a internet, o big brother pessoal e o segredo da sala de aula
http://suzanagutierrez.blogspot.com/
:: Su, sobre o meme: eu imitei a idéia de um amigo, o Scharlau, e criei a TV Dialógico, aproveitando uns vídeos feitos na digital do Felipe, durante a minha ida à Brasília. Assim, podes copiar o meu e repassar a mais 5 pessoas ou podes criar um novo. Fica a teu critério. Ao que me leva ao assunto do teu post.
1. Vivemos sob a égide do medo, no caso, medo em passar informações pela Internet, o que não é descabido frente a tanto golpes digitais. Por outro lado, tomando-se alguns cuidados óbvios, tais quais não expor endereço, nº de documentos ou da conta bancária, a Internet é um território livre para expor pensamentos e se fazer conhecer.
2. A categoria "professores" é conservadora. Se diferente fosse, a escola seria diferente em todos os seus níveis: educação infatil, ensino fundamental, ensino médio e ensino superior. Não basta salas de informática, equipamentos áudio-visuais de última geração e toda a quinquilharia tecnológica dentro de uma escola, se continuamos com a mesma relação ensino-aprendizagem.
3. Num modelo capitalista, onde o que vale é a competição, não me admira que os professores tenham medo de se expor. Na medida em que os alunos começam a se apropriar de recursos interativos e começam a revelar seus pensamentos, não só o conteúdo vem à tona, como a qualidade do ensino. Já imaginaste o que uma aluna do João Paulo I pode vir a saber sobre o que o aluno do Americano aprende na mesma série? Ou venha a descobrir que o mesmo conteúdo recebe um enfoque diferenciado? Os professores e as escolas devem estar morrendo de medo deste tipo de avaliação pública, ainda mais, quando as escolas privadas competem pelas matrículas.
4. Os professores conservadores estão apavorados, porque a nova geração se apropriou da era da informática e os adultos, não. Na hierarquizada relação ensino-aprendizagem, onde já se viu tamanho atrevimento, hein? Ainda mais, quando os alunos podem buscar informações na Internet por conta própria para além daquilo que está registrado nos livros? Não só a autonomia do aluno é vista como impertinente, como a própria função do professor se vê em xeque. Cada vez mais me convenço que o educador precisa trabalhar com os conceitos, pois eles serão as competentes ferramentas de aprendizagem, naquela relação da criança que vê o mar e pede ao pai que este lhe ensine a olhar, tal qual pensou Eduardo Galeano.
5. O professor e a escola conteudista se caga frente a qualquer inovação. Tudo em nome da preparação para o vestibular. Os pais também entram nesta ladainha. Não sei se existe, mas deveria-se fazer uma pesquisa no final de cada curso assim: repetir o exame vestibular entre os alunos que estão concluindo o ensino superior. Minha hipótese é a de que a gurizada se mata para decorar os conteúdos desta bendito ritual de passagem que separa a juventude entre os frustrados por ficarem fora do sistema e os frustrados por um ensino superior tão aquém da realidade.
6. Para concluir, o medo do novo vem à tona em nome de uma pretensa defesa da privacidade. Uma relação horizontalizada com os alunos é vista como permissividade por parte do adulto, que ensina a competir e tudo que diz respeito a este conceito, mas não a compartilhar.
Obrigada pelo teu post. Às vezes, é bom lembrar que fui educadora. Como escrevi esta lauda, irei replicá-la no meu outro blog, o claudacom.blogspot.com, chamando-a para o teu.
Beijo!
# postado por : sáb. mai. 19, 02:40:00 PM 2007
http://suzanagutierrez.blogspot.com/
:: Su,
sou sua fã de carteirinha, amei suas orientações sobre blog na etapa presencial em POA, foi muito bom encontrar seu comentário no meu blog do curso, na minhas primeiras postagens. O risco é a chave da mudança. Corremos risco com os blogs? Paciência, pois, os benefícios desta ferramenta na escola superam todos os riscos.Abraços.Gelsi
# postado por
GELSI : seg. mai. 21, 03:14:00 PM 2007