sábado, fevereiro 07, 2004


[diálogos]




A mãe indócil na cozinha. Comida pronta, caipirinha finalizada. Os bárbaros rondando a mesa.



- Cadê os bolinhos, vó???????



Cacofonia de:



- Velhinha, tá na hora!



- sai daí, guri!



- Quem sentou o rabo molhado na minha canga?



- já deram comida para estes pobres animais?



Não, não eram os bárbaros, que neste fim de semana vieram com algumas baixas. Eram os cachorros, mesmo, que faziam a sua ronda no chão, por baixo da mesa, por entre pernas e havaianas.

As gatas, cautelosamente, ocupavam o espaço aéreo dos armários e janelas.

Barulho de louça. Uma certa expectativa no ar.

Foi aí que deram falta do Jorge Arlindo.



- Ele disse que voltaria antes das duas...

- Já são duas e meia - sentenciou o pai, com aquela cara de almoço deve ser servido na hora do almoço.

E lentamente virou para o relógio e, depois, para a audiência, só para deixar registrado que duas e meia, certamente, não era mais horadoalmoço.



Penso que foi por aí que a ficha caiu:



Jorge Arlindo atrasado para uma refeição...



...silêncio preocupado...





-Mãe, ele sabia que tinha lingüiça do Bola no feijão?



- Sabia...



... suspense ...



A constatação definitiva:



- Morreu! - disse um dos guris.



... discretamente a viú, digo, a Mana pegou o telefone...

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