terça-feira, janeiro 06, 2009

Leituras


vista da praia
* a foto é do meu passeio de hoje - capão da canoa

Após os Jogos da Amizade eu pude intensificar as minhas leituras e releituras. E o que pude fazer neste tempo está me deixando muito animada.

Ainda em novembro pude terminar de reler A Era dos Extremos - o breve século XX, 1914-1991 do Eric Hobsbawm e, em parte, reli Condição pós-moderna, do David Harvey. São dois livros que eu recomendo fortemente a quem está pensando em pós-graduação stricto sensu.

Depois, reli Sobre o Tempo, do Norbert Elias e li o Processo Civilizador volume I e parte do volume II. Estes "em parte" tem sua explicação no meu "modo de pensar", que não é linear e segue, o ritmo da escrita. Escrever para pensar e saber o que ler para escrever, para pensar, ... recursivamente.

Em seguida, comecei a minha saga em Zygmunt Bauman, que é um autor que ainda não havia usado nas minhas construções teóricas. Li uma parte do O mal-estar da pós-modernidade e deixei na fila Comunidade e Modernidade Líquida. Penso que o que o Bauman traz sobre estranhos, arrivistas, vagabundos e turistas, a questão do controle, da cultura, da liberdade e da civilização são muito interessantes para se compreender a cibercultura.

Aí senti a necessidade de voltar ao Daniel Bensaïd e reler (com caderninho do lado) o seu excelente Marx, o Intempestivo, o qual terminei hoje. Para confrontar as aporias das outras leituras, precisei rever, guiada por Bensaïd, a construção da ciência de Marx. Na segunda metade do século XIX, quando o mundo vivia acomodado na linearidade da mecânica de Newton, surgem as ciências das possibilidades: a teoria da evolução de Darwin, as leis da termodinâmica de Clausius e Carnot e a crítica da economia política de Marx, falando de incertezas e abrindo espaço para uma nova racionalidade.

Quando o meu pensamento se pragmatiza e flutua na superfície das coisas, ou começa a se linearizar e não ultrapassar a pseudoconcreticidade, eu sempre retorno a Marx, que viu na mercadoria o seu duplo de valor de uso e valor de troca.

Marx, o Intempestivo é um livro denso e necessita de concentração. Então, quando vim para o posto avançado em Capão da Canoa e a possibilidade de concentração ficou contingente, eu alternei esta leitura com a leitura de alguns artigos de dois livros de Lucídio Bianchetti: Educação Corporativa, que ele organiza juntamente com Elisa Quartiero e A trama do conhecimento, com Paulo Meksenas. O primeiro é um panorama amplo da educação em seu imbricamento com a educação pensada pelas empresas. O segundo, leitura obrigatória para quem pensa fazer ou está cursando mestrado ou doutorado.

Agora, preparo-me para atacar Dos meios as mediações, de Jesus Martin-Barbero.

No lado lúdico, aquela leitura de duas páginas por dia, para acalmar o delírio teórico :) antes de dormir: estou relendo pela décima vez O homem do terno marron da Agatha Christie.

em tempo: ponham ou tirem os hífens e os acentos...

em tempo 2: tão abundante como as leituras estão sendo as possibilidades de compartilhar algumas reflexões (e algumas bobagens, também) por aqui.

Marcadores: , ,


comentários:

Assinar Postar comentários [Atom]