sábado, dezembro 16, 2006

as pessoas da nossa vida


Não sei onde li que as pessoas de nossa vida são como navios que passam e somem no horizonte. Quando eu penso nisso, imagino sempre grandes veleiros com as velas tocadas pelo vento, acenando. Estas velas brancas parecem dizer adeus, mesmo quando estas pessoas-veleiros se aproximam de nós. É como se de antemão já soubessem que um dia vão partir. E todos partem. Mas ao mesmo tempo todos ficam, pelas coisas que deixam e pelas coisas que levam.

Não sei como alguém pode entender uma aventura por uma ilha desconhecida, porém eu entendo assim: como veleiros que chegam e se vão. E estes veleiros trazem nossos sonhos, nossa curiosidade, nosso desejo de conhecer e ser conhecido, compreender e ser compreendido. Se estas partes de nós descem e habitam a ilha, nem que seja por pouco tempo, elas não voltam à bordo iguais. Voltam tocadas pelo poder da ilha. Dos sonhos, desejos que a ilha junta e envolve.

Ninguém sai imune do contato com o outro. Ninguém vive sem trazer em si tantos outros.

Final de ano é a época de tantos veleiros partirem, inclusive o meu, que poderá estar em outros portos ou outras ilhas daqui um tempo. Ou não :) Será o adeus para os veleiros que navegaram comigo em torno de algumas ilhas este ano. Será a continuidade em relação à outros veleiros que, de repente, ressurgem no horizonte, voltando de suas próprias aventuras. Carregados de novos sonhos, enfeitados por tantos amores, transformados pelo contato com os outros veleiros, carregando cicatrizes deixadas pelas tempestades.

Eu hoje despertei com a consciência dos veleiros que partem,



com a alegria dos veleiros que continuam



e com a esperança dos veleiros que virão.

Sabendo sempre que todos permanecem em mim.

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