sexta-feira, abril 24, 2009

a escola forma para o passado ou para o futuro?


O assunto saiu nas listas em resposta às provocações que volta e meia nos fazemos. Culminou com a proposta do Robson Freire aos participantes das listas blogs_educativos e da edublogosfera de uma blogagem coletiva sobre o tema.

O pessoal vem atendendo ao chamado e interessantes reflexões vão pipocando e mobilizando. Comentadas, reenviadas por email, lidas, compartilhadas e comentadas nos leitores de conteúdo, vão retecendo a rede.

E aqui, meio atrasada, vai a minha contribuição inicial:

É possível pensar que a escola inevitavelmente forma para o futuro, nem que seja um futuro bem imediato, aquele que vem logo depois de uma "explicação" do professor. Pelo menos enquanto as viagens no tempo e a volta para o passado estiverem apenas no âmbito da ficção ou dos nossos sonhos. É o futuro que temos diante de nós.

O que pode acontecer é que esta parte da formação humana, na qual a escola têm algumas responsabilidades, seja mais adequada a quem teria, no futuro, experiências/possibilidades/problemas que já aconteceram num passado mais ou menos remoto de alguém. Uma formação para coisas que provavelmente não se repetirão.

O que é inelutável é que nos "formamos", com ou sem ou, ainda, apesar da escola. Assim, se a escola (do jeito que ela é) não é inocente, certamente não é, também, a dona de toda a culpa da nossa inadequação (será?) ao nosso tempo.

Agora... falar deste jeito da escola ou de qualquer instituição humana é como falar do povo enquanto nos incluímos confortavelmente fora dele.

Para começar, o que é e quem é a escola?
Um conjunto instituído e instituinte de relações sociais que emana de um contexto de práticas sociais, culturais e políticas.

Assim como a realidade social, a escola é obra de nossas mãos. É histórica e, portanto, não é fixa e nem imutável. Ela é parte da prática social humana.

Ah... é dura de mexer... lá isso é. Em alguns momentos, isso pode ser até uma virtude. Afinal, a educação não deve ser campo para testes descompromissados.

Eu penso que a escola não forma para o passado, nem para o futuro e nem para o presente. No espaço que lhe cabe, a escola constrói o futuro, assim como construiu o passado e está construindo o presente. Aliás, quando ela modifica o presente, altera o futuro e , dialeticamente reconstrói o passado.

Este mundo que aí está é o resultado sempre provisório de nossa prática social e a escola é parte disso. É obra nossa na construção do futuro. E este nós significa a humanidade e não apenas aqueles que estão numa ou outra escola ou que atuam de alguma forma na educação, embora estes tenham mais possibilidades de influir (ou fluir) nesta construção.

Cada pequena coisa que fazemos ou que deixamos de fazer é parte da construção da realidade social.

A escola não é algo isolado que eu possa simplesmente e linearmente criticar. Toda a crítica aqui será sempre auto-crítica. Neste sentido, transformar a educação e a escola inicia pela compreensão deste nosso imenso envolvimento e pela consciência das possibilidades e das consequências de nossas pequenas e cotidianas ações e omissões.

Uma das formas de exercitar este consciente potencial transformador é fazer justamente o que estamos fazendo: publicar as nossas conversas, refletir socialmente, alimentar a rede, partilhar o caminho das pedras.



Quem mais escreveu?

Robson :: Elis :: Miriam :: Jenny :: Suely :: Elaine :: Franz :: Sérgio :: Tatiane

E, por último, uma provocação:

Um texto antigo para refletir

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