quarta-feira, julho 21, 2004


[mimetismos]




   Faz bastante tempo que meus olhos não andam, quer dizer..., não olham bem, mas estou adiando a visita default ao Dr Selomar. Hoje, porém, na hora que entrei no quarto do Lucas, achei que estava mais que na hora de marcar a consulta.

   Lucas tem a triste mania de deixar os calçados espalhados por todo o lugar e, como o meigo calça 44, um tênis colocado estrategicamente pode ser uma tentativa de homicídio. Pois, ao entrar no quarto dele, quase me despenquei por cima de 3 enormes e peludas pantudas e levei um choque: 3... meus olhos!

   Felizmente, o susto durou pouco, pois, ao recuperar o equilíbrio, notei que uma das pantufas tinha levantado a cabeça e aberto as orelhas feito um Gremlin. Eric, bancando o camaleão e me olhando com cara de bobo.

   Isso me fez lembrar, (estranhos os caminhos do pensamento ...), uma parte da minha dissertação, onde eu falo de mapas, ou, mais especificamente, falo do que os mapas mostram mas, ao mesmo tempo, escondem. E pensei nas rotas aparentemente semelhantes que traçamos e que, no entanto, levam para lugares diferentes.

   Fiz esta associação quando assisti a defesa do projeto do Evandro, na segunda-feira. Ele falou de imagens e cartografias, usando Deleuze. Enfatizava a crise da representação, onde eu apontaria, num outro referencial, a pseudoconcreticidade.

   Teorias constroem mapas que tanto podem mostrar quanto esconder. Depende da projeção, da escala e da simbologia :)



update: ainda há pouco, o "pantufa" estava tentando desaparecer no meio dos meus travesseiros, certamente para evitar a hora de ir para a cama dele. Não deu certo, simbologia errada...

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