sábado, abril 23, 2005

Paulo Freire, educação e tecnologia


David Wiley escreve Freire, the Matrix, and Scalability, onde diz que antes de falar da escalabilidade das oportunidades em educação e de uma educação mais eficaz é necessário pesquisar uma educação mais disponível. Relata sobre dois trabalhos baseados em Paulo Freire, apresentados na American Educational Research Association (AERA) em Montreal.

No primeiro trabalho, o autor conecta as idéias de Paulo Freire sobre a opressão e os sistemas de controle com o filme Matrix, fazendo uma analogia com o trabalho que os educadores são chamados a fazer, o trabalho de desconectar o aluno deste sistema opressivo e controlador. No segundo trabalho, o autor discorre sobre a importância do afeto na educação, usando, também, Paulo Freire e dizendo que não precisamos ter medo de ser ridículos ou anti-científicos em fundar nosso trabalho educacional no amor.

David complementa seu relato dizendo que esta sessão de trabalhos o fez refletir sobre algumas questões do uso de tecnologia em educação, principalmente sobre a automação na distribuição de conteúdos educacionais. Ele se pergunta, entre outras coisas: Quando eu interajo com um sistema de tutoria, qual será o caminho da minha inspiração? Quem será o professor que eu lembrarei para sempre, com quem eu construí uma relação de confiança, que eu sei que se preocupa e cuida de mim? Onde está a minha conexão com o outro?

Termina falando sobre o real de problema de pesquisa em educação: o de uma educação mais disponível. Não o de uma educação mais eficaz (economicamente?) ou distribuída em critérios de linha de montagem (esta interpretação é minha :)).

Gostei do texto, principalmente pelas referências a Paulo Freire e porque me deu novo impulso para continuar pensando novas maneiras de usar tecnologia em educação. Alternativas que passam pelas tecnologias livres, pela cultura dos pioneiros da rede, pela reciprocidade e pela solidariedade.

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