domingo, fevereiro 22, 2004


Estou no exílio desde sexta, por isso a ausência. A Mana trouxe o notebook, mas não estou com muito espírito escrevente. Pudera... A instalação está num estrado de cama, no meio de tralhas de acampamento e uma prancha de surf.
Aliás, um ser solteiro, feminino, levemente idoso, como eu, começa a perder os direitos. Este ano perdi o quarto e fui instalada no quarto de solteira. Agora, fui invadida pelas tralhas, pranchas de surf e seus donos.
Resultado: cá estou eu acocorada teclando.
Mas a minha insistência em escrever alguma coisa aqui, apesar da posição deprimente foi o que andei lendo. De recreação, peguei um livro da Sandra Pesavento, O Imaginário da Cidade, e estou lendo a parte sobre Porto Alegre. Uma coisa me ocorreu e ela até refere de verta forma no livro: o fato de termos sempre à frente o nosso passado. As releituras que se faz dele e suas projeções. No livro, por vezes, a autora mostra uma Porto Alegre que talvez pouco tenha a ver com a Porto Alegre da época: olhada do futuro, de certa maneira idealizada, futuro-passado.
O presente pelos olhos do presente é muito técnico e pouco literário. Fiquei pensando o que perpassa nestes meus escritos sobre o presente, seu espaço-tempo e suas práticas.
Este trecho já me deu duas caimbras, vou voltar para a bagunça familiar. Estudar nem pensar. Não há um só lugar desta casa, entro ou fora, que não tenha barulho. E muito barulho.

comentários:

Assinar Postar comentários [Atom]