quinta-feira, dezembro 04, 2008

Formatura no Colégio Militar


CMPA - formatura 2008

Dizem que não se deve dizer ou fazer nada no calor da emoção, mas hoje eu resolvi contrariar todo bom senso. Estou assim desde ontem, da festa de encerramento com os meus guris do basquete. Com a chuva atrapalhando um pouco, reunimos a turma desde os pequenos do 6º ano até os que estão se formando.

E aí, quando eu olhei para um pingo de gente correndo entre os maiores e me dei conta que há uns poucos anos atrás eram estes maiores que corriam entre outros, vi que a roda do tempo não para. E desde ali a emoção vem comandando as minhas horas.

O dia passou e eu penso que descontei à volta a frustração de ver que não tem como reter o tempo e segurar os momentos felizes e as pessoas da nossa vida.

Sai de casa lembrando que em 2002 juntamos aquele bando de crianças agitadas e fomos acertando as turmas de educação física, olhando por cima da cabeça de gente que hoje eu tive de ficar na ponta dos pés para abraçar.

De lá para cá fomos nos conhecendo, fazendo alianças, brigando e fazendo as pazes. Nos compreendendo tanto quanto aquele espaço desconhecido que nos separa do outro permite. Espaço que tentamos vencer cada vez que dialogamos (ou não). A comunicação tem sempre muito ruído :)

E, incrivelmente, é este outro que passamos tanto tempo tentando compreender que vai contar a nossa história. Porque nem o nosso começo e nem o nosso fim estão em nossas mãos (Bakhtin diz algo assim). Que é o outro que desenha nosso ponto final.

E eu percebo que, em certo sentido, eu conto uma parte da história desta gurisada. Lá do meu jeito, com a imperfeição que toda expressão tem. E fico pensando que cada um deles também pode contar parte da minha história.

Hoje foi um marco nestas nossas narrativas. Durante mais de duas horas misturamos todas as emoções possíveis, até aquele momento em que eles saem do colégio, cruzando as arcadas e o portal. Cabeças erguidas e lágrimas nos olhos, todos sabendo que, mesmo voltando, não voltarão mais.

Eles vão para o mundo e fica a saudade. E a vontade de que atravessando os espaços desconhecidos que inevitavelmente temos entre nós e os outros, possam ter levado alguma coisa minha. Mesmo que pouca diante do muito que me deixaram.



A entrada da bandeira.

vídeo de 10 min: Formatura CMPA 2008

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