em silêncio. O Hélio me acompanhou até as 14h e, depois, fiquei só. Reli metade do Emergência (Steven Johnson) e fiz quase todas as anotações que queria. Pensei em lançar o assunto do livro lá na lista co:lab, para refinar alguns insights.
    Às 16h, para minha aula com a quinta série, preparei o material e a pegadinha de primeiro de abril para aplicar. :)
    Reuni as danadas e, bem séria, avisei que não teríamos aula de Educação Física. Falei que o sargento monitor da quinta série iria dar uma instrução sobre a Faxina. Um mini curso PRÁTICO sobre limpeza da sala de aula, cestos e quadros e, para caso de emergência, banheiro.
    Elas quase tiveram um ataque, até que uma se lembrou do........ 1º de Abril.

    Falando em primeiros de abril, ouvi no rádio alguma coisa sobre uma pesquisa feita com os jovens em relação ao que eles sabiam sobre o golpe de militar de 1964. Parece que sabiam pouco ou quase nada. Pois é, perguntei a um dos meus alunos lá do CM se ele sabia o que tinha acontecido há 40 anos atrás e ele não sabia. sinal dos tempos ......

    updates:
    .. achei uma referência sobre a tal pesquisa: no Alfarrábio
    .. o primeiro de abril online, resumo do Denis no Concatenatum