gutierrez/su

Novos habitantes do posto 69,9 de Capão da Canoa

Ela apareceu em novembro quando o pessoal começou a passar os fins de semana na praia. Entrava pela janela, se roçava nas pernas do primeiro incauto e se dirigia para a cozinha. Aí começava a miar, estrategicamente entre o fogão e a geladeira. Minha mana, pouco originalmente batizou a gata de Mitza. Já temos a Mitz e a Ondina...

O Eric ficou em pânico. Mais uma gata para bater nele. É incrível que se pode facilmente explicar e convencer um cachorro de não atacar os gatos. Mas, o inverso é impossível. Basta o Eirc ou a pobrezinha da ceguinha, surdinha e senilzinha Yshana passar perto de uma das gatas para serem cruelmente unhados. Com requintes de crueldade, pois as bichanas chegam a ficar escondidas atrás de móveis e cortinas para atacar.

Enquanto eu estive na praia, depois do Natal, a Mitza foi ficando cada vez mais dona do pedaço. Vinha, comia, via um pouco de televisão e ia embora. Quando a orda que habitava a casa partiu, restando apenas meus pais, ela começou a vir mais seguido e ficar mais tempo. Até que numa noite da semana passada, chegou com alguma coisa na boca. Largou na área da frente e foi chamar a minha mãe. Era uma apresentação e um comunicado de mudança. Ela trouxera um filhote, cinza e peludo como ela. E os dois ficaram na casa um ou dois dias até que meus pais foram para Porto Alegre para a formatura da Rossana (sexta passada).

Sábado de tarde, retornei com meus pais para Capão da Canoa e, na chegada, achei a Mitza e o filhinho deitados no tapete da porta da cozinha. Um leve movimento próximo me fez desviar os olhos e pensar: eu acho que vi um gatinho... Embaixo do tanque, espremido num cantinho achei o segundo filhote, um todo preto, mais magrinho e bem arisco. Meu pai que estava tolerando a bicharada toda teve um ataque. Daqueles de ameaçar pegar um saco e despejar estes gatos no passo da lagoa. Mas não fez, e agora eles já tem caminha embaixo da mesinha dos prendedores e o pai já foi constrangido a comprar um pacote de ração.

Ontem o caos retornou e quase que os gatos foram expulsos. Os filhotes curiosos entraram na cozinha e se enfiaram dentro do fogão e da geladeira. Foi um trabalhão para tirar. Tudo ao som dos miados da mãe e dos latidos do Eric.

Aí na foto estão eles. Alguém quer um gatinho?

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