segunda-feira, abril 30, 2007

web what?


Quando, em 2002, eu comecei a pesquisar os blogs, não havia quase nenhum material nacional sobre eles. Já havia uma boa quantidade de blogs (nada comparado com a explosão posterior, do final de 2004), mas nada escrito sobre eles. O pouco material que achei foi em inglês e nada muito desenvolvido. Eram idéias de alguns que começavam a pensar os blogs, além de usá-los. Em 2003 e 2004, quando desenvolvi minha pesquisa sobre eles no mestrado, encontrei barreiras, críticas quase sempre questões como:

Por que vais pesquisar uma coisa que daqui uns meses pode não existir mais, como tantas ondas que surgem e se vão? A minha aposta era que a onda viera para ficar. Minha banca de qualificação do projeto de mestrado acreditou em mim, tanto que achou que isso era uma tese. Por motivos de foro :) trabalhista acabei fazendo uma tese de mestrado.

Neste últimos anos os blogs se consolidaram com o espaço de autoria e de expressão pessoal e livre, surgiram os wikis transgredindo mais uma vez as formas de apropriação da escrita e da autoria. As tags e os links sociais (del.icio.us), o compartilhamento de imagens (flickr, youtube), tudo apontando para uma revolução na web (mais uma!), a web chamada 2.0, uma nova versão da web.

E a web 2.o com seus aplicativos conversadores ganhou as graças da mídia (até porque deu uma cabeçada a la Zidane nos peitos da mídia tradicional e nem tão tradicional) e hoje já falamos em web 3.0. Nisto tudo, a educação (e suas personificações na academia e nas escolas), que torceu o nariz para os blogs, que olhou com cara de "ela é louca" quando (em 2004) apresentei um artigo falando das possibilidades da agregação de conteúdo (rss) em educação, vem engatinhando ainda. As mãos apoiadas na web 2.0, mas os pés ancorados firmemente na web 1.0, ou (pior!) até nas eras educacionais pré-web.

Enquanto o ensino online ainda segue moldes Lancasterianos e o modo dissociado de emissor/receptor ainda é maioria, alguns educadores se esforçam em transformar as coisas, trazer a academia para a rede e a rede para a academia, linkar pessoas e projetos e não fechá-los em núcleos e qualis, em AVAs recheados de .docs. Poderão eles alguma coisa? Ou terão de chamar o Chapolim Colorado para os proteger e os livrar das prisões das verbas públicas para pesquisa e suas apostas cretinas em umbigos já muito conhecidos que estão reinventando a roda, digo, trabalhando na criação dO AVA? web what?

Pois é..., faz uns seis meses que eu ando quieta, desconfortável, mas alguma coisa está me parasitando...

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