Direto do V Ciclo de Palestras do CINTED - terceiro dia
Hoje o dia foi cheio. Começou com a palestra do Dr. José Ottoni Outeiral, às 7h:30min, no CMPA. O tema foi relações afetivas na sala de aula e o principal assunto foi o uso de drogas e a sexualidade. Foi uma boa palestra, embora o contexto apontado como causador dos maiores problemas fique no nível da sociedade atual, sem no entanto abordar o modo de reprodução sócio-metabólico no qual vivemos.
Terminou ali pelas 9h, quando eu tive a felicidade de saber que por atividades diversas não teríamos as aulas de educação física da manhã. Assim, pude me catapultar para a FACED/UFRGS e assistir algumas palestras, além de me preparar para a minha apresentação, que estava marcada para as 14h.
Ontem, não pude participar como queria e thoje tomei poucas notas. As anotações de hoje:
>> A concepção do aluno sobre a própria aprendizagem ao utilizar ambientes virtuais - Alexandra Lorandi Macedo – PPGEDU/UFRGS Peguei a apresentação no fim e foi uma pena, pois esperava poder assistir este trabalho. Foi mais um daqueles que abordaram as eternas dificuldades em se fazer funcionar a interação online. Na pesquisa que realizaram constataram que os alunos da graduação interagem e participam mais que os do pós-graduação. << Alguma coisa sobre isso eu falo na minha dissertação, também.
>> Processo de Desenvolvimento de Software Educacional: proposta e experimentação – Everton Flávio – UNIVALI – Itajaí/SC Relato do processo de criação de um software educacional para o ensino fundamental, o Softvali. Desenvolvido na UNIVALI para o projeto Escolas sem Fronteiras de Blumenau, Santa Catarina. O software, desenvolvido iterativamente por uma equipe multidisciplinar, é um ambiente lúdico onde o aluno pode visitar um museu, fazer compras num supermercado, ir ao cinema, etc. Nestas atividades estão incluidas: matemática, artes, alfabetização, educação ambiental. A novidade é que o software é configurável, suportando acréscimos e modificações. O de sempre é que foi feito para Windows, por este ser o sistema operacional usado nos laboratórios das escolas de Blumenau. [mais infos]
>> Videoconferência: Adaptação de Interfaces em Ambientes Virtuais de Aprendizagem com Foco na Construção Dinâmica de Comunidades Paulo Sérgio Rodrigues Lima – Engenharia Elétrica /UFPA Desenvolvimento de ambientes mais flexíveis e interativos. O ambiente, AmAm, que está sendo construído na UFPA tem uma aparência definitivamente orkutiana. Traições da tecnologia: o palestrante começou sua apresentação aparecendo de cabeça para baixo na tela. Eu já estava pensando que ele era parente do vovô da família Adams (AmAm...), quando alguém caridosamente resolveu avisar.
>> Weblogs e educação: contribuição para a construção de uma teoria - Suzana Gutierrez - CMPA ; TRAMSE/UFRGS Foi uma apresentação calma, até porque eu estou semi asmática faz uma semana. Sempre que me empolgava, começava a tossir e tinha de parar para tomar água. Não fiquei nervosa, mas com estes acessos até parecia. Larguei no final aquele desafio/brincadeira de postarem no Vamos Blogar? utilizando o e-mail e enviando imagens. Como eu previa, foi surpresa para a maioria. O legal é que continuaram postando após a minha apresentação.
>> Fatores Relevantes à Formação e manutenção de comunidades virtuais facilitadoras da Aprendizagem - Daniela Haetinger – ESPIE/CINTED Uma pesquisa realizada com professores especialistas em tecnologias na educação sobre as formas de interação mais usadas e sua importância na formação de comunidades virtuais e na aprendizagem. Abordou, também, os diferentes fatores que contribuem para aformação e para a manutenção das comunidades. Nota: um dos tipos de interação/uso da tecnologia que teve índice mais baixo em relevância para a aprendizagem foi a transmissão de arquivos de áudio. Logo agora em que os podcasts começam a se firmar como alternativa. Nota 2: entendi que o grupo não conhecia o podcasting.
>> Estratégias de interação entre tutor e estudantes em Educação a Distância - Querte Mehlecke – PPGIE/UFRGS Relato de uma pesquisa sobre EAD (fase 1) realizada em Portugal. A pesquisadora contou que se surpreendeu com o nível baixo de desenvolvimento da EAD na Europa. As alternativas ainda muito usadas se baseiam e material escrito, correio e telefone. [mais]
Depois desta apresentação, desci, tomei um café com meu colega Dileno, que chegou sei lá de onde para sua defesa de tese no dia 15. E debandei porque o cansaço venceu.
Para o termo em Inglês: Entrada: co-a-lescer Pronuncia: "kO-&-'les Função: verbo Inflecções: co-a-lesced; co-a-lesc-ing Etimologia: Do Latin coalescere, de co- + alescere crescer -- mais no Dicionário Universal da Língua Portuguesa Data: perto de 1656 sentidos intransitivos 1 : crescer junto 2 a : unir-se num todo : FUSE <cidades separadas coalesceram numa única, espalhada colônia -- Donald Gould> b : unir-se para fins comuns: juntar forças <pessoas com diferentes pontos de vista coalescem em facções opostas -- I. L. Horowitz> 3 : surgir da combinação de diferentes elementos <uma resistência organizada e popular imediatamente coalesceu -- C. C. Menges>
Durante todo dia eu tentei coalescer a experiência do Tech Matters Advanced Institute na minha mente. Procurei por temas maiores ao redor dos quais ancorar minhas observações e lições. Enquanto me esforço para escrever, refletir, entender, continuo voltando a minha questão original.
Questão: O que acontece quando vinte professores juntam-se num laboratório de informática por mais de quatro dias?
Resposta: Uma comunidade de aprendizagem se forma. (?)
Boa resposta, mas o que isso significa e porque é importante? Estarei fazendo a pergunta errada? Imaginando como o instituto, que facilitou o desenvolvimento desta comunidade, pode ser uma questão mais forte.
Questão: Quais ações do instituto contribuíram para o desenvolvimento desta entrelaçada comunidade?
Resposta: O foco em usar a tecnologia para dirigir a prática dos professores, claramente fixada nos objetivos do instituto e nos objetivos dos participantes, a aplicabilidade da experiência, o tempo para praticar com uma variedade de ferramentas, e um ambiente interpessoal com bom suporte físico.
Questão: Em que caminhos estas ações contribuíram para uma experiência positiva de aprendizagem para os participantes do instituto?
Resposta: ???
Não há resposta simples para esta pergunta. Nos próximos dias examinarei e discutirei cada elemento. Um claro entendimento da natureza de cada elemento, eu creio, será vital para o entendimento das relações entre eles. Entender estas relações será determinante para recriar outras experiências positivas e proveitosas de aprendizagem com a tecnologia.
Meu comentário: será interessante aguardar a seqüência desta reflexão. Uma coisa posso adiantar, como crítica: a visão do uso da tecnologia como guia da prática docente, segundo objetivos pré-fixados. Ao meu ver, o correto seria o contrário: a prática docente (entendendo esta como práxis) guiando o uso da tecnologia. Uma prática docente ancorada numa concepção de educação e de mundo solidariamente construída e uma tecnologia que é pensada junto com este projeto.