sexta-feira, janeiro 11, 2008

Blogs, dez anos e....



Nestes últimos dias andei refletindo e conversando sobre os blogs e outras possibilidades de interação na rede. Mais precisamente sobre os blogs mesmo, que fizeram dez anos de existência oficial em dezembro.

Como sempre a história é a história contada por alguém, geralmente a história dos vencedores e, muito frequentemente, a história de quem gritar mais e mais alto. Porém, controvérsias a parte, os blogs já tem dez anos e, neste tempo, assumiram exatamente aquilo que alguns poucos previam em 2001.

Se o primeiro blog foi tatuado na parede pela primeira família na primeira caverna ou se foi a primeira página de Tim Berners Lee ou, ainda, se foi os comentários e links do What Is New, não vem muito ao caso, a não ser como exercício arqueológico. [3]

Eu os encontrei em 2001, firmei a minha atenção sobre eles em 2002/2003, no projeto de mestrado e no primeiro artigo que escrevi sobre os weblogs (no final de 2002, acho) já antevia o seu provável 'estouro' como, de fato aconteceu em 2004.

Nesse artigo, procurei proporcionar uma visão geral sobre os weblogs, uma tecnologia de publicação digital, que pode ser considerada uma tecnologia educacional. Uma visão que suscitasse a curiosidade de educadores e pesquisadores e que capturasse o seu olhar e a sua atenção. Penso que continuaremos assistindo o crescimento rápido e consistente dos weblogs e de todos os meios a eles associados ou incorporados, como, por exemplo, as tecnologias wireless (sem fio). [1]

Uma previsão que seria meio óbvia no início de 2004 para quem acompanhava o dia-dia dos blogs. No final de 2002, início de 2003 muito pouco se encontrava escrito sobre weblogs.

Pois é, aí estão os blogs, firmando seu espaço entre a mídia tradicional, inclusive a grande. Cooptados já que não podem ser calados. Assumindo ares que, em alguns casos, poderão comprometer o seu grande potencial de diálogo.

Que os próximos dez anos consolidem o seu grande potencial para a formação de rede, a sua característica de bazar e não de catedral, o seu ar alternativo, o seu jeito hacker.

E que se finem os aprendizes de marketeiros, fissurados nos números de acessos e nos rankings, que espanam para o lado a conversa, em cujos blogs cada link é um contrato e não uma mão estendida.

Que se danem também os professores que tentam domesticar o blog como "ferramenta de ensino", que usam os blogs para postar as mesmas tarefas que escreviam no quadro de giz.

E que estes próximos dez anos wikifiquem os blogs, aumentem o seu poder comunicativo, ampliem o seu diálogo com outros aplicativos, e os transformem, cada vez mais, em ambientes pessoais, mas colaborativos, de aprendizagem. [2]

[1] GUTIERREZ, Suzana. O Fenômeno dos Weblogs: as Possibilidades Trazidas por uma Tecnologia de Publicação na Internet. Informática na Educação: teoria & prática. Porto Alegre, v. 6, n. 1, p. 87-100, jan-jun, 2003.

[2] esta última parte é a minha pré "visão" para os próximos anos.

[3] Uma listinha arqueológica para visitar:

24 Hours of Democracy
CamWorld - em junho de 1997
Robot Wisdom - Jorn Barger
Diário da Megalópole - NemoNox
Scripting News - em 1998

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