sábado, abril 17, 2004


[blogs... as visões]


Ter um blog deveria ser um direito de todo cidadão. Blog é uma forma de cura. Ou pelo menos, de terapia.

O espaço em branco do post que ainda não foi feito é um tipo diferente de espelho, onde a imagem de você não vem pronta e invertida mas é construída com suas mãos e suas palavras. É um espelho escrito, que ao mesmo tempo descreve e organiza os sentimentos que fluem de dentro pra fora. (Rosana Hermann)
É assim que inicia o post de Rosana, onde ela reflete sobre os blogs e suas possibilidades. Tem muita coisa lá para ser discutida, aprofundada, compreendida, por exemplo, blog como terapia. <-- polêmico isso.

Porém, me atrai o que já vem me chamando atraindo faz um bom tempo: a questão da publicação e o que isso representa/implica/complica :) para quem, de repente, se descobre com voz. Com voz, mas será que dotado de fala?

Mara disse estes dias:

Nesse processo, da resistência imediata, da aprendizagem instrumental e aplicativa, da automatização de procedimentos, da irritação , ocorre uma metamorfose que tem como marco o comentário de um desconhecido em meu blog pessoal. Esse fato gerou uma torrente de pensamentos e sensações, que foram da invasão à real dimensão do público no tocante aos blogs. [link]

Esta tomada de consciência atinge todos os blogueiros? Em que medida a dimensão umbilical é mais atratora que a dimensão voz no mundo? Pela fala da Mara, esta tomada de consciência é social, histórica. E o que muda, aí?

Tenho bastante interesse nisso, porque é um processo que não passei. Esta dimensão pública já estava comigo quando iniciei com os blogs (falta garimpar quando e onde ela apareceu). Talvez, quando a Mara finalmente der à luz o seu projeto de mestrado, ela consiga falar mais sobre isso.

A Vivi diz o seguinte:

Acho que para exercer o papel de ser autora e não apenas receptadora de dados e informações, é preciso ver-se como alguém que pode (e deve, e precisa) dizer a sua palavra, as suas formas de pensar e interagir no mundo, com as pessoas...
Assim, neste frenético mundo onde ouvimos de tudo, poder parar e ouvir a si mesmo é um privilégio e o resultado de um esforço. [...]

Privilégio e resultado de um esforço. Uma forma diferente de olhar e de se comprometer. A palavra é séria, mesmo quando pretende não ser séria. Ela compromete/revela/esconde/... Tem um outro lugar onde a Viviane fala na importância de narrar-se a si mesma e, neste movimento, compreender-se melhor, entre outras coisas.
Um blog registra estes movimentos, no texto, na cor, na imagem, no ritmo, na permanência. E possibilita a tentativa de completude, pela visão do outro que nos lê. Numa dimensão de totalidade diferente da imagem espelhada.

.........vou compartilhar este post no [zaptlogs] e no [bloglab] para ler o outro que me lê.

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