segunda-feira, dezembro 15, 2008

A atualidade de Marx


Nada como uma das recorrentes crises do capital para trazer o foco para Marx. Alguns falam em 'reviver' Marx, como se o seu pensamento estivesse morto e não apenas esquecido, desconhecido e, pior, mal interpretado.

E é por aí que começam a pipocar ensaios, notícias, papo de boteco e outras expressões falando em Marx e em como ele explicou o que vem acontecendo.

Hoje, o Pedro Dória conta que Henry Kissinger está fazendo previsões para o futuro dos Estados Unidos com base na leitura de Marx. Aquele que foi uma importante peça no golpe que acabou com o governo socialista de Salvador Allende, contraditoriamente, usa o mesmo fundamento teórico.

Stuart Hall e outros pensadores que, embora a raiz marxista, se aproximam mais do viés pós-moderno, vem sendo usados como uma referencial teórico para uma possível explicação marxista da web 2.0. [via Intermezzo]

Leonardo Boff, coerente com seu pensamento, avisa que está para chegar o pior da crise, porque o princípio e o fim do capital é o próprio capital o qual por meio do consumo e da produção pela produção em favor da acumulação, não tem limites. - A crise que aí está é mais que uma crise econômico-financeira, é uma crise de humanidade - avisa ele.

Por volta dos anos 1860, Marx havia se convencido da natureza insustentável da agricultura capitalista. - explica o Prof Gilberto Dupas em artigo sobre agricultura, alimentação e saúde, publicado pela Folha e replicado pelo Diário Gauche.

Ler e reler Marx ...

A história não conhece sentido único. Nem longitudinalmente, de acordo com a seqüência dos séculos. Nem em corte, quando um pensa a vida do outro enquanto o outro vive o pensamento do primeiro, sem que filosofia e história, economia e política jamais consigam reconciliar-se na harmonia calma da simples "correspondência". Pensado como "atraso", em relação a uma norma temporal imaginária, o anacronismo acaba por impor-se não como anomalia residual, mas como atributo essencial do presente. (BENSAID*, 1999, p. 45)
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Para quem não quer começar direto na fonte, é possível ir por aqui:

* BENSAÏD, Daniel. Marx, o intempestivo : grandezas e misérias de uma aventura crítica (séculos XIX e XX). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999. 512p.

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update em 16/12

Falando em Daniel Bensaïd, visitem esta postagem do Alfarrábio sobre o documentário sobre o Os irredutíveis: teoremas da resistência para o tempo presente.

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