autoridade, reputação, democracia e as\os midias sociais
Quem lida com listas de discussão, foruns e outros meios comunicativos mais 'antigos' sabe que a metade do barulho é feita, no máximo, por 20%, dos membros. Estes são os verdadeiros participantes da lista ou forum.
Nas agremiações, associações, grupos, ... presenciais, a regra é a mesma. O princípio de Paretto ou a Lei 80 - 20, plenamente exemplificado. Onde, nisso tudo, aparece (ou não) o poder dos 80 ou da longa cauda das estatísticas?
O texto de The Wisdom of the Chaperones, de Chris Wilson, fala da Wikipedia, do Digg e de outros espaços colaborativos na rede, problematizando a quantidade\qualidade da participação, a questão da autoridade e da reputação, e trazendo o foco sobre o mito da democracia na web 2.0.
A Raquel começou e a Adriana está seguindo o rastro. Publicar listas de referências sobre determinados temas pode ser uma coisa muito interessante para os pesquisadores mais online do Brasil.
E se for de forma colaborativa, à la wikipedia, melhor. E se alguém mais dos códigos resolver se puxar, poderá ter até um sistema de resenhas e de avaliações pelos pares acoplado.
O que é? Bom, ... a Raquel está construindo uma lista de artigos, textos, etc sobre blogs e a Adriana está fazendo o mesmo em cyberpunk e sci-fi.
Eu não estou fazendo nada :) , mas estou propondo ampliar a idéia, juntar as listas num wiki só e adicionar mais gente à proposta. Teremos uma biblioteca de referências em cibercultura, comunicação, educação, cultura, ... em vários temas.
A foto? Ah... a foto é para mostrar duas coisas:
- algum teor etílico não atrapalha o raciocínio, embora atrapalhe o uso do teclado. - ninguém está mesmo a salvo...
Sábado passado postei os links de algumas coisas que andei fuçando durante a semana. Algumas eu experimentei, outras apenas olhei um pouco. Sem tempo para falar um pouco mais ou, até, recomendar, postei os links com alguma (pouca) explicação.
Vou tentar fazer isso todos os sábados. A idéia é compartilhar. Só ainda não achei um título legal para esta postagem.
btw: ainda estou em Capão... Planos alterados. Fui 'arejar' o carro na sexta e esqueci ele aberto. Nunca mais lembrei de fechar. E hoje de manhã caiu a maior chuva. Agora à noite entrei nele e quase me afoguei. pssssssss
Conta a lenda que Zeus, usando duas águias ao invés do google earth, determinou certinho o lugar do umbigo do mundo e decretou que ali, exatamente naquela pedrinha (o Oráculo de Delfos), situada perto do monte Parnaso, ele responderia as consultas que lhe fossem feitas.
No século XXI, há quem pense que este divino serviço foi terceirizado e que agora atende pelo nome de Wikipedia.
Hoje li uma postagem muito interessante do idelber, na qual, entre outras coisas ele diz:
Poucas coisas foram saudadas com tanto triunfalismo como a Wikipedia. É muito sedutora a idéia de uma comunidade aberta, produzindo conhecimento coletivamente, com a possibilidade de permanentes revisões. Cheguei a ver gente inteligente, que eu respeito, dizendo que na Wikipedia qualquer erro se corrigia em questão de minutos. O Pedro Dória colocou uma semente de ceticismo bem fundamentado nessa discussão há uns tempos. Confirmei que ele estava certo. A quantidade de erros é absurda. Nos temas polêmicos – o que significa toda a esfera das ciências humanas e sociais --, vence a versão de quem tem mais tempo, grita mais alto e faz mais lobby. [ler mais]
Eu que até gosto de usar a wikipedia para exemplificar algumas coisas, concordo com o Idelber na maior parte das ressalvas que ele faz. A variedade e a fidedignidade das fontes de pesquisa são muito importantes para que se absolutize alguma delas.
Considerando que a maioria dos links apontados numa busca do Google apontam para algum tópico na Wikipedia, o gigante não se incluiria fora da aventura. Parece que ao invés de simplesmente indexar conteúdo, o Google (Google Knol) vai criar conteúdo. Não sei é como vai resolver esta questão de "avaliar as fontes".
Semana passada tive de trocar as senhas públicas do Vamos Blogar? porque um idiota entendeu de colocar lá links remetendo para páginas com vírus. A sorte é que, em sendo um idiota, simplesmente copiou e colou estes emails de virus que recebemos todos os dias. Um amador. Qualquer cracker teria posto uma atraente mensagem combinando com o conteúdo do blog, que atrairia muitos cliques. Assim, o que era para ser um projeto aberto e colaborativo, resta colaborativo, porém menos aberto, pois os participantes terão de usar senhas próprias para postar e as postagens por email não existirão mais.
Parece que o vandalismo da web é o mesmo que assola as ruas, onde aquilo que é de todos é destruído com prazer por poucos. E eu nem vou entrar, neste momento, na idéia de pensar as causas deste destruir por destruir. Já chegam as conseqüências.
Conseqüências que atingem agora a Wikipedia, onde seu fundador pensa em impor algumas regras editoriais para evitar o vandalismo. Em entrevista ele aponta a necessidade de achar um ponto de equilíbrio entre proteger as páginas e fornecer acesso aberto a todos. Uma idéia é de bloquear as páginas onde o conteúdo seja considerado bom o suficiente para permanecer estático.
Um risco no total, pois os critérios e os donos dos critérios deste "bom o suficiente" serão possivelmente muito discutíveis. Além disso, aponta para uma finalidade estática naquilo que deveria ser um projeto sempre dinâmico e inacabado, pois as páginas permaneceriam dinâmicas enquanto "discutíveis".
No meu entender, por aqui se perderia a essência do projeto que, além da colaboração, é o inacabamento. Seria mais uma fonte de conteúdo quase que cristalizada e sujeita as picuinhas editoriais que conhecemos tão bem.