Quando ela chegou era uma bolinha de pelo com uma carinha muito séria e um lacinho cor de rosa plantado entre as orelhas. Tão pequenina que só cabia um lacinho na cabeça... E furiosa. Na primeira noite em nossa casa ela não chorou e nem latiu, mas rosnou quando o Tom entrou em casa à noite.
Dali em diante cresceu sendo companheira animada de brincadeiras, terror dos gatos da vizinhança e se tornou da família, tanto quanto qualquer um de nós.
Envelheceu como viveu, com coragem. Mesmo quando as perninhas já não tinham força, ela lutava para levantar e caminhar. Yshana gostava de viver.
Hoje, dezoito anos depois de chegar, ela se foi. Absolutamente contrariada, acho eu. Já estamos todos com muita saudade.
Escrevi isso faz um bom tempo, porém voltei para casa ainda pouco trazendo nos olhos o por de sol cinza e rosa de uma Porto Alegre quente varrida por um vento frio. E aí lembrei :)
Muitas coisas só são percebidas na proporção da sua ausência ou no poder dos seus efeitos. O vento, por exemplo, só é notado quando sua falta faz com que as velas dos barcos se tornem inúteis. Ou, quando sua força faz crescer as ondas no mar e deitar os juncos na beira da praia.
Muitas vezes, eu quis ser como o vento. Algo invisível e com tamanha personalidade. Ora manso, acariciante. Ora frio, cortante. Mas sempre imprevisível, livre. E, muitas vezes, o vento foi meu companheiro. Quando as perguntas se tornam tantas ou quando as respostas possíveis já não são suficientes, sempre se pode escutar o vento.
Como o vento, podemos ou não deixar rastros onde passamos. Desde um perfume de flores distantes até trilhas de destruição. Assim como o vento podemos deixar nossa marca no mundo e nas pessoas.
Assim, se marcas eu venho deixando, que sejam elas as boas marcas. Talvez um certo jeito de rir das coisas, a rebeldia, a persistência, ou a necessidade de liberdade. Talvez uma forma clara de amar, ou a inquietude e a capacidade de renascer a cada dia.
Penso que é para me manter consciente destas coisas que tenho na varanda um daqueles sinos de vento. Aqui no sul eles não têm descanso. Quando tocam, trazem as vozes de outros sinos, de outros lugares, respostas para perguntas que ainda não foram feitas.
Hoje meu sino está parado, uma calmaria cheirando a jasmim no ar de Porto Alegre. Mas, embora o sol, o horizonte é cinza e rosa e avisa da tempestade. Alguma coisa me diz que , hoje ainda, o vento vai aprontar horrores lá fora e vou ouvir meu sino tocando feito um louco. Vento sudoeste levando respostas...
em pé: Rodrigues, Batista, Rodrigues Jr, Otto, Laetitia, Fabiano e Suzi embaixo: Hickert, Castillo, Venzon, Suzana e Hélio
esta é a foto oficial 2006 da seção E.
E, no mais, ontem fiz um treino legal com a equipe de basquete. Deu para ver uma porção de coisas que às vezes ficam despercebidas. Uma delas :) é a minha segurança em ir ao ponto das questões táticas (<< isso esta melhorando, oba!). Outra é a maior capacidade de assimilação do grupo. Embora os erros e as diferenças de ritmo de desenvolvimento entre uns e outros, estamos avançando.
Tanto, que estou bem tentada a treinar nas férias com os que quiserem. Não quero bancar a bruxa e tirar eles da alegria de ficar duas semanas de papo pro ar, mas basquete, mesmo treinamento, pode ser uma coisa muito legal :)
Não sei se é o frio, mas de repente me deu saudade do mar gelado de Isla Negra e a vista da casa de Pablo.
"Tu eras também uma pequena folha que tremia no meu peito. O vento da vida pôs-te ali. A princípio não te vi: não soube que ias comigo, até que as tuas raízes atravessaram o meu peito, se uniram aos fios do meu sangue, falaram pela minha boca, floresceram comigo".
Se tu chegastes aqui dando uma espécie de cambalhota virtual, olha lá em cima e vais ver que o endereço mudou... Pois é, criei vergonha e mudei tudo para o meu domínio que o Sérgio, coisa querida :), está hospedando.
e eu sem um bom lugar pra ler um livro... E aquela corda do varal tirando todo romantismo da minha foto na chuva :(
Dei aquela geral nas coisas que tinha para fazer, mas outras tantas coisas ficam aqui me assombrando como possibilidades que as minhas 24 horas diárias não dão conta. É nessas que eu começo a notar mais o cinza lá fora e fico me lembrando de um estado de espírito que está pairando aqui por perto, pronto para me atacar em algum canto entre o quarto e a sala de estar...
A imagem acima permite ver este meu blog de uma forma gráfica, onde:
azul = links vermelho = tabelas/células verde = formatação de blocos violeta = imagens amarelo = formulários laranja = quebra de linha e blocos de texto preto = nó inicial do código da página (html) cinza = outras tags
Dá para ver a ilhazinha cinza e preta que é a raiz do blog com uma árvore violeta e azul que devem ser as fotos da barra lateral. Incrível como dá para ver a estrutura. Aquele rabicho embaixo e à direita, com seis derivações laranja/vermelho/azul são as células, imagens e links da barra superior do blog.
Apresentar, debater e conhecer as melhores práticas e visões sobre a INCLUSÃO DIGITAL no Brasil, e em outras partes do mundo, visando a definição de estratégias e propostas de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento econômico e social do país e do resto do mundo
Destaques do Evento
* Oficinas de Trabalho sobre os principais temas * Painéis e Debates * Apresentação de Casos de Sucesso * Sessões de Encerramento Especiais * Consolidação de documento oficial sobre as melhores práticas para efetivação da INCLUSÃO DIGITAL no Brasil * Lançamento do Prêmio Nacional de INCLUSÃO DIGITAL
Começa amanhã e eu sem a menor chance de participar :(
Andar sempre apaixonado é uma coisa que vem junto com alguns anos conturbados da vida. Adolescentes e, às vezes os nem tanto ou os para sempre adolescentes, estão sempre apaixonados. Aquela mistura de tormento com alguns instantes de lucidez e razão é um motor poderoso para algumas coisas e um freio potente para outras.
Competir nos esportes tem muito disso. Um impulso institivo e altamente emocional contrabalançado por alguma tentativa de frieza e planejamento. Se, por um lado a tática, a lógica e a estratégia puxam pela razão e se constroem num lugar um tanto frio, por outro, sem aquele impulso do sentimento, sem a paixão, as coisas caem no vazio. A técnica pura quando muito produz um robô mais ou menos eficaz se as coisas forem estáticas. Como elas não são, entra a paixão para dar vida à técnica.
Andei pensando um pouco destas coisas naqueles breves momentos onde a razão e a confusão :) se encontram. Um tanto ao ver os meus guris correndo na quadra, no impulso da paixão. E aí que todos nós estivemos um tanto apaixonados por estes dias, onde bolas de basquete se misturavam a gente agitada, aos rituais quase religiosos do esporte.
Não é à toa que se grite tanto e que, de repente, as coisas explodam em volta. Andamos carregando balaios de paixões e gente apaixonada é fogo...