terça-feira, agosto 10, 2004


[desigualdade não está só no acesso...]


ou ... alguns são mais iguais que os outros.

Será?

   Redes sociais promovem contatos que são bidirecionais, na maioria das vezes. Para alguns isso é o ideal, alavanca a colaboração, incrementa o crescimento rizomático da rede. Para os mais iguais, isso pode significar ter de aceitar "aqueles que não tem nada à oferecer".
   De certa forma, as duas visões, especialmente a segunda, centram demais na individualidade do e não na coletividade da rede ou de partes da rede.
   Explicando melhor: um nó não significa apenas por si só, significa pelo movimento/deslocamento que provoca na rede. Uma rede que não seria a mesma semele. Assim, penso que é problemático dizer que uma determinada conexão não interessa, não agrega valor, não tem nada à oferecer, em uma determinada direção. Qualquer conexão pode, no mínimo, deformar a rede justamente naquilo que é necessário para que grandes sinapses sejam criadas.
   Porém, não me surpreende esta possibilidade de estratificação nas conexões que criamos na rede. Elas reproduzem de muitas maneiras as relações/conexões materiais.
   É visível, hoje, que muitos consideram parte da humanidade descartável, desnecessária, que não agrega valor. Aquela parte da humanidade que não tem possibilidades de consumir e que não é necessária na produção.
   Os não convidados para as redes materiais são os ainda menos convidados para as redes on-line. Orkut/Friendster são clubes privados onde as conexões ou a bidirecionalidade delas é assunto para consideração da viabilidade da rede horizontal e sem hierarquias.

Pensei algumas destas coisas lendo What does a connection mean in Social Network? e etc. Não que eles estejam falando disso J

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