sábado, agosto 14, 2004


foto jbonline
[Jogos Olímpicos]


   É difícil manter o foco, considerar o contexto e manter em perspectiva um espetáculo (pior que é esta a palavra) como a abertura dos Jogos Olímpicos de Atenas. É uma hora em que qualquer professor de educação física, atleta ou ex-atleta vacila e têm a maior dificuldade em ver além da emoção, do desejo mesmo de uma educação física que seja a realização da vida plena, corpo e alma enfim juntos. Como se fosse possível separá-los, mas tão acostumados que estamos à escravidão de um e outro.
   Todo o mundo unido pela e na competição, como se a competição não estivesse na ordem do dia, de todos os dias. Uma competição que pensamos diferente da luta pela sobrevivência, da agressividade do trabalho alienado, do objetivo de aniquilamento do outro-mercadoria. Uma competição que é diferente, mas não tão diferente assim. Jogar não é lutar, mas a guerra dos patrocínios, dos laboratórios farmacêuticos, do enquadramento do corpo numa lógica mecânica, está muito presente, mesmo em meio às pequenas solidariedades, aos sonhos de cada um.
   Por trás destes sonhos, o giro da mercadoria continua. E aparece claramente nos termos que usamos, como pode ser observado nos textos repletos de "aniquilar, destruir, guerra, ..."
   Ainda assim, foi lindo!

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