domingo, novembro 30, 2003



Paralelo aos deslocamentos e conferências, os momentos com os colegas foram cheios de vida. Vida permeando as brincadeiras, as pequenas solidariedades, as discussões. Assuntos para muitos posts, as nossas discussões, as intervenções no debate geral durante as comunicações e a discussão da discussão da discussão.
Apesar das muitas dúvidas e das muitas questões que podem ser feitas em relação a academia, ela é um espaço de reflexão e de crírica sobre a realidade. Além de ser nicho de iniciativas realmente transformadoras. Nestes últimos anos de Ufrgs, pude aperfeiçoar minhas ferramentas e práticas de olhar o mundo e de tentar responder às suas contradições. Para, assim como diz Bensaïd, estar como quem: " em equilíbrio sobre a ponta afiada da crítica, acena para a mecânica orgânica, para as ciências das bordas ou dos preenchimentos, cujos espectros assombram nossa razão instrumental."

Nesta sexta-feira, a partir das 13h:30min, participei do grupo temático 4 - Políticas educacionais e formação profissional - apresentando uma descrição e alguns encaminhamentos do meu projeto de mestrado. Na realidade, a organização do evento optou por juntar dois grupos temáticos, já que somente a metade das comunicações seriam apresentadas.
Foi aí, nestas alterações do programa, que acabei virando intérprete. O colega Boubacar Bayero Diallo, da Guiné, teve a apresentação transferida do dia 27 para o dia 28 e, creio eu, esqueceram de reagendar o intérprete. Resultado: ele fala francês e estava preparado para apresentar seu trabalho, LES PARCOURS SCOLAIRES ATYPIQUES DU COLLÈGE DE PORÉDAKA EN GUINÉE (AFRIQUE DE L'OUEST), em francês. Eu entendo francês, melhor dizendo, entendo um pouco ouvindo e quase bem lendo. Sem outras alternativas, topei traduzir da seguinte forma: ele apresentando em francês e eu traduzindo com o auxílio do texto das transparências. As dúvidas resolvi falando com ele em inglês, que é o que eu consigo falar.
Surreal, mas funcionou. E funcionou tanto que o grupo seguiu no debate depois das apresentações. Boubacar decidindo trocar os dois anos de sanduiche no Canadá, por um ano lá e outro no Brasil.

Numa das apresentações, sobre projeto político pedagógico como instrumento de gestão democrática da escola, o autor usava Habermas e a razão comunicativa no contexto de um consenso entre participantes do conselho. Isto aqui rendeu um baita pega, mas, este, vou deixar para a Mara contar.

Minha apresentação foi na adrenalina. É quando fico feliz que me baixa aquele espírito da educação física e a coisa toda rola numa freqüência que sempre surpreende. Surpreende os outros, é claro.

Final dos trabalhos, nos arrastamos para o primeiro boteco que encontramos. POLAR gelada !!! Marketings e marketeiros a parte, gauchada:
Decididamente, NO EXPORT, NO sai daqui!

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