sexta-feira, dezembro 31, 2004

2005 chegando


Não há avisos, exceto a excitação e o agito das pessoas. Não há gosto e nem cheiro, exceto o da orgia gastronômica a que uma parcela da humanidade se dedica, nestas horas. Os animais se comportam como sempre, o ciclo do dia e da noite não se altera.



Mas, ... num instante determinado, ou nem tanto dos horários de verão e inverno, um ano se encerra e outro assume seu posto. Um posto de espera, de mapa vazio da nossa história. Um ano que cremos 'em branco', aguardando que com nossas vidas escrevamos o seu conteúdo. Faz tempo desisti das 'sortes' e de todo o tipo de pequenas bruxarias visíveis. Não vesti nenhuma roupa nova ou de colorido escolhido para atrair isso ou aquilo. Não vou comer lentilhas embaixo da mesa e nem passar a meia-noite sem a calcinha.



Uma única coisa fiz, invisível, que passa despercebida aos que convivem comigo: tirei os sapatos. Não para deixar para trás a poeira de 2004, mas para pisar na Terra e ser mais um condutor das energias que viajam nesta noite.



Pensei nas pessoas da minha vida e desejei coisas boas a cada uma. Senti saudades, inclusive, de gente que nunca vi. Dei uma revirada no lixo interior, tentando me livrar, mais uma vez, de algumas permanências que desafiam os anos e as mandingas.



Recebi 2005 como quem recebe um presente muito desejado, uma oportunidade, uma confiança. Pretendo tratá-lo bem ...

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