sábado, março 08, 2008

Midias Sociais e Educação


É inegável o poder apaixonante que têm blogs, wikis, sites de redes sociais, e toda a diversidade de aplicativos chamados sociais, sobre o imaginário dos professores. Mal conhecemos o aplicativo que constroi uma apresentação de slides, por exemplo, e já imaginamos toda uma série de práticas e de possibilidades que seguiriam o seu uso na educação.

Porém, o que na maioria das vezes acontece é que relacionamos estas possibilidades com aquilo que já conhecemos e com as nossas práticas na sala de aula. Isto é normal, pois é sempre de algum lugar existente que avaliamos o novo.

Como a maioria de nós ainda trabalha dentro de uma estrutura de funcionamento da escola, que não se modifica muito faz um bom tempo, estas nossas novas práticas, deixam de antemão este aspecto de novidade, pois se inserem em processos que já existem, sem alterar de forma significativa o processo.

Isso acontece, por exemplo, quando colocamos aquela aula, que seria falada e escrita no quadro de giz, numa apresentação de slides animados e com som sincronizado. O único diferencial talvez seja na produção visual, pois o processo continua sendo expositivo e sem possibilidades de interação.

O mesmo se dá quando usamos com os alunos outros suportes para os seus trabalhos. Entregar num CD um trabalho escrito é quase o mesmo que entregar a versão escrita e impressa do trabalho. Colar num blog um texto digitado num editor de texto, só difere de entregar o texto escrito ao professor, pelo aspecto público e aberto à comentários de um blog (aqui já temos algumas diferenças um pouco mais consistentes).

Assim, além de por à disposição as possibilidades que a midia social oferece de interação, compartilhamento, diálogo, intertextualidade etc., o uso de midias sociais deveria vir atrelado a uma proposta educacional que problematizasse o próprio uso da midia. E que, pelos seus procedimentos, garantisse aquilo que está apenas como possibilidade: a interação, a intertualidade, a polifonia, o diálogo, ...

E é nesta mediação que reside a função do professor no processo.

Fazer vídeos, podcasts, hipertextos, construir blogs, publicar em wikis, compartilhar links, participar de redes sociais são coisas fáceis de aprender e de usar. E o nosso aluno rapidamente aprende. Fazer com que o produto deste uso de midias sociais seja relevante para a formação do aluno é o mais difícil. Fazer com que o uso das midias sociais seja um fator de enriquecimento da aprendizagem de alunos e professores e consequentemente, da formação destes alunos e professores, é onde reside a tarefa de todos que não só fazem, mas refletem sobre a sua ação.

Estas são umas idéias iniciais para reflexão. Na seqüência poderíamos começar a pensar na crítica do formato e das funcionalidades de cada uma destas mídias. Do que elas possibilitam, mas ao mesmo tempo formatam, por exemplo. Mas, isso é assunto para outra postagem.

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