terça-feira, maio 11, 2004


[ontem ou quando desgraça pouca é bobagem]




Acho que tem um poltergeist aqui em casa. Depois de toda a estouração de canos e paredes da semana passada, eu já estava entrando naquela tranqüilidade despossuída de quem viu metade do salário voar, mas está em paz, enfim. Pois é, daí chegou ontem...



Voltei alegre da minha reunião de orientação, dúvidas aclaradas, um certo otimismo, energizada para continuar escrevendo. Ao entrar em casa, o Lucas me saudou com um: - Mãe, tu já viste a cozinha?

A cara dele tinha aquele ar de: tu vais ter um ataque! Parei na porta da dita e olhei para o chão onde ele apontava. Bom, em linha reta da porta da cozinha, atravessando todo o piso, entrando na área de serviço e atravessando ela toda, estava um daqueles montículos que se criam quando um terremoto acontece. O piso subiu uns 4cm e quebrou quase todo.



Depois de eu ter tido o esperado ataque, normal na situação, perguntei como tinha acontecido. Conta ele que apenas ouviu o estrondo, mas que a Liria viu o fenômenoda porta da cozinha. Hoje, ela chegou afobada me contando como acontecera. Incrível o ar de satisfação que as pessoas estampam contando uma coisa destas. Uma alegria meio feroz que põe em dúvida, seriamente, a solidariedade que se devia contar dentro de uma casa. Humpf!



Ela achou que era um terremoto e disse que fez uma gritaria de por em pé de guerra o prédio todo. Contou que os cachorros estavam na área de serviço e ficaram paradinhos olhando. (em choque , diz ela) Não é de estranhar já que a cadela é surda e cega e ele só se mexe se ela se mexe.



Tive que rir quando ela contou que o Lucas tentou entrar na área de serviço para desligar a máquina de lavar e que ela não deixou porque achou que o chão tinha afundado e ele cairia para o andar de baixo. Só sossegou quando desceu e viu que o teto do saguão estava intacto.

Bueno, ... agora não sei se processo a Brastemp por abalo sísmico, a vizinha de cima que construiu quase um prédio na cobertura, ou se compro um vasinho com um pé de arruda.



Resultado: eles voltaram. Com suas serras, lixas, esmerís (sei lá como se escreve, só sei o barulho que faz) e seus (ai) orçamentos. E eu estarei condenada a mais não sei quantos dias de horror. Fora o salário, que este ó.... sumiu.

comentários:

Assinar Postar comentários [Atom]