quarta-feira, agosto 25, 2004


["Não sereis escravos de ninguém"]


Aos 50 anos da morte de Getúlio, sua carta testamento ainda é um manifesto utópico e denúncia vibrante contra a pequenez dos poderosos no Brasil - leia-a na íntegra. :: leia na íntegra no InTramse (fonte: Outras Palavras)

UM dia a irmã de minha avó, a quem conheci desde que nasci, pois morávamos no mesmo pátio, me contou:

- Nós todas corríamos para a avenida para vê-lo passar. Ele acenava para nós e parece que sabia que cada uma ali era operária. Ele via isso e a gente sabia que ele sabia.

Didi falava de Getúlio e eu cresci ouvindo as histórias do bonito homem (eu achava) do retrato na parede da sala. Isso, muitos anos depois que ele já havia morrido.
Didi, como muitas mulheres pobres de sua época era operária numa indústria (não lembro exatamente de que). Ela começou a trabalhar lá quase criança e contava que não era permitido se afastar do posto de trabalho. Isso era exigido de uma forma tão drástica que, muitas vezes, as operárias acabavam humilhadas, urinando nas calças.
Esta é uma das histórias da minha infância, que já começam a se perder na memória, pois Didi e a vó não estão mais aqui para lembrar e o retrato do Getúlio saiu das paredes. Para onde, não sei.

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