domingo, abril 25, 2004


[precisando de um sinal]


É assim que ando... Precisando de um sinal. Ontem mandei parte da dissertação para minha orientadora e hoje vou desligar um pouco e me dedicar a alguma coisa mais braçal. Porém, ando inquieta. Às vezes, me vem aquela neura de estar investigando a importância da célula ciliada do c* do urutú nos fundamentos da ideologia de segurança nacional. unf!

Por outro lado, a realidade é muito mais surreal. O BIRD anda dizendo por aí que nem com crescimento o país vai sair da pobreza (FS. Paulo, 24/4), o The Economist diz que , embora o Lula venha fazendo a lição de casa direitinho (ou à direitinha) "os mercados começam a perder a confiança no governo". Afinal, o que esta gente quer de nós? Pergunta retórica... Querem tudo, inclusive o silêncio.
A minha vó diria: "quem muito se abaixa..., a célula ciliada do urutú aparece..." (tradução minha)
Mas, quem dera, o Lula fosse mesmo o sapo barbudo difícil de engolir que eles continuam vendo em sonhos...

O Marco Weissheimer pensa que os organismos internacionais se arrepiam por imaginarem que "diante de uma crescente queda de popularidade, causada por uma política recessiva, o governo brasileiro poderia ser tentado a enveredar por um perigoso "caminho populista", dando aumentos salariais acima do que suportável pelos frágeis nervos do mercado ou, pior ainda, liberando dinheiro para sem-terras, desempregados, aposentados, etc."

E pergunta: "Por que os mercados não ficam nervosos com a divulgação de estatísticas sobre o crescimento da pobreza, do desemprego e da violência no Brasil? Por que os mercados não ficam nervosos com a notícia de que um trabalhador desempregado ateou fogo ao próprio corpo em Brasília, numa tentativa desesperada de chamar a atenção do governo para o seu abandono? Por que é que, afinal de contas, os mercados ficam nervosos quando o governo anuncia que pretende dar aumento salarial acima da inflação para servidores públicos que não recebem reajustes reais há cerca de uma década?"

Se, por um lado pode parecer retórica, blá, blá, blá inflamado, por outro, não tem quem à esquerda nesta vida não esteja precisando de um sinal. Nada de limites ou metas, mas um faról, uma direção. Não tem mais como defender certas políticas que estão sendo feitas. A explicação de por o osso na boca do cachorro para passar em segurança, já não tem mais sentido, pois já passamos. A barriga do cavalo de tróia já se abriu e.... nada. Já estamos dentro da casa e parece que gostamos da decoração. Olhamos a geladeira, a poltrona fofa, os quadros nas paredes, a soja transgênica plantada no pátio e achamos tudo maravilhoso. Pegamos uma cervejinha e ficamos vendo televisão. Nos vendo na telinha, simplificando metáforas, para os neurônios debilitados que achamos que os outros têm.

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