sábado, maio 19, 2007

a internet, o big brother pessoal e o segredo da sala de aula


Estes dias rolou lá no CM um papo interessante. Não foi exatamente estes dias, foi mais precisamente durante o Seminário de Educação. O assunto foi a possível super exposição pessoal causada pelo uso de blogs e assemelhados na educação.

Na hora, o assunto já transformou os conversadores em saudáveis defensores deste ou daquele lado. Alguns disseram coisas do tipo: estas ferramentas não tem como controlar e nossos alunos se colocarão em risco revelando informações que bandidos usarão... Ou: a exposição excessiva de coisas particulares poderá prejudicar a todos os envolvidos, mesmo a exposição de fatos e falas relacionados ao ensino...

Outros, tipo eu, falaram: somos pessoas públicas, isto é , eu ando na rua carregando a minha cara e estou aqui falando alto e não cochichando... ou: pensem em como as coisas que se ensina e aprende podem ser importantes fora do contexto da sala de aula, fora do contexto daquela ação...

Falamos, também das imagens, das fotos capturadas e divulgadas sem preocupação. Lembrei logo deste meu blog no qual a imagem anda substituindo o texto, não por qualquer objetivo expressivo, mas pela maior falta de tempo minhas, mesmo...

Todo este papo foi para rodear o assunto real desta postagem que é o segredo que envolve a sala de aula (até as virtuais). Ainda é muito presente a idéia de que o que se passa na sala de aula seja assunto apenas de quem está lá dentro, algo que desaparece quando os livros se fecham e o quadro é apagado. Desaparece do mundo, mas deve ficar indelevelmente marcado na mente dos que terão de devolver tudo direitinho como foi passado na prova bimestral.

Permanece, também, a idéia de que o conhecimento é algo que deve ser regulado por aquele que entrega o conhecimento, o professor, sob o comando daquele que vende o conhecimento, a escola. A lógica que diz que aquilo que eu sei é mercadoria ou moeda, é algo que devo negociar e não compartilhar. E que, segundo os Conselhos desta ou daquela profissão, é um território perfeitamernte demarcado, cuja entrada é proibida a quem não tem a carteirinha.

Em parte, esta lógica é responsável pela resistência à sala de aula aberta, ao uso de ambientes virtuais abertos, ao trabalho interdisciplinar. No meu entender, é principalmente esta lógica que faz um professor ou a escola considerar um blog uma superexposição perigosa. O mesmo professor que se queixa da falta de solidariedade entre os alunos que não auxiliam os colegas e não conseguem trabalhar em grupo.

Mas hoje é sábado e eu estou filosofando de pijama, conversando pela rede com meus alunos (outro pecado), deixando pistas do que sou e do que faço. Lá fora tem sol, não está muito frio e tem uma bola de basquete me olhando de debaixo da escrivaninha. Vou?

update 23:29 >> Não fui...
Mas deixa pra lá que esta atualização é só para postar o link para o comentário da Cláudia que está bem melhor que o meu post. :)

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