domingo, julho 15, 2007

O Pan e o Esporte na Escola II


Ontem comecei uma conversa sobre o Pan e o Esporte na escola, mas parei na metade e não consegui retomar. Por vários motivos...

Bem na horinha da minha postagem estava iniciando na tv o jogo Brasil x Lituânia do Mundial Sub 19 de Basquete. Depois, começou a programação do Pan e eu zapeando em todos os canais disponíveis. Vamos combinar que as redes de televisão se puxam sempre que podem "capitalizar" em cima daquilo que nunca tem capital.

Resultado: não terminei o assunto.

Pulando a parte onde eu poderia continuar falando da falta das condições de trabalho nas escolas : falta de material, de estrutura, de espaço físico e até político para o esporte, mesmo nas escolas mais privilegiadas em termos de verbas (as particulares e algumas federais e municipais), vou falar mais especificamente sobre o professor.

O professor, em qualquer escola é contratado para dar aulas. Nas escolas particulares ele ganha por aula dada, nas escolas públicas ganha por 20 / 40 horas e, geralmente, trabalha mais que as 20 / 40 h. (em geral, não se conta no salário e nem no tempo de trabalho do professor o que ele trabalha corrigindo provas, preparando aulas, levando equipes para competir, peleando atrás de patrocínios, inscrições, congressos técnicos).

E, na maioria das escolas, o esporte é considerado atividade extra-classe, que parte do interesse do professor e dos alunos, à qual é dada alguma atenção (com sorte até financeira) se produzir para a escola algum ganho (escolinhas pagas, propaganda etc.) Porém, não existe uma política de esportes na maioria das escolas.

Minto... Em algumas existe: destinar uma parte dos lucros para dar bolsas à atletas formados em clubes e que defenderão o nome da escola em competições onde o aluno que treina somente na escola tem pouco espaço.

Nas escolas estaduais, municipais, os professores treinam equipes por sua conta, além (e fora) dos horários de seu contrato. Um trabalho que se ampara somente na paixão, no ideal, na dedicação. E, portanto, sujeito a desaparecer quando o desencanto se torna maior que o encanto.

Nas primeiras séries do ensino fundamental, nas quais a formação de habilidades motoras é essencial, não há educação física, na maioria das escolas. Existe o que se chama dar a bola, pois, até em algumas escolas particulares, a educação física fica a cargo do mesmo professor que atende os outros conteúdos. Este professor não está preparado para isso, pois nos currículos dos cursos de pedagogia de séries iniciais a educação física, se existir, não é trabalhada com vistas à formação daquele professor para dar aulas (mesmo) de educação física.

As primeiras séries do ensino fundamental são um momento muito importante na formação dos alunos, no qual as atividades físicas deveriam ser muito incentivadas, e isso significa colocar professores especializados (pelo menos professores graduados em educação física).

Esta retirada do professor de educação física das séries iniciais, em nome de um estelionato salarial chamado unidocência, mostra todas as suas conseqüências quando estes alunos chegam à 5ª série imensamente sedentários, sem saber jogar e segurar uma bola (qualquer uma), sem saber pular corda, sem saber (e ter fôlego para) correr com desenvoltura e já possuidores de desvios de coluna ...

Neste quadro, inexiste o que se poderia chamar de uma formação pelo e para o esporte na escola. O que fazer para mudar? Bom, ... isso é assunto para depois... Primeiro, vou esperar a crítica :)

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