quinta-feira, julho 17, 2003

revolução nas publicações


Direito de ter um weblog



Em março deste ano, a CNN pediu ao seu correspondente Kevin Sites que suspendesse o weblog (aqui) que vinha atualizando do Iraque. A ação da emissora se deu porque Kevin é funcionário da empresa e tinha um contrato de exclusividade, não podendo escrever para nenhum outro veículo, nem para o seu próprio.

Dois meses depois, em maio, o jornal Hartford Courant matou o weblog de seu jornalista de turismo Denis Horgan. Ele havia decidido fazer seu próprio site de informações sobre o setor de turismo. Seu editor impediu o feito alegando que havia conflito de interesses. Horgan, por sua vez, afirmou que o weblog é gratuito, não lhe trazia dinheiro e a atualização deste era feito fora do expediente e sem usar os recursos da companhia.

Casos como os dois acima vêm se tornando comuns.

.:: leia na íntegra


Agora a crítica:


Direito de ter um weblog




Um contrasenso a matéria de Mario Lima Cavalcanti: Direito de ter um weblog. É interessante observar a força dos weblogs. A análise do autor é muito ingênua. Faz referência, apenas, a um problema contratual.


O episódio do Kevin foi um prato cheio para os que defendem a liberdade de imprensa, mas não podemos esquecer que existiam cláusulas. E, mesmo com todo aquele papo de liberdades de expressão e de imprensa, cláusulas são cláusulas e, se você as assinou, deve segui-las.


(...) a minha conclusão é que, se uma empresa paga bem e quer ter o direito de exclusividade, tudo bem, contanto que deixe isso muito claro no contrato assinado entre o veículo e o jornalista.


Onde está o equívoco do jornalista? Simples. Da mesma maneira que a ruptura do paradigma da música e do software aconteceram, vemos a ruptura no modelo de distribuição da informação. Os weblogs quebram este monopólio. E as leis vigentes não tem muito valor nessa nova ordem. O que vale a proibição do mp3? Para quem usa o Gnutella ou o Kazaa não vale nada. E as licenças dos softwares? Viva o software livre!


Os meios de comunicação tentam coibir esta forma de expressão. Uma tendência de ridicularização desses diários pessoais. Mas, na verdade, o colunista angaria mais reputação no seu weblog do que nas tripas de papel. E ao contrário, muita gente acaba acessando a velha imprensa por causa do weblog do colunista. Muita briga vai rolar, muita notícia vai ser gerada para nos contar que essa revolução não será televisionada.


fonte: MarketingHacker

.:: dando um pitaco: Esta é uma questão que tende a ser cada vez mais discutida e receber novos aportes na área da comunicação, mas, também, na política e educação. As publicações na web cada vez mais facilitadas e acessíveis põem em prática concreta a idéia de comunicação de 'todos para todos'. Para mim um ponto de bifurcação, à la Prigogine, na comunicação e nas publicações. Caos, incerteza dos rumos e, sobretudo, a irreversibilidade.

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