quarta-feira, agosto 20, 2003



[replicando...]

Por que morreu Vieira de Mello

Emir Sader

Morreu porque foi tentar terminar com a ocupação do Iraque por tropas invasoras – conforme ele mesmo as denominava.

Morreu porque tentou minimizar o sofrimento do povo iraquiano, devastado por uma guerra imperial desautorizada pela ONU e repudiada pela opinião pública mundial.

Morreu como mais uma vítima civil de uma doutrina de guerra imperial, que se atribui o direito unilateral de deflagrar guerras preventivas, independentemente de qualquer legalidade internacional, contra quem considere suspeito de ameaçar sua segurança.

Morreu porque as tropas de ocupação, preocupadas em resguardar as instalações petrolíferas do Iraque, não foram capazes de proteger os funcionários da ONU, como é sua obrigação.

Morreu porque seus apelos para que as tropas de ocupação se retirassem imediatamente do Iraque e que o povo iraquiano decida seu futuro livre e democraticamente não foram ouvidos pelos governantes dos EUA e da Grã-Bretanha.

Morreu porque quem defende um mundo multilateral, de negociações justas e pacíficas dos conflitos, está na contramão de uma ordem imperial belicista.
Por isso o Brasil, seus governantes e seus cidadãos estão, a partir de agora, definitivamente comprometidos a lutar pelos ideais pelos quais Sérgio Vieira de Mello morreu: a retirada imediata das tropas invasoras do Iraque, a constituição de um governo soberano, democrático e pluralista naquele país, a resolução pacífica e justa de todos os conflitos internacionais, um mundo multipolar, regido pela legalidade internacional, e não pelas armas.

Para que a morte de Sérgio Vieira de Mello frutifique e estejamos à altura do seu sacrifício. (Agência Carta Maior)

:: Eu acrescento: morreu por causa da omissão da própria ONU que não reagiu a invasão do Iraque.

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