sexta-feira, junho 10, 2005

rastros do cotidiano


O rítmo que deixamos que a sociedade nos imponha é, muitas vezes, definitivamente bloqueador de qualquer criatividade, de qualquer qualidade, de qualquer liberdade. Esta semana tem me mostrado isso com todo vigor.
Hoje estou trbalhando em casa e podendo dar umas fugidas para ler as páginas que costumo ler, para responder os e-mails que vinham se empilhando digitalmente no thunderbird, para finalizar o meu ante-projeto que mais parece um ovo grande demais para o fiofó da galinha.

Assim, assumi um estilo taquigráfico nas coisas que venho fazendo, perdendo em qualidade de reflexão e em profundidade. Tentando acompanhar o fluxo (sei lá se isso cabe) e viver.

A segunda-feira me pegou com o coração apertado esperando notícias da Yshana que, aos quase 17 anos, estava fazendo a segunda cirurgia em um ano. A terça-feira me encontrou alegre, buscando a minha fofa no hospital, e chateada, perdendo mais uma aula na Ufrgs.

Na quarta-feira EU me encontrei dando de cara com um helicóptero da marinha no meio da minha sala de aula (o qual ainda estava quando eu sai ontem). Resultado: lá se foram os meus planos de handebol para a 5ª série. É um milagre que ele ainda esteja funcionando depois do assédio da gurisada. Apesar da guarda em volta, guris de 12 anos costumam ser muito criativos quando querem mexer em alguma coisa.

Troquei o planejamento das aulas para Orientação e tive o desprazer de constatar que a Redenção mudou muito na nova administração da prefeitura. Foi a primeira aula de orientação que dei desde meados do ano passado e a segurança no parque decaiu. Já tinha observado isso na limpeza, pois nas segundas-feiras (dia pós-bric) o parque não está mais limpo como costumava estar pela manhã.

Quinta-feira eu comecei bem, jogando volei com o 2º ano, saindo toda faceirinha para voltar a sentir de novo uma velha lesão no pé esquerdo pouco depois. Tudo é uma questão de DNA (data de nascimento antiga), prazo de validade ou outra destas indignidades. Bem como a gurisada me disse: -Coisa mais anos 60 isso, profe! Exagero deles, o que eu falei era uma coisa muito anos 70.

Continua o verão em Porto Alegre e ontem eu me dei conta do porquê. Em parte eu contribui para esta alteração climática voltando a tentar fazer tricot depois de uns 10 anos de afastamento das tentativas anteriores. Fiz uma otimista roupinha para Yshana antes dela ir para o hospital e, agora, estou fazendo uma manta para mim. Estará pronta por volta do inverno de 2007, a julgar pelo ritmo e progressos. É um trabalho dialético e penelópico, feito e refeito em iterações sucessivas.

Este blog apareceu no quadrinho de referência do Inagaki (Pensar Enlouquece, Pense Nisso) e, no papo que travei com ele, fiquei sabendo do seu artigo sobre blogs para o Digestivo Cultural, mas peraí que vou fazer um post específico para isso.

Hoje eu não tiro o pijama, a não ser para colocar outro.

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