segunda-feira, março 30, 2009

Entre os Muros da Escola


O filme baseado no livro de François Bégaudeau, que também atua e colabora no roteiro, fala da escola, do professor e de suas experiências numa escola de periferia na França.

Quem assistiu recomenda e, lá na Edublogosfera, fez a seguinte proposta:

Se puderem, assistam o filme: "Entre os Muros da Escola" aí na sua cidade/cinema preferido e ao final gravem no celular (em torno de 3 minutos, não mais do que isto!) sua análise/mini-resenha/impressões viscerais/etc sobre o filme.

Quando puder, suba pro youtube e publique no seu blogue com a etiqueta/ tag #entre-muros-da-escola-edublogosfera.

Se não tiver um plano de dados, passe o video do celular para o computador (via cabo, bluetooth, leitor de cartão mini-sd, etc) e daí suba pro youtube...

Depois agente indexa todos os depoimentos sobre o filme (ou publicamos como comentários lá no cabinecelular mesmo! [Prof Sérgio Lima]
Bom, ... ele já fez a sua parte, que pode ser assistida aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=_j6Uu1UIKSg

Eu ainda não sei quando vou poder assistir, mas já ando passando adiante a ideia :)

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terça-feira, março 24, 2009

Blogs e professores - mais uma dissertação


É muito bom ver a produção científica que aborda a educação e a comunicação mediada pela tecnologia crescendo. Em especial as que falam dos blogs, que é um assunto muito querido para mim.

E, no Brasil, em nível de mestrado e doutorado, já contamos com diversas dissertações e teses nas quais os blogs são o objeto de pesquisa por si só e\ou na mediação de relações. Algumas delas na Educação.

No dia 12 de março, Juliane Martins Guedes, da Univali, SC, defendeu a dissertação intitulada Entre o diário virtual e o diário de classe: traços de identidade profissional de professores na blogosfera, orientada pelo Prof. Dr Rogério Christofoletti.

Juliane acompanhou o cotidiano dos blogs de 10 professores e em breve vamos saber mais sobre o que ela encontrou nestas reflexões que unem de forma inseparável aquilo que é do trabalho e da experiência de vida do professor.

Eu, que faz muito me interessa, instiga e gratifica este esta completude inacabada do constituir-se professor, fiquei muito feliz quando recebi um email da Juliane, me contando da defesa e de que eu fui um de seus sujeitos de pesquisa. É surpreendente e muito legal ver que compartilhamos interesses e concepções teóricas.

Como disse a ela, estou louca para ler a dissertação que, tenho certeza, vai me ajudar muito nas reflexões que venho fazendo o doutorado.

Para ter uma idéia do trabalho, assista este pequeno vídeo. E visitem o blog da Juliane.

btw: este post estava por ser escrito desde o email da Juliane, mas a roda do tempo, só para variar, me pegou no que eu chamo de "tempos de general".

btw 2: com inspiração nesta entrada, comecei a reunir as teses e dissertações sobre blogs. Ajudem !

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domingo, março 22, 2009

Aniversário do Colégio Militar de Porto Alegre


Quando tudo que se lê na mídia sobre a Educação e a Escola fala de sua precariedade e atraso, mesmo considerando a quem serve este discurso, necessariamente se pensa no que torna algumas escolas diferentes das demais.

Ontem, ao participar, por mais um ano, das festividades de aniversário do CMPA, me peguei refletindo sobre o que traz todos aqueles ex-alunos de volta à escola. Ex-alunos que se formaram, alguns, há mais de 50 anos, desfilando com suas boinas vermelhas, entre orgulhosos, saudosos e divertidos. Sob o aplauso e a aprovação da gurisada de hoje, cujos pais nem eram nascidos quando estes veteranos conviviam estas mesmas arcadas, retornavam ao seu colégio.



E ao longo deste dia, no qual os antigos integrantes da banda se somavam aos atuais alunos para acompanhar a formatura e ex-professores confraternizavam com os atuais professores e alunos, fiquei pensando sobre as razões que fazem com que algumas escolas se diferenciem. E, destas razões possíveis, vou falar de uma em especial.

Não é o currículo, pois hoje a maioria dos currículos é uma ignorância comandada por uma anomalia chamada vestibular. Não é a estrutura física e os recursos, embora sejam importantes, também.

Falo do sentimento de continuar a pertencer a um lugar seguro e confiável, onde compartilhamos com amigos alguns dos nossos melhores sonhos.

Ser de uma escola assim é como ter a garantia de um porto seguro sempre ao alcance. Não que precisemos retornar a ele, mas por saber que está lá.



É por aí que a tradição encontra seu caminho. Não em estagnar no tempo aquilo que pode e deve ser transformado e, sim, na certeza da construção constante, a consciência de que o novo traz em si as marcas daquilo que superou.

Desfilar com os antigos colegas, assistir os novos alunos recebendo as divisas que já foram suas um dia, participar das competições esportivas entre alunos e ex-alunos, tudo isso confere a cada um a certeza de que um dia, quer as coisas estejam boas ou más, ele poderá retornar a este casarão centenário e colocar novamente a sua boina de aluno. Tempo de recomeçar?



* desfile do batalhão da saudade


Parabéns, CMPA! E que nós todos, que construímos aquilo que tu és, possamos encontrar a sabedoria e o espaço para transformar o que precisa ser transformado, trazendo junto aquilo que faz com que as boinas vermelhas estejam sempre voltando ao colégio.

)) o basquete, recuperando a sua tradição dentro do CMPA, pela primeira vez depois de muitos anos participou da grande brincadeira entre alunos e ex-alunos. [veja mais]


* atletas de 2006, 2007, 2008 e 2009

** Mais sobre os 97 anos do Colégio Militar na sua página **

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domingo, março 08, 2009

# dulcora - um pouco sobre o muito


Para dar o "ar da graça" e, ao mesmo tempo, comemorar o 8 de março:

)) Mulheres na ciência - um texto da Lucia Malla que reflete sobre algumas questões e aponta algumas ligações importantes.

)) "Têm maridos e namorados que acreditam na violência física para se impor; o patrão ainda paga menos pelo mesmo trabalho que fazemos, e nada acompanha o seu cetro de rainha do lar, a não ser um trabalha infindável, desvalorizado e sem visibilidade." (segue, no Observatório da Mulher, o texto de Raquel Moreno)

e para uma navegação agradável e interessante neste domingo:

)) A entrada do José Roig Robson Freire (errei!) que reúne vários textos matadores do Sérgio Lima. Sobre educação, escola, professores, tecnologia e blogs.

)) Aluno ajuda Aluno - um texto da Sonia Bertocchi que provoca boas reflexões sobre a sala de aula.

)) O professor Jarbas explica o que acontece quando a paranóia contribui para jogar o bebê fora junto com a água do banho. (ou quando administradores incompetentes se metem a censurar acessos). No exemplo do Prof. Jarbas, a Educação Física seria uma das disciplinas mais lesadas :))

)) IPRF 2008-2009 - para quem passa pelo martírio todo o ano. Por Conrado Navarro.

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domingo, março 01, 2009

pessoas especiais


Depois que eu casei, continuei veraneando na mesma praia de TODA a família do meu marido. Eram férias muito alegres, cheias de festas, primos e primas, brincadeiras, churrascos, amigos de montão. Família reunida até as vós e bisavós que, além de dar o contraponto nos excessos, por vezes, eram as primeiras a topar brincadeiras. Mesmo quando estas não combinavam muito com suas rotinas e crenças.

A nossa preferida era a brincadeira de detetive que incluia a família (numerosa), mais os vizinhos e amigos. Todos participavam e poderiam escolher entre ser detetive ou assassino ou, simplesmente, uma possível vítima. Do sorteio só participavam os que pretendiam ser assassino ou detetive.

Feito o sorteio, o detetive se revelava para o grupo. O assassino, então, tinha cerca de 24h para cometer o crime. Neste processo, ele ou ela deveria correr todos os riscos de se aproximar da vítima, simular o crime e deixar um bilhete indicando hora e forma da morte.

Vós, bisas e pais eram vítimas com grande potencial, pois, entre as causas, as heranças eram possibilidades sedutoras :) O morto ou morta não poderia sair do local até ser encontrado. Mas, para evitar mortes por inanição, colocamos duas regras: - o defunto poderia chamar algum passante e informar a morte; - era proibido esconder o corpo.

Depois do crime, o detetive teria dois dias para investigar, fazer o inquérito e elucidar o crime. Neste tempo valia tudo: chantagem, outras mortes, ... Todo mundo se divertia a grande, inclusive envolvendo os serviços públicos do município....

Hoje eu quero lembrar de uma brincadeira de detetive em especial. Aconteceu assim:

A família ocupava duas ou mais casas próximas e, cedo para a maioria dos mortais, as vós abriam a sua casa e tomavam chimarrão vendo o dia clarear e os pescadores tomar o rumo do mar. Num determinado dia, a segunda geração, que morava em frente e levantava ali pelas 8h, encontrou a casa das vós toda fechada. Entrando, encontrou as vovós deitadas nas suas caminhas com os bilhetes na mão. Mortinhas!

A bisa Nayr olhou seriamente para a filha (minha sogra) que chegava e setenciou com um olhar acusador:

- Perdi meu mate...

A outra vó, ainda deitada e rindo muito, entregou o assassino, com um legítimo sotaque de Uruguaiana:

-Masss, este Tom!

- Cala a boca, Cotinha! - atalhou a bisa Nayr.

Mesmo achando a brincadeira uma coisa absurda ela cumpriu seu papel direitinho, para deleite dos netos. A severidade dos princípios, o amor à família, a parceria eram a sua combinação incrível.

Esta era a bisa Nayr, que se foi hoje, em paz. Quase cem anos depois que veio a este mundo.

1909 - 2009

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Professores Conectados


Professores Conectados é o título de um pequeno artigo que escrevi como provocação ao debate no I Congresso de Tecnologias na Educação, realizado no final de outubro de 2008 e promovido pelo grupo Blogs_Educativos.

O Congresso, totalmente online, abrigou interessantes discussões nos fóruns abertos ao redor dos diversos temas e artigos. Agora, é lançada a Revista Tecnologias na Educação e publicados os artigos, palestras e relatos de experiência que deram movimento ao Congresso.

É importante salientar a origem da nova revista: uma comunidade de educadores blogueiros que, desta forma, socializam um pouco de suas reflexões. Uma comunidade que mostra como os professores podem formar redes sociais online, relações que ampliem os processos de aprender-ensinar.

Espero que, em breve, os diversos fóruns do congresso, que abrigam riquíssimos debates, possam ser reabertos e agregados a este primeiro número da revista, possibilitando, mais uma vez, o diálogo em torno de temas tão importantes. Fica a sugestão aos organizadores :)

Espero, também, que o meu artigo possa continuar suscitando o debate sobre a formação e o trabalho do professor em sua intersecção com as tecnologias da informação e da comunidação.

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